segunda-feira, 20 de julho de 2015

Os pés de pano

Isso é futebol. Não tem nada com justiça. Sábado o Galo jogou pra caralho. Não há palavra bonita para mensurar a quantidade que o time jogou. Um erro, nada além de um erro, e o Atlético perdeu por um a zero um jogo que merecia ter ganho por uma diferença razoável de gols. Acontece. Não se ganha sempre. É impossível ganhar sempre. E o jogo de sábado a derrota era aceitável. 

O time quase todo foi bem. À parte o Luan, que mal teve tempo em campo, e o Carlos, que o substituiu, destoaram um pouco, todos foram bem. O goleiro do Corinthians, o tal de Valter, pegou muito. Antes tivesse sido o Cássio. A dupla de zaga e o lateral direito deles também jogaram muito. Ainda assim, abusamos do direito de perder gols. Nem todo dia é dia de Santo.

Bola na trave do Giovanni Augusto, que, mais tarde, no último lance do jogo, depois de receber um passe espetacular do Cárdenas, mascou o chute na cara do gol. Cabeçada do Pratto para defesa incrível do goleiro. Um passe genial do Guilherme, o Prato outra vez parou no goleiro. Sem contar na bola raspando a trave do Urso, vinda de um cruzamento do Thiago Ribeiro... E por aí vai. Quem viu o jogo sabe: massacramos os Gambás.

O time jogou bem, perdeu por contingência, normal. Perdeu um jogo que podia perder, afinal, na hora de se planejar a campanha pelo título, esses pontos são perfeitamente perdíveis. Basta dizer que nos dois últimos anos o Cruzeiro campeão perdeu para eles na Arena Mãos ao Alto. Ano passado perdeu também em BH. O São Paulo, campeão em 2006, quando o Corinthians foi rebaixado, perdeu 6 pontos para o líder da Globo. Nada preocupante. Agora temos que fazer o dever de casa e ganhar os 6 pontos que vamos disputar em BH.

De toda sorte, como um presságio, contamos com a sorte de o Vasco fazer o improvável e ganhar um jogo. Aliás, ganhar fazendo mais de um gol na mesma partida. Menos mal. Seguimos líderes. 

Preocupante, contudo, é o cenário anti-Galo que se desenha. Neste final de semana ficou provado: para sermos campeões, para um time fora do eixo ganhar o Brasileirão (o único que conseguiu isso depois da era pontos corridos foram justamente as meninas do outro lado da Lagoa), não basta jogar bem e ganhar os jogos. Tem que jogar contra os adversários, alguns muito fortes e eficientes, como o Corinthians. Contra o gramado bizarro de Itaquera, que tem um percentual de grama sintética. Contra o juiz, que só vê faltas para um lado. Contra si mesmo, em um dia em que gol não sai, como no Sábado. Jogar contra a saída de jogadores, contra a CBF e contra a Globo.

Quem viu a transmissão de Fluminense e Vasco na Vênus Platinada notou: quando o Vasco fez o gol, os caras da transmissão não acreditavam! Como o Galo seguiria líder por mais uma rodada? A vontade dos caras de tirarem o Galo da liderança é tanta que eles já fizeram isso nos Cavalinhos do Fantástico, a única tabela na qual o Atlético está atrás do Corinthians. Aliás, só para constar, o saldo do Galo é quase o dobro dos Gambás...


Mas vai ser assim. Para terminar no topo, sem ver ninguém na frente, vamos ter que ir contra tudo e todos até o fim, até o último apito da trigésima oitava rodada. Até porque, não vão ser os pés de pano do Fantástico que vão levar a taça.