sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Yes, we CAM

Estava ocupado demais para escrever, mas não para acompanhar o Galo. Estive presente nos últimos 5 jogos no Horto e, obviamente, vi todas as outras partidas, inclusive a de ontem. E, sobre o revés diante do Corinthians, o que se há de dizer é que existem derrotas e derrotas.

Existem derrotas, como aquelas para o Flamengo, nas quais patético é elogio para o futebol apresentado, e causa uma revolta absurda por perder para um time infinitamente inferior tecnicamente. Algumas, como a diante do Goiás e Sport, são simplesmente “incomentáveis” e implacáveis, tamanha a apatia demonstrada em campo. Outras, como as contra o São Paulo, meras fatalidades, aquelas em que você lamenta profundamente os gols perdidos... Enfim, derrotas e derrotas.

A de ontem é uma daquelas derrotas que não são surpreendentes, pelo contrário, fazem parte do planejamento. Afinal, ninguém vai ganhar todos os jogos, e, na “Arena Mãos ao Alto” contra a Gambazada, um time, apesar de mal treinado, muito bom, não é nenhum absurdo. Contudo, ontem especificamente, apesar de todos esses fatores, a derrota foi injusta. A começar pelos números. O Galo chutou o dobro das vezes, ficou muito mais com a bola, foi quem procurou o jogo e foi melhor.

O adversário aproveitou-se, em casa, do contra-ataque e achou um gol em uma bobeira do Jemerson, única do jogo. Mas antes de falar das falhas do Galo, que, óbvio, aconteceram, vamos lamentar o lamentável. A gente sabe como funciona os jogos contra o Corinthians. Com todo o respeito, eu tenho muitas dúvidas com relação à posição do Romero quando recebeu a bola para fazer o cruzamento do gol. Muitas dúvidas mesmo. Só não as sanei por completo, confirmando a minha suposição primeira, porque, quando o lance é para os Gambás, a câmera de impedimento some. Nenhum replay em ângulo aberto apareceu... Vai saber.

E não foi só isso. O juiz, pelos dois lados, é verdade, não marcava quase nenhuma falta, deixou o pau cantar e não deu nenhum cartão em lances que paravam contra-ataques, sobretudo os do Galo. O Corinthians sobre aproveitar melhor dessa pancadaria. Quando os jogadores do Atlético partiam com a bola dominada, era porrada na certa. Faltou aos atletas do Galo a inteligência de perceber isso e soltar as bolas mais rápido, sobretudo ao Marcos Rocha e o Tardelli. Era fato: não ia ter falta, então para que correr com a bola e levar porrada?

Mas vamos aos defeitos atleticanos, afinal, mesmo com esses pontos lamentáveis, há erros para se corrigir. O time sentiu, e muito, a falta do Rafael Carioca na saída de jogo. O Galo ficou muito tempo com a bola em lugares improdutivos, principalmente na defesa, rolando de um lado para o outro, sem infiltrar. Faltou velocidade de jogo, intensidade e verticalidade, um pouco o jeito “Galo Doido”, do Cuca. Não foi só isso. Excluindo as bolas paradas do Marcos Rocha, o Atlético não acerta um cruzamento. Incrível. São bolas e mais bolas rifadas na área ou colocadas nas mãos do goleiro.

Acrescente a isso o fato de o Luan e o André terem perdido gols que, simplesmente, não se perde. Principalmente o do Luan. Faltou calma para finalizar e deixar o resultado mais justo e condizente com o que foi o jogo. Falando em finalizações, falta ao Galo justamente isso: chutar. O time, parece, tem vontade de fazer gols de dentro da área, entrando com bola e tudo. Contra um time bem fechado como o Corinthians, isso complica. Em um dado momento da partida, após um arremate do Tardelli, o Levir Culpi virou ao seu auxiliar e disse: “qual a dificuldade em tocar a bola”. Em casa, eu respondi: “qual a dificuldade em tentar chutar a gol?”. E não é falta de qualidade. Donizete, Rocha, Tardelli, Guilherme, todos são jogadores com bom potencial de chute.               

Por fim, alguns jogadores atuaram abaixo do nível normal. Enquanto o Conceição e Claudinei, por exemplo, estiveram absurdamente acima de sua capacidade, Donizete, Marcos Rocha, Guilherme, Luan, Carlos e Tardelli foram abaixo do normal, o que é compreensível. O anormal e contestável é colocar o André no jogo. Mesmo o Jô estando mal, se não for para alterar o esquema, tirando o jogador fixo da área, melhor não mexer. O André não tem acrescentado absolutamente nada no time.


Em um balanço geral, porém, o time jogou bem e o resultado foi mentiroso. Saímos ainda com a certeza absoluta não só que podemos entrar no G4 como, principalmente, que é tranquilamente possível passar pelo Corinthians/Apito na Copa do Brasil.