quinta-feira, 11 de abril de 2019

O Atlético não parece Atlético

Desde o início do ano meu pai vem repetindo essa frase. E hoje, de fato, fui obrigado a concordar. O Atlético não tem cara de Atlético. Um time apático, vergonhoso, muito aquém de suas possibilidades como equipe. Um time sem organização, mal-escaldado, mal treinado, inseguro e sem confiança.

Mais que uma atuação patética, para consagrar uma campanha risível, para mim hoje é o melancólico fim do ciclo de Levir Culpi no Atlético. É triste, até porque, o segundo melhor time do Atlético que vi jogar era treinado por ele. Obviamente, o time de 2013 foi O MELHOR, mas o time de 2001, injustiçado e roubado em São Caetano, era, até a chegada de Cuca e Ronaldinho, o melhor de todos os Galos que eu vi jogar.

Mas o tempo passa e as coisas mudam. E, apesar de alguns acharem que os caras querem derrubar o treinador, eu acho o atual time do Galo é a cara do Levir Culpi: desinteressado, conformado, satisfeito com tudo. A grande diferença é que o Levir já está com a vida ganha. Não bastasse esse comportamento conformista medonho, o time do Atlético não apresenta um pingo de organização, de brio ou estabilidade emocional. Essa zona, é claro, reflete nas atuações individuais, sobretudo, no emocional dos jogadores que não confiam nem acreditam naquilo que o técnico fala, diz ou pensa. Vale lembrar, que antes do primeiro gol do jogo, o Adilson quase deu um gol para Cerro, do mesmo jeito que o Fábio Santos deu o terceiro...

Ainda assim, ainda mal escalado (Bolt não deveria ser titular, nem o Léo Silva, que hoje é muito mais importante no banco), o Atlético tem bons jogadores, muito superiores aos do Cerro. Então, como só pode acontecer no futebol, o Galo saiu na frente. Cara, naquele momento achei que a chave iria virar. O Atlético começou a jogar relativamente bem, mas, em vez de ser impetuoso e tentar aproveitar o momento, preferiu administrar. Veio a primeira falha individual. Léo Silva errou e fez uma falta de uma infantilidade que imensurável. O cara bateu e, quando a fase é ruim, a manteiga cai sempre pra baixo: a bola desvia no pé do Ricardo Oliveira e entrou.
A falta de confiança e de organização então se torna latente. O time toma 3 gols em menos de 10 minutos, com falhas bizarras de Adilson, Fábio Santos, Igor Rabello e Victor. Um verdadeiro apagão. O time se esfacelou emocionalmente e o poder de reação foi inexistente, era cada um por si e Deus por todos.

Levir, à espera de um milagre, voltou com o mesmo time. E, para mim, quando mexeu, mexeu mal. Entendi a saída do Luan, por questões médicas, mas, quando o Vinícius entrou, o substituído teria de ser o Bolt. Tinham de jogar Vinícius e Cazares juntos, os caras que são capazes de fazer algo de diferente e levar o time à frente.

Depois de 5 minutos, o time estava entregue, absolutamente. De novo: a cara do Levir, cujos stand ups estão cada vez mais ultrapassando a comédia e chegando ao devaneio. Fato é que resta ao Galo ser campeão mineiro, mas, se o Galo não voltar a ser Galo, isso não vai ser possível e nos avizinhamos de mais um vexame histórico.

Até este parágrafo, tinha escrito ontem, logo depois do jogo. A notícia da queda do Levir acabou de ser divulgada. E, o meu recado para o treinador, é o mesmo que daria ao Levir: para ganhar o Mineiro tem que sair vivo domingo. Não dar espaço aos contra-ataques do Cruzeiro e NÃO PERDER. A nossa chance passa em jogar com o regulamento debaixo do braço.