Antes de mais nada, outra vez,
peço mil desculpas pela minha ausência. Não é falta de acompanhar o Galo, isso
eu sempre faço, é falta de tempo na agenda atribulada em um 2020 completamente
maluco para escrever sobre o assunto.
Aliás, se há uma coisa que tem
trazido algum alento e salvado meus dias confusos neste ano, esta algo é o
Atlético. Até quando perde, você consegue tirar coisas boas. O jogo contra o
Bahia, por exemplo, foi realmente uma aberração. O Galo teve chances de matar o
jogo, mas quem não faz leva.
É claro que, mesmo adepto
ferrenho do Sampaolismo, uma vez que sou Atleticano Sampaolista, não acho que Dom
Sampa seja imune às críticas e infalível. Longe disso. Mas, tendo em vista o custo
benefício e à proporção que os próprios atleticanos têm dado aos resultados negativos,
não tecerei nenhum tipo de resenha negativa neste texto.
O Brasileiro tem sido um sonho
tão grande, tão longe do atleticano que ele perdeu completamente a confiança, é
como se já soubesse que fosse dar errado. Mal comparando, parece um sonho de
loteria: a gente até compra com uma esperança, mas depois, desiste, deixa de
lado, sabe que não vai rolar.
Futebol não é assim. A imprensa do
eixo tem jogado, e muito bem, com o psicológico do atleticano: feito um oito ou
oitenta surreal. Quando ganha, enche de esperança, mas quando perde: já era, o
título é do Flamengo...
Uma dica para vocês, que parece
até óbvia, embora não pareça que o atleticano tenha notado: os Mulambos estão
com muito mais medo da gente do que você possa imaginar.
Não precisa ser Freud para explicar:
quando algo é insignificante para você, você simplesmente não fala dele, não dá
importância. A insistência dos Urubus em reafirmar que o Atlético não
representa nada, que não incomoda, e coisas do tipo nada mais é do que a prova
cabal de que eles não só se importam, mas como estão, com o perdão da
expressão, com o cu na mão. ?
Leva para a sua vida pessoal:
quantas vezes você fala de uma coisa com a qual você não se importa? Pois bem,
o mesmo tanto de vezes que eu, em um dia normal, falo sobre a situação do Tupi
de Juiz de Fora...
Os comentaristas do eixo fazem
isso também: jogam com o seu psicológico. Sobretudo os que vestem rubro negro
por baixo das blusas sociais, estes estão adorando fazer alarde a cada derrota
do Galo, enfraquecer o moral, achar defeitos. O pior: estão conseguindo. O que
eu vejo de torcedor desistindo... Devem ser novos nisso de torcer para o Galo.
Só para lembrar, o Inter estava
na frente, passamos e eles nos alcançaram (com um jogo a mais, claro). Será que
algum colorado desistiu? Aprendam o importante em um campeonato de pontos
corridos é ser líder ao final da 38ªrodada. Se você for vice durante 37 e for
líder na última, jovem, você levantou a taça.
Aí vejo gente cornetando até o
novo reforço (que eu não conheço, mas tenho referências incríveis): o cara não
deve ter personalidade, não quis usar a 10. Então, vou explicar uma coisa para
vocês: o Brasil foi o último país a adotar numeração fixa no futebol. Enquanto
todos os países fazem isso há décadas, o Brasil começou nos anos 2000. Por
conta disso, temos umas místicas com números que SÓ existem aqui.
Cruyff, por exemplo, foi o maior
jogador de futebol nascido na Holanda. Ele podia escolher qualquer camisa. Sei lá
o porquê, ele gostava da 14. Só jogava com a 14. Ballack, Gerd Muller e Loco
Abreu usavam a 13. Pirlo, a 21. Biehoff (lendário centroavante alemão), gostava
da 20; como o Deco. Iniesta só usou a 6. Beckenbauer a 4. E se fuçarem, acharam tantos outros exemplos.
Nessas horas acho até bom que os
estádios estejam vazios. Não duvido que a geração Nutella pós-2013 iria sábado
com disposição a vaiar o time, e que vaiaria o empate contra o Fluminense...
Para um time, sobretudo de fora
do eixo, ser campeão Brasileiro ele precisa jogar contra tudo e contra todos. Então,
nós não podemos jogar contra. Não caia na onda da imprensa: confie, acredite,
vamos até o fim com Galo. Afinal, não torcemos pelas vitórias, torcemos pelo Clube
Atlético Mineiro