Desde a partida contra o Arsenal
de Sarandi no Independência que o Galo não vem jogando bem, não tem repetido as
atuações que fizeram com que Ney Franco definisse o Galo, espertamente,
transferindo a responsabilidade para a gente, como o melhor das Américas. De lá
pra cá, apesar das más atuações, eu fui um dos maiores defensores do time – e continuo
sendo – achando que, após a contusão do Tardelli e do Bernard, além da questão
técnica, o time ficou com medo de dividir em jogos que não valem a pena, com foco exclusivo no São Paulo. Se poupando para o que realmente importa.
Sábado, em Tombos, em, sim, um
campo péssimo, horroroso, em que a bola ficava viva o tempo todo, que não dava
para dominá-la ou para realizar uma troca de passes decente, o Galo, mais uma
vez, não esteve bem. Um 2 x 0 que, mais do que não convincente, me deu,
confesso atordoado, um certo medo. Tudo bem que o Luan perdeu um monte de gols
e que o Galo poderia e deveria ter ficado uns 7 gols. Mas, ainda assim,
alguns pontos me preocuparam. O time jogou muito mal e poderia até ter levado
um ou dois gols da equipe de Tombos.
Começando de trás, alguns pontos
me preocupam. O Marcos Rocha, desde a convocação, não tem jogado bem, embora
tenha lampejos decisivos e não comprometa muito. Anda marcando pior que o d costume, até porque a cobertura dos volantes também tem sido pior que a de costume. O
próximo ponto preocupante foi a atuação do Gilberto Silva. A saída de bola dele
continua perfeita, posicionamento idem. Entretanto, além de, óbvio, não ter
mais a mesma velocidade de antes, ele anda com uma preciosidade desnecessária,
querendo fazer todo lance um lance de Luizinho. O Rickão, que andava jogando
muita bola e que mereceu tomar a vaga do Júnior César, voltou com sua síndrome
de craque. Com ele a equação é simplória: jogando simples, arrebenta de jogar
bola, quando inventa, só faz besteira. Ele é o primeiro jogador cujo aplauso
faz mal. Ele faz uma boa jogada, ganha os aplausos e na próxima faz errado.
Ele precisa estar desacreditado para jogar.
O meio de campo não está marcando
como antes e não está dando a mesma cobertura a saída do Marcos Rocha. Na
armação, o Bernard ainda estava, claramente, com medo de machucar e o Tardelli,
fora de ritmo. Tardelli, sejamos justos, para variar, jogou muita bola. Enquanto aguentou, claro. O Luan,
apesar dos gols perdidos, também não decepcionou. Por fim, o Alecssandro, apesar da
cabeçada que deu o rebote para o gol do Luan, não chega nem perto do Jô. Ainda
que ele seja mais matador, para o time o Jô é muito melhor, como pivô, como
paredão, como atacante. Ele dá muito mais trabalho aos zagueiros. Aliás o quarteto ofensivo do
Atlético, quando completo, jogando bem, dá muito trabalho, até porque os
adversários terão que perder quatro jogadores marcando, já que se um ficar
livre, corre o sério risco de fazer um gol.
Quinta Feira é jogo para valer,
o mais importante do ano até agora. O jogo em que o time tem que entrar com
muita vontade, sem confundir com pilha e nervosismo, que já impediu alguns
times do Cuca de serem campeões. Neste jogo contra o São Paulo, que a imprensa
de lá considera o tricolor como favorito, não há chance para displicência e
para fugir de dividida. Se jogar como jogou os últimos jogos, toma. Por outro
lado, se jogar como vinha jogando antes da lesão do Tardelli, tem tudo para
ganhar o jogo e o confronto. Espero que as más atuações nas últimas partidas não
sejam nada além de foco no São Paulo, porque agora, Galo, não há mais desculpa. Vai ter que jogar bola, muita bola, para ir adiante na
Libertadores da América.