A ansiedade
pré clássico é sempre normal. Jogo, decisão, sem favoritos. São 180 minutos,
nós contra eles e nada mais. Estar invicto contra o Cruzeiro em 2014, neste
momento, pouco importa. Só importa a vitória, o título. E a taça tem de ser
alicerçada no Horto, em nossos domínios, com a nossa pressão. São 80 jogos e
apenas 3 derrotas. No Horto são 8 jogos invictos contra o Cruzeiro. Mas tabus
só existem fora de campo.
Nas duas
últimas vezes em que o Atlético chegou em uma decisão inédita, Libertadores e
Recopa, levamos. A sorte épica das fases anteriores também remontam o filme
da Conquista da América. Mas, na hora de entrar em campo, tudo isso vira
estatística e história.
Sinceramente,
para esta noite tenho apenas um receio. O mestre Levir. De vez em quando ele
gosta de inventar. Nos idos dos anos 90 era comum o Levir Culpi amarelar e
arregar justamente nas horas decisivas. Por isso ficou acumulou vice
campeonatos e ficou conhecido como Levice.
Essas
mudanças, em geral, eram conservadoras e traziam o time para trás, como fez com
o próprio Cruzeiro na final do Brasileirão de 1998 contra o Corinthians. Fez
também na primeira partida das quartas de final contra o Flamengo no Maracanã, sacando o Luan para colocar o Pierre e
jogar com dois volantes. No segundo jogo, por falta de opção, fomos para o tudo
ou nada, como sabemos jogar.
Sempre que
atuamos covardemente fomos mal. Não é hora de inventar e é, sim, a hora de
atacar. Hora de entrar em campo como se tivesse perdido a primeira por 2 x 0,
afinal, não teremos o Horto na decisão. Não tem mistério, um cabeça de área e o Dátolo
fazendo o papel de segundo volante, onde, inclusive, ele vai bem melhor. Victor; Marcos Rocha, Leo Silva, Jemerson e
Douglas Santos; Donizete, Dátolo, Luan e Maicosuel; Tardelli e Carlos. É isso e
vamos para cima deles.
Para cima
com tudo que temos e explorando as fraquezas do adversário, as quais também não
são segredos: bola aérea e apertar a saída de bola. Eles adoram entregar uma
paçoca. Mas não se enganem, suas fraquezas defensivas são exatamente seus pontos
fortes na frente: então todo cuidado com a bola alta e a posse de bola
defensiva.
De qualquer
jeito, hoje é dia de ver o melhor mandante do mundo jogar. E não adianta, não
há Rivotril que me acalme, não há nada que me faça tirar a cabeça do jogo. Esse
sentimento só vai passar lá, no Horto, esperando para entrar no campo; quando
vejo não ser o único cujo corpo e alma estão complemente comprometido pela
ansiedade.
Pra cima
deles Galo! Eu acredito!