Um time
campeão é formado por várias coisas. Óbvio, o título é consequência, estar
sempre disputando que é a obrigação. Seria mágico ganhar campeonatos todos os anos, seria mágico, mas é bem improvável.
Mas, ao que tudo indica, estaremos sempre brigando, isso sim, mais que plausível, um dever. É bom lembrar que, ainda assim, nem sempre o
melhor vence. Nem sempre o melhor tem o espírito vencedor. Espírito este deve
ser angariado à instituição através de jogadores cujo gosto pela vitória supera
à tática e a técnica jogadores naturalmente campeões. Então, questão de tempo, o título virá e o espírito
conquistador é incorporado à Instituição, à torcida.
O Galo se
tornou um time campeão, sem mais. Sempre esteve entre os grandes, durante
muitos anos disputou, mas a falta do ímpeto campeão levou o gigante ao sono e a
Instituição a desorganização. Nos últimos anos a o time (já que a Instituição sempre foi e será gigantesca) voltou ao seu
lugar glorioso, o gigante despertou, por conta de um trabalho sério. Hoje,
temos gosto pelo título. Torcedores, jogadores, todos temos. Por isso somos
campeões. Não queremos e não podemos perder esse gosto. Voltamos ao topo para
ficar e isso se manter aqui é muito mais trabalhoso do que se imagina.
Já provamos
que para criar campeões não são necessários gastar fortunas de dinheiro irresponsavelmente em baciadas de atletas, ou jogadores apenas de nome. Experimentamos isso. Melhor é ser
austero e gastar com inteligência. Começar investindo em estrutura, como o CT, formação de atletas, contratações grandes, mas pontuais.
Montar e remontar times anualmente, mensalmente, gastar por gastar não dá
certo.
Aprendemos, sofridamente, mas aprendemos.
É difícil reorganizar a casa, voltar colocar as contas em ordem, mas é um passo
a ser seguido, embora com bastante dificuldade. A ideia de construir um estádio sem enfraquecer o time é mais um passo rumo à manutenção e perpetuação do sucesso. Mas, como eu disse no início do parágrafo, é necessário um time competitivo. E
nosso time se manterá competitivo para o próximo ano. E não precisamos entrar na onda
de especulações e sair anunciando jogadores à rodo. Estamos mantendo a base, o
treinador, a filosofia. Jogadores com a cara do Galo, espírito do Galo e gana por títulos. Isso temos e mantemos.
Agora são
resolver as questões pontuais. O primeiro reforço contratado sob medida é o Lucas Pratto. Reforço,
diga-se, só possível por conta da nova realidade vivida pelo Atlético. Dentre
os clubes possíveis, o melhor jogador argentino da temporada passada, escolheu, repito, escolheu o
Galo. E o Galo escolheu bem. Evidentemente, temos de ter paciência com um
jogador estrangeiro, mas, de toda sorte, quem já viu ele jogando
sabe: o cara é bom e já provou isso. Provavelmente,
porém, perderemos o Guilherme. Perda, para mim, inestimável. Entendo que a
pedida dele, se for de fato o anunciado, é um tanto quanto absurda, mas eu, se diretor
do Galo, tentaria um meio termo às últimas consequências. Contudo, caso ele se vá, não será nenhuma catástrofe.
Essa é a
nova realidade do Galo: o gigante despertou. Despertou em busca
de títulos, nos mal acostumando. Voltamos a ser temidos por todos, quase imbatíveis
nos nossos domínios, um time sempre favorito. Só assim, com essa nova realidade
vencedora, um goleiro pega um pênalti aos 47 do segundo tempo em um jogo
eliminatório da Libertadores. Só assim se ganha duas disputas seguidas nos pênaltis em uma competição continental,
só assim se vira, seguidamente, dois resultados como àqueles 4 x 1 da Copa do
Brasil. Só assim, se elimina tão categoricamente Flamengo e Corinthians...
Não
entendam mal, sobretudo os rivais. Não somos apaixonados por títulos. Afinal, nosso
maior título ainda é, e sempre será, ser Galo. Nossa maior paixão ainda é, e
sempre será, o Atlético. Nossas maiores emoções ainda estão, e sempre estarão no
caminho. As conquistas são apenas, e nada além disso, a nossa atual realidade.