quarta-feira, 13 de março de 2019

O preço da teimosia

O Atlético pode entregar muito mais, mas a teimosia do Levir Culpi está colocando em risco a nossa classificação às oitavas da Libertadores em um vexame histórico. Sim, mais uma derrota e mais uma vez vai para conta do asno - pela teimosia - no comando.

Para mim está mais do que claro: o Levir não liga mais para os resultados, para ele o importante é calar a boca de todo mundo, provar que ele está certo e o mundo errado. Acontece que dificilmente o mundo inteiro está errado. É aquela velha história, se você enxerga problema em tudo, provavelmente o problema é você.

Vou começar pela mais óbvia prova de que não é convicção, mas teimosia mesmo: Patric. Não vou nem discutir a qualidade dele e seu posto de intocável no time, mas a simples questão de condição se jogo. O Patric passou o dia inteiro com febre, foi medicado e entrou em campo. Se há uma posição que Levir não precisava desse tipo de expediente era a lateral direita. O Guga já pede passagem há tempos, mas o asno prefere colocar o cara sem condições físicas. Isso não é convicção, não é subjetividade. É fato. A desculpa do treinador foi ainda pior que a atitude: "não quero queimar o Guga". Não quer queimar o Guga, mas tem fritado o Patric, quase que selando o fim de sua carreira no Galo. Além disso, na hora do desespero, com o placar adverso, faltando uns 15 minutos, aí ele põe o Guga para salvar a pátria. Se isso não é fogueira, não sei o que é.

As entrevistas do Levir são outra prova que não há traço algum de convicção, senão a teimosia do burro sem sorte. O jogo narrado pelo Levir na coletiva não é o mesmo que todos viram. Suspeito que nem ele tenha visto o jogo que diz aos repórteres, mas precisa de subterfúgios para esconder a teimosia. A questão é que tais subterfúgios são fracos que acabam caindo na incoerência. Categoricamente, Levir afirmou que não pode ficar mudando o time e o esquema a cada tropeço, que futebol se faz de repetição. Concordo. Mas a grande questão é: então, por que cargas d'água ele mudou o time e o esquema quando estava dando certo?

O time do Atlético é mal treinado, mal escalado e desorganizado. Confesso que não esperava do Levir um time organizado e bem treinado, tanto que, à época de sua contratação sugeri uma dobradinha entre ele e o Larghi. Esperava do Levir mais ousadia, ainda que desorganizada, o Levir que jogava no Galo Doido, só com um volante, para fazer e tomar 4. É óbvio que para ganhar a Libertadores ou o Brasileirão é necessário um time mais organizado e um elenco mais encorpado, mas para ganhar do Cerro e do Nacional, não. Era preciso apenas saber distribuir as camisas. E qualquer um sabia como distribuí-las, menos o Levir. Ou melhor, até ele sabia, mas para ele ganhar se tornou absolutamente secundário.

Repito, o laboratório contra o Defensor era válido. Deu errado, ao menos parcialmente. Fato que é que o time anterior era mais eficiente e jogou melhor. O novo esquema, por razões que já cansei de discutir aqui, não fez um gol sequer, embora tenha tomado apenas 2. Então era óbvio que esse esquema precisava ser aprimorado, mas não na Libertadores. Na competição continental Levir precisava ser pragmático: jogar com o time que vinha ganhando. Aliás, o próprio time reserva do Galo adota o antigo esquema, outra prova que o Levir não trabalha por convicção, mas por teimosia.

Contra o Nacional o mundo inteiro sabia qual time deveria ter entrado. Pelo nível do time uruguaio ficou claro até que o time que outrora havia jogado em Montevidéu venceria a partida de ontem. Mas Levir foi teimoso e pagou o preço. 

No segundo tempo todos os torcedores, comentaristas, radialistas, TODOS sem exceção, viram que o Galo abdicou de jogar e que, cedo ou tarde, se não mudasse sofreria o gol. E que não seria mérito nenhum do Nacional, mas um demérito, quase que uma súplica do Galo para que isso acontecesse.

Dito e feito. Nacional marcou, em um cruzamento pela esquerda no qual o Patric não aparece nem no replay. Só assim o Levir mudou e demonstrou mais uma vez que se trata tão somente de teimosia, do prazer sexual de dizer ao mundo que só ele estava certo: assim que sofreu o gol, colocou em campo o time que TODO MUNDO sabia que deveria ter começado o jogo e que, na pior das hipóteses, deveria ter voltado para o segundo tempo. Era tarde. A teimosia custou caro, pode valer a classificação, perdida para dois times muito piores e cedida pela covardia teimosa do burro que perdeu a sorte.

À diretoria cabe chamar o treinador em um canto. Cobrar o óbvio, já que ele não demonstra nenhum incômodo com a situação, tampouco compromisso com a vitória. É preciso um ultimato e se ele persistir na teimosia, que já ultrapassou o limite da burrice, infelizmente tem que trocar, aproveitar o grande intervalo até o próximo jogo. Particularmente, espero que ele ponha a mão na consciência, deixe de lado a teimosia e seja humilde. Confesso porém ser mais torcida do que crença.

No mais, é por as barbas de molho e fazer os 12 pontos que faltam.