quinta-feira, 4 de abril de 2019

Não está nada bem seu Levir

No carro, a caminho do Mineirão, já discutia com meu pai e o motorista do aplicativo: o problema do Galo é treinador. Não estou dizendo que o elenco é para ser campeão Brasileiro, mas que dava para apresentar mais, isso dava.

Paguei o exemplo dos Falsos, que fizeram um excelente jogo contra o Boca na terça-feira. Minha ponderação foi muito simples: do elenco do Paraguaiense, apenas dois jogadores seriam titulares absolutos no Galo: Renan Loddi, na lateral esquerda e o Bruno Guimarães no meio. De resto, no máximo, disputariam posição. Mas como o time é organizado. Quando está com a bola, todos sabem o que fazer, onde aparecer. Chegam perto para receber a bola, tabelam e parecem saber onde encontrar os companheiros. Na hora de marcar, a organização é exatamente a mesma. Os jogadores se agrupam, sabem onde se posicionar, quando dobrar a marcação, quando fazer a cobertura, etc.

Mal começou a partida entre Atlético e Zamora e já comentei o quão perceptível era a diferença. Quando os jogadores do Galo pegam na bola os outros se escondem. Praticamente não há opção de passe, não compactação, posicionamento ou movimentação. É um bando em campo e cada um que tente resolver como der... Defensivamente a desorganização é ainda mais evidente e alarmante. Quando o time está no ataque fica completamente exposto e toma gols absolutamente ridículos.

No primeiro gol, ao perder a bola no ataque, já comentei que o Fábio Santos estava sozinho contra dois.  Nem o ponta, nem o volante foram fazer a cobertura. A tabela saiu, a bola foi invertida da esquerda para direita, obviamente menos protegida ainda. Lá o Guga levou um drible desconcertante do venezuelano, sério dava saudade do Patric todas as vezes que o atacante deles ia para cima do Guga, e cruzou para a área. Como todos sabemos, a zaga do Atlético, só para variar, muito mal posicionada, e sofreu o primeiro gol.

Aí, só para variar, o Galo saiu para o ataque de maneira inconsequente e irresponsável, com zero organização e zero efetividade. Em outro contra-ataque, uma bola perdida infantilmente pelo Zé Welison, a defesa era formada pelos dois laterais. Guga, outra vez, batido como juvenil e o Fábio Santos parado esperando o bandeira. Dois a zero no placar e nenhuma perspectiva. Sério, fosse o Zamora um time minimamente competitivo, teria matado o jogo no primeiro tempo e feito mais uns dois gols.

Chegou o intervalo e a impaciência se misturava com a esperança. Impaciência por não ver nenhuma perspectiva no trabalho do treinador. Esperança porque o adversário era muito fraco e uma virada poderia ser ao menos uma injeção de moral. O Galo fez o que podia. Se não dava na organização e na tática, teria que ser no abafa e na vontade. Claro que a torcida pediu raça. Afinal, sempre que falta alguma coisa que ela não sabe o que é, pede raça. Faltava, falta, treino, organização, consciência tática. Raça sobrava. Aqui, preciso fazer uma menção extremamente honrosa ao Fábio Santos. Que personalidade. Vaiado, xingado, pressionado, mas nunca omisso. Enquanto outros se escondiam, ele aparecia, tentava e lutava. 

O Galo fez o primeiro no abafa. Mas ainda faltavam dois. Levir mexeu no time e fez jus ao seu livro. Primeiro, apesar do mal (não) trabalho do Levir, parece que ele está redescobrindo o Nathan como volante. Entrou muito bem o garoto. Além de dar uma qualidade de passe na saída de bola quase que inexistente até então, ele fez o básico que todo volante aprende na base e que nem Elias, nem Zé Welison faziam: cobriu os laterais, auxiliava e dobrava na marcação. De toda forma, faltou juízo ao Levir. Ele tirou os dois volantes mesmo estando claro que o Luan não aguentava mais... só que o burro tem sorte.

Em mais um lance de abafa, o Galo empatou com Vinícius. Em um lance estúpido o Zamora ficou com um a menos (justamente). Em outro lance mais estúpido ainda o pênalti claro cometido e, fazendo justiça à luta e personalidade dele, Fábio Santos marcou de pênalti para virar o jogo. A partir daí o Galo controlou o jogo com facilidade, que deveria ter tido desde o início.

Emoções à parte, não ouvi a entrevista do Levir, em que imagino um puta stand up, em que ele deve ter falado que tem que ser sofrido, e todo aquele bla bla bla de sempre. 

Fato é que o time do Galo é uma bagunça, mal treinado, e desse jeito não há Messi que dê jeito. Fico me perguntando o que diabos faz o Levir durante a semana, porque treinar o Galo, isso ele não faz.