Isso é futebol. Não tem nada com
justiça. Sábado o Galo jogou pra caralho. Não há palavra bonita para mensurar a
quantidade que o time jogou. Um erro, nada além de um erro, e o Atlético perdeu
por um a zero um jogo que merecia ter ganho por uma diferença razoável de
gols. Acontece. Não se ganha sempre. É impossível ganhar sempre. E o jogo de sábado a derrota era aceitável.
O time quase todo foi bem. À
parte o Luan, que mal teve tempo em campo, e o Carlos, que o substituiu, destoaram um pouco, todos foram bem. O goleiro do Corinthians, o tal de Valter,
pegou muito. Antes tivesse sido o Cássio. A dupla de zaga e o lateral direito deles também jogaram muito. Ainda assim, abusamos do direito de perder
gols. Nem todo dia é dia de Santo.
Bola na trave do Giovanni
Augusto, que, mais tarde, no último lance do jogo, depois de receber um passe espetacular do Cárdenas, mascou o
chute na cara do gol. Cabeçada do Pratto para defesa incrível do goleiro. Um passe
genial do Guilherme, o Prato outra vez parou no goleiro. Sem contar na bola
raspando a trave do Urso, vinda de um cruzamento do Thiago Ribeiro... E por aí vai. Quem viu o jogo sabe: massacramos os Gambás.
O time jogou bem, perdeu por contingência,
normal. Perdeu um jogo que podia perder, afinal, na hora de se
planejar a campanha pelo título, esses pontos são perfeitamente perdíveis.
Basta dizer que nos dois últimos anos o Cruzeiro campeão perdeu para eles na
Arena Mãos ao Alto. Ano passado perdeu também em BH. O São Paulo, campeão em
2006, quando o Corinthians foi rebaixado, perdeu 6 pontos para o líder da
Globo. Nada preocupante. Agora temos que fazer o dever de casa e ganhar os 6 pontos que vamos disputar em BH.
De toda sorte, como um presságio, contamos com a sorte de o Vasco fazer o improvável
e ganhar um jogo. Aliás, ganhar fazendo mais de um gol na mesma partida. Menos mal. Seguimos líderes.
Preocupante, contudo, é o cenário
anti-Galo que se desenha. Neste final de semana ficou provado: para sermos
campeões, para um time fora do eixo ganhar o Brasileirão (o único que conseguiu
isso depois da era pontos corridos foram justamente as meninas do outro lado da
Lagoa), não basta jogar bem e ganhar os jogos. Tem que jogar contra os
adversários, alguns muito fortes e eficientes, como o Corinthians. Contra o gramado bizarro de Itaquera, que tem um percentual de grama
sintética. Contra o juiz, que só vê faltas para um lado. Contra si
mesmo, em um dia em que gol não sai, como no Sábado. Jogar contra a saída de
jogadores, contra a CBF e contra a Globo.
Quem viu a transmissão de Fluminense
e Vasco na Vênus Platinada notou: quando o Vasco fez o gol, os caras da transmissão
não acreditavam! Como o Galo seguiria líder por mais uma rodada? A vontade dos caras
de tirarem o Galo da liderança é tanta que eles já fizeram isso nos Cavalinhos
do Fantástico, a única tabela na qual o Atlético está atrás do Corinthians.
Aliás, só para constar, o saldo do Galo é quase o dobro dos Gambás...
Mas vai ser assim. Para terminar
no topo, sem ver ninguém na frente, vamos ter que ir contra tudo e todos até o
fim, até o último apito da trigésima oitava rodada. Até porque, não vão ser os pés de
pano do Fantástico que vão levar a taça.