sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A mística acabou

Quis o destino que fosse assim. Sabíamos que um dia acabaria, que não seriamos eternamente invencíveis no Horto. Mas, quis o destino que a mística acabasse justamente na primeira partida na Arena Independência depois da épica e heroica conquista da Libertadores. Depois de mais um ano sem derrotas, depois das estoicas batalhas no Horto, enfim, perdemos em casa. E quis o destino que fosse assim, que a mística acabasse justamente em uma derrota para um Atlético. O Atlético só poderia perder no Horto se fosse para o próprio Atlético. E assim foi. Duas vezes. Perdeu para o ele mesmo durante o jogo e os três pontos para o Atlético Paranaense.

Era o destino. O destino quis que a primeira derrota no Horto fosse em dia de festa, dia de entrega das faixas, na possível despedida de Bernard. O destino quis que fossemos imbatíveis durante a Libertadores, já que durante a competição precisamos muito ser imbatíveis, a invencibilidade aumentava a confiança, aumentava a fé e a esperança no "eu acredito". O destino quis que o Tijuana não fosse o nosso algoz, em um lance capital. Um lance mais agudo que os dois gols do Atlético Paraguaiense. Era para ser assim. Era para ser em um jogo de festa, dia de distribuir camisas comemorativas, dia de time e torcida relaxadas, um dia antes da festa oficial. Era para ser assim.


A mística acabou, junto com ela a pressão, mas não a força em casa, foram mais de 50 jogos sem perder e, quando voltarmos à jogar sério, podemos, tranquilamente, ficar mais 50. Falando em jogar sério, a mística acabou e a festa também. Ontem, eu e mais 70 mil pessoas encerramos a festa na Praça 7, à despeito dos recalcados de plantão. Agora é hora dos jogadores voltarem a se concentrar no Brasileiro, voltarem a jogar bola. É hora de arrumar a casa, contratar, fortalecer o elenco, repor possíveis saídas. A hora é de voltar a vencer e que o Flamengo pague o pato em Brasília.