Quis o destino
que fosse assim. Sabíamos que um dia acabaria, que não seriamos eternamente
invencíveis no Horto. Mas, quis o destino que a mística acabasse justamente na
primeira partida na Arena Independência depois da épica e heroica conquista da
Libertadores. Depois de mais um ano sem derrotas, depois das estoicas batalhas
no Horto, enfim, perdemos em casa. E quis o destino que fosse assim, que a mística
acabasse justamente em uma derrota para um Atlético. O Atlético só
poderia perder no Horto se fosse para o próprio Atlético. E assim foi. Duas
vezes. Perdeu para o ele mesmo durante o jogo e os três pontos para o Atlético
Paranaense.
Era o destino.
O destino quis que a primeira derrota no Horto fosse em dia de festa, dia de entrega das faixas, na possível despedida de Bernard. O destino quis que fossemos imbatíveis durante a
Libertadores, já que durante a competição precisamos muito ser imbatíveis, a
invencibilidade aumentava a confiança, aumentava a fé e a esperança no "eu
acredito". O destino quis que o Tijuana não fosse o nosso algoz, em um lance
capital. Um lance mais agudo que os dois gols do Atlético Paraguaiense. Era
para ser assim. Era para ser em um jogo de festa, dia de distribuir camisas
comemorativas, dia de time e torcida relaxadas, um dia antes da festa oficial.
Era para ser assim.
A mística
acabou, junto com ela a pressão, mas não a força em casa, foram mais
de 50 jogos sem perder e, quando voltarmos à jogar sério, podemos, tranquilamente, ficar mais 50.
Falando em jogar sério, a mística acabou e a festa também. Ontem, eu e mais 70
mil pessoas encerramos a festa na Praça 7, à despeito dos recalcados de
plantão. Agora é hora dos jogadores voltarem a se concentrar no Brasileiro,
voltarem a jogar bola. É hora de arrumar a casa, contratar, fortalecer o elenco,
repor possíveis saídas. A hora é de voltar a vencer e que o Flamengo pague o
pato em Brasília.