quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Os caras e as caras do Galo

A atuação do Atlético ontem foi brilhante. Releve-se o fato de Fl4mengo ser um time horrível, ontem o Galo me lembrou os melhores momentos do Cuca, em que o Galo merecia jogar no Palácio das Artes. O time foi quase perfeito e o Flamengo chutou apenas uma bola ao gol e teve uma chance clara de gol.

O principal responsável pelo espetáculo da noite desta quarta foi o Levir Culpi. O time jogou com a cara dele, sem perder a cara do Galo. Aliou toque de bola e vontade em uma partida quase perfeita de todo o time. O placar ficou barato, mesmo sem contar o gol mal anulado do Carlos, o jogo era para ter sido oito, mas não tinha motivos. Com aquela facilidade, e os fregueses batendo, não precisava arriscar perder ninguém para a final.

O melhor de cada jogador está aparecendo em campo e não temos mais a dependência de nenhum deles especificamente. Ontem, por exemplo, indiscutivelmente o melhor em campo foi o Rafael Carioca. Volante clássico, habilidoso e com precisão de passe ímpar. Ele e o Donizete, ambos em forma, vão tomar conta do meio de campo do Atlético.

Mas o comentário sobre o Rafael Carioca foi só para constar. Hoje queria falar sobre dois jogadores que são os caras do Galo com a cara do Galo. O primeiro é o Luan. Não ligaria de forma alguma de ter um time com um Victor e 10 “Luans”. Parece, como disse um comentarista da ESPN, que buscaram um cara da arquibancada, deram-lhe a camisa 27 e disseram: “joga”.

Se precisar ele come grama, é capaz de ele jogar até se tiver tendo um ataque cardíaco. Não há como não aplaudir um jogador desses. Não tem bola perdida, não tem cara feia, não tem, com o perdão da palavra, porra nenhuma para ficar entre o Luan e seu objetivo. O garoto não é mais talismã. É titular do time e faz uma diferença... A intensidade de jogo dele, aliado a qualidade dão um ritmo alucinante ao Atlético.

Esse respeito, porém, ele conquistou logo nas primeiras partidas pelo Galo, após recuperar-se de séria lesão pubiana. Rapidamente constatamos: ele é um dos nossos.

O outro foi mais criticado e injustiçado. Quando ele chegou, junto com o Fernandinho, queria ele como titular. Seu jeito de jogar, muito próximo dos companheiros, lembrando muito um jogador de futsal nem sempre foi entendido. Nem sempre funcionou, é verdade. As vezes foi improdutivo, mas quando acharam o lugar certo dele jogar virou um monstro.

Estou falando do Dátolo. O argentino tem a vontade e gana peculiares aos “hermanos” e é muito bom de bola, apesar da direita ser cega. Não tem medo de errar e, ainda por cima, apesar da raça descomunal é bem frio. Basta lembrar que, contra o Cruzeiro, no último jogo, dos 37 passes tentados, acertou 36. E não são apenas passes laterais e sem objetivo. Ele dita o ritmo, dá assistências e ainda sua sangue para marcar.

Esses caras são a cara do Galo. Por isso, repito, qualquer time pode superar o Atlético em qualquer quesito. Menos na vontade e no coração. Afinal, os caras do Galo, o time inteiro, têm a cara do Galo