Concentrar
é impossível.
Qualquer
coisa que não seja o jogo passa batido.
São vãs as
tentativas de pensar em algo para além da partida.
O dia 26 de
Novembro será longo.
Aliás, já
vem sendo.
Ele começou
há 15 dias e sabe-se lá quando vai terminar.
O grande
momento do dia, porém, não chega.
Não adianta
dizer o contrário.
Ninguém
pensa, fala ou respira algo para além do clássico.
O tempo
parece não passar.
Cada minuto
parece ser uma eternidade.
E a cada
cinco eternidades confiro o relógio mais uma vez.
O frio na
barriga é algo indescritível.
Às vezes
penso que o melhor seria apagar agora e só acordar amanhã, depois de tudo
decidido.
Mas não é.
Não dá para
ser.
Não dá para
perder.
A ansiedade
se reflete no corpo em calafrios, em suor...
Fome não
existe.
E o tempo
continua sem passar.
O que fazer
para as horas passarem?
Sono há tempos não existe.
E não há Rivotril
que me colocaria na cama.
Desta vez,
nem os programas e sites esportivos, que tanto me aliviaram na final da
Libertadores, aliviam.
Aliás,
desta vez isso só torna a ansiedade maior.
Sinceramente,
a vantagem faz a ansiedade ser maior.
Ela não
tranquiliza.
Pelo
contrário.
Somos a
prova que vantagem não representa rigorosamente nada.
O tempo
insiste em ficar parado.
E aos
poucos os sentimentos e palavras para descreverem a ansiedade vão se esvaindo.
E encerro mais uma vã tentativa de conter a ansiedade.
Encerro, com duas
certezas apenas.
A primeira
é que esse, até hoje, vem sendo o dia mais longo da minha vida.
A segunda é
que a nossa ansiedade tem que se traduzir em raça, vontade e futebol.
Só assim poderemos ser campeões.
Maldito
relógio.