terça-feira, 19 de março de 2019

O jogo do Matter



O clássico domingo valeu demais pela tabela, pela emoção, pelo Guga e pela afirmação do Alerrandro. Marcou também o retorno às origens do Levir: o time que faz muito, mas leva muito. Longe do ideal, mas funciona mais do que o "Levir Menezes", que não faz gol e toma ao menos um por jogo. E digo mais: o América é muito superior ao Cerro e ao Nacional. Na verdade, e já exprimo isso em redes sociais, o América do subestimado Velho Giva é um time muito bem armado, organizado e com alguns talentos, como o excelente Zé Ricardo, melhor do que qualquer volante no elenco atual do Galo. Por essas e outras, sem medo de errar, digo que se tivesse jogado assim na Libertadores teria 6 pontos e a liderança do grupo.

Sinceramente, e graças aos deuses do bom futebol, o Atlético ganhou o jogo. Se empata, não tenho dúvida de que o Levir diria: "tá vendo, sem o Patric o time não ganha". Ainda assim, o Patric não é o maior dos males, e o time, apesar de mais ofensivo, continuou desorganizado e com aspecto de mal treinado. Bola aérea na nossa defesa é um terror e essas falhas de posicionamento, com todo respeito, são culpa do treinador. É verdade que no segundo gol houve a falha na saída de bola e que a falta no Caveirão é discutível (eu até agora não vi), mas não podemos sofrer tanto com bolas aéreas, sobretudo tendo três zagueiros de mais de 1,90.

Outro fator determinante foi a expulsão do Matheusinho. No entanto, ao contrário do que muitos pensam, jogar com um a mais não é tão simples. Se você está ganhando com um a mais e o adversário tem que sair, obviamente facilita o jogo. E neste aspecto o Galo foi mal, pecou pela afobação e acabou cedendo o empate em uma bola vadia. Agora, com o jogo empatado, e o outro time defendendo com 10, complica. Nem no 11 contra 11 um time se defende com 10, por isso é preciso paciência e rodar a bola. E isso o Galo fez. Sem tanta ordenação, com posicionamento discutível, mas fez.  

Isso foi o campo, agora vamos ao cerne do problema nos últimos tempos: o banco. A entrevista do auxiliar do Levir foi muito melhor e mais esclarecedora do que a do treinador efetivo. Ficou claro que a comissão técnica não colocava o Guga justamente porque a torcida pedia. Matter disse que "as alterações não ocorreram por causa de pressão", todo mundo sabia que o Guga pedia passagem. O Levir também, mas teimosia não deixava. Aliás, para não perder a teimosia, ele mostrou outro ponto que para mim incompreensível, sobretudo para um fã dos números, como o Levir: quais os números que justificaram a escalação do Terans no time do titular? Mais uma vez o time mudou para melhor com a entrada do Chará. Desta feita, ele até foi decisivo, mas ainda que não tivesse sido, quando ele entra, há uma clara mudança na dinâmica do time.
Em tempo, diferentemente do Levir, o Luís Matter parece assistir o mesmo jogo que vemos na arquibancada. Primeiro na questão Elias, em que o próprio auxiliar alfinetou seu chefe, dizendo que discordava da escalação do camisa 7 como ponta. Além disso, e esse para mim tem sido o ponto crucial: "queria matar o Adilson porque ele queria jogar de meia". Com o esquema de três volantes é justamente isso que tem acontecido: os dois cabeças se área, seja Adilson, Zé Welison ou Jair, têm ficado muito tempo com a bola no pé, mais perdidos que cego em tiroteio. Essa bola precisa passar por Cazares, Luan e, na minha escalação, Chará.
Espero que o Levir ouça seu auxiliar e que, para os próximos jogos da Libertadores, seja mais pragmático: parta para cima e faça muitos gols, seja o Levir velho, porque entre ganhar de 6x4 e perder de 1x0, eu fico com a primeira opção.