A atuação
do Atlético ontem foi brilhante. Releve-se o fato de Fl4mengo ser um time
horrível, ontem o Galo me lembrou os melhores momentos do Cuca, em que o Galo
merecia jogar no Palácio das Artes. O time foi quase perfeito e o Flamengo
chutou apenas uma bola ao gol e teve uma chance clara de gol.
O principal
responsável pelo espetáculo da noite desta quarta foi o Levir Culpi. O time
jogou com a cara dele, sem perder a cara do Galo. Aliou toque de bola e vontade
em uma partida quase perfeita de todo o time. O placar ficou barato, mesmo sem contar o gol mal anulado do Carlos, o jogo era
para ter sido oito, mas não tinha motivos. Com aquela facilidade, e os
fregueses batendo, não precisava arriscar perder ninguém para a final.
O melhor de
cada jogador está aparecendo em campo e não temos mais a dependência de nenhum deles especificamente. Ontem, por exemplo, indiscutivelmente o melhor em campo foi o Rafael
Carioca. Volante clássico, habilidoso e com precisão de passe ímpar. Ele e o
Donizete, ambos em forma, vão tomar conta do meio de campo do Atlético.
Mas o
comentário sobre o Rafael Carioca foi só para constar. Hoje queria falar sobre
dois jogadores que são os caras do Galo com a cara do Galo. O primeiro é o
Luan. Não ligaria de forma alguma de ter um time com um Victor e 10 “Luans”. Parece,
como disse um comentarista da ESPN, que buscaram um cara da arquibancada,
deram-lhe a camisa 27 e disseram: “joga”.
Se precisar
ele come grama, é capaz de ele jogar até se tiver tendo um ataque cardíaco. Não
há como não aplaudir um jogador desses. Não tem bola perdida, não tem cara
feia, não tem, com o perdão da palavra, porra nenhuma para ficar entre o Luan e
seu objetivo. O garoto não é mais talismã. É titular do time e faz uma
diferença... A intensidade de jogo dele, aliado a qualidade dão um ritmo
alucinante ao Atlético.
Esse
respeito, porém, ele conquistou logo nas primeiras partidas pelo Galo, após
recuperar-se de séria lesão pubiana. Rapidamente constatamos: ele é um dos
nossos.
O outro foi
mais criticado e injustiçado. Quando ele chegou, junto com o Fernandinho,
queria ele como titular. Seu jeito de jogar, muito próximo dos companheiros,
lembrando muito um jogador de futsal nem sempre foi entendido. Nem sempre
funcionou, é verdade. As vezes foi improdutivo, mas quando acharam o lugar
certo dele jogar virou um monstro.
Estou
falando do Dátolo. O argentino tem a vontade e gana peculiares aos “hermanos” e
é muito bom de bola, apesar da direita ser cega. Não tem medo de errar e, ainda
por cima, apesar da raça descomunal é bem frio. Basta lembrar que, contra o
Cruzeiro, no último jogo, dos 37 passes tentados, acertou 36. E não são apenas
passes laterais e sem objetivo. Ele dita o ritmo, dá assistências e ainda sua
sangue para marcar.
Esses caras
são a cara do Galo. Por isso, repito, qualquer time pode superar o Atlético em
qualquer quesito. Menos na vontade e no coração. Afinal, os caras do Galo, o
time inteiro, têm a cara do Galo