quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O tempo para

Concentrar é impossível.
Qualquer coisa que não seja o jogo passa batido.
São vãs as tentativas de pensar em algo para além da partida.
O dia 26 de Novembro será longo.
Aliás, já vem sendo.
Ele começou há 15 dias e sabe-se lá quando vai terminar.
O grande momento do dia, porém, não chega.
Não adianta dizer o contrário.
Ninguém pensa, fala ou respira algo para além do clássico.
O tempo parece não passar.
Cada minuto parece ser uma eternidade.
E a cada cinco eternidades confiro o relógio mais uma vez.
O frio na barriga é algo indescritível.
Às vezes penso que o melhor seria apagar agora e só acordar amanhã, depois de tudo decidido.
Mas não é.
Não dá para ser.
Não dá para perder.
A ansiedade se reflete no corpo em calafrios, em suor...
Fome não existe.
E o tempo continua sem passar.
O que fazer para as horas passarem?
Sono há tempos não existe.
E não há Rivotril que me colocaria na cama.
Desta vez, nem os programas e sites esportivos, que tanto me aliviaram na final da Libertadores, aliviam.
Aliás, desta vez isso só torna a ansiedade maior.
Sinceramente, a vantagem faz a ansiedade ser maior.
Ela não tranquiliza.
Pelo contrário.
Somos a prova que vantagem não representa rigorosamente nada.
O tempo insiste em ficar parado.
E aos poucos os sentimentos e palavras para descreverem a ansiedade vão se esvaindo.
E encerro mais uma vã tentativa de conter a ansiedade.
Encerro, com duas certezas apenas.
A primeira é que esse, até hoje, vem sendo o dia mais longo da minha vida.
A segunda é que a nossa ansiedade tem que se traduzir em raça, vontade e futebol.
Só assim poderemos ser campeões.

Maldito relógio.