A resposta? PORRA NENHUMA.
Meu irmão, não discuto quem é mais ou menos atleticano por ter ido ou não no jogo. Mas, com todo o respeito, gosto de lembrar da torcida do Galo das Antigas. Brother, vocês, geração Libertadores, NÃO TÊM IDEIA DO QUE SEJA ATLÉTICO.
Vocês se lembram da torcida do Galo nos anos 90? Vocês têm ideia porque gritamos, por vezes, a favela voltou? Se não sabe, grande Atleticano você é! Nos anos 90, ainda no Mineirão Antigo, não importava o que houvesse, o quão mal o time jogasse, jamais jogaríamos para menos de 20 mil torcedores. Ingressos eram acessíveis, o time era do povo para o povo. Público Zero, apenas nos tempos do Ziza, que decidiu tirar o torcedor do estádio com preços abusivos e um programa de sócios meio sem nexo.
Naqueles tempos, se tivéssemos o time que temos hoje, viveríamos felizes. Em anos melhores, conseguíamos classificar entre os 8, geralmente, via de regra mesmo, éramos quase que imbatíveis em casa. Tudo por conta de nossa torcida, que sempre nos garantia vaga às finais dos campeonatos. Gritamos o nome de muito nego horroroso. O Patric, perto do Dinho, era o Cafú. Thiago Feltri fazia o Fábio Santos ser o Roberto Carlos. E a lista é longa: André Figueiredo, Humberto, Rubens Cardoso, Gérson, Mexirica, Tucho, Hernani, Roberto, Edgard, Wagner, Coelho, Fábio Baiano, Tesser, Luiz Mário, Bilu e tantos outros...
Todas essas babas jogaram no Atlético e tiveram nosso apoio. Afinal, tantos anos sem ganhar nada, qualquer clássico, qualquer Mineiro era um puta alento. Depois de 2013, do título da Libertadores, viramos Gourmet. Aquela torcida fiel, na derrota ou na vitória, se tornou um verdadeiro pé no saco. Se o time ganha é o Atleticano raiz, se perde o time é uma bosta e tudo está errado.
Contra o Ceará, eu estava no Horto. E parte daquelas pessoas sabem o que é isso. Outras são simplesmente modinhas que, com ingresso garantido, sem tem nada melhor para fazer em casa, foram ao estádio. Velho, se querem protestar, melhor fazer como fizeram as organizadas: não vá. Ir para vaiar é de uma estupidez sem tamanho. Ontem, então, era quase suicídio.
Nunca vi vaia ajudar time ou jogador a melhorar desempenho. Basta ver a tabela no Brasileirão para entender que 6 pontos contra Ceará e Vasco são fundamentais. Chegou ao cúmulo de um débil mental falar que talvez perder para o Ceará fosse bom para ferrar o Cruzeiro. Como se estivéssemos livre de risco, como se o Galo fosse o segundo plano. Até sai de perto para não me estressar. Aliás, ontem não era JOGAR BEM. ERA GANHAR E SÓ.
Fato é que a corneta não adiantava em nada. Só piorou as coisas. Os caras estavam cagando de medo de jogar, um medo absurdo de errar. Claro, antes mesmo de encostar na bola a torcida estava fritando! Porra, se não pode ajudar, não atrapalha, cacete. Fica em casa.
Quanto à atitude da diretoria de retirar faixas de ponta-cabeça, simplesmente ridículo, nojento. Algo ditatorial, anti-democrático e anti-atleticano. O Galo é da torcida, e não da diretoria. Aliás, esse presidente é outro que não entende PORRA nenhuma de Galo.
Quanto ao jogo, é simples: ontem era vencer para virar a chave. Tem dias que 1x0 no sufoco vale mais que qualquer goleada. A partida contra o Ceará era assim. Não importava jogar bem. Futebol é 90% confiança. O time do Atlético estava completamente cabisbaixo, con medo. Uma vitória, qualquer que fosse, ajudaria a recuperar esse auto-estima.
No primeiro tempo, a ansiedade e as vaias foram absolutamente decisivas em campo. Ninguém queria ficsr com a bola. Todos estavam com medo de arriscar, a pelota queimava no pé. Eles sabiam que isso só passaria com um gol. Só que ansiedade e a pressa são inimigos do desemepenho. E, como desgraça pouca é bobagem, o VAR, para VARiar fodeu o Galo. Em um lance bizarro, o atacante do Ceará furou a bola, chutou o Igor Rabello e o árbitro deu pênalti. Pênalti! Nem consultar o famigerado VAR, o corno foi.
No segundo tempo, a torcida entendeu a gravidade da situação. O apoio veio, aqueles bons e velhos fluídos atleticano, aquela raíz que apoiou coisa muito pior, que retirou o time de situações bem mais graves esteve no Horto. As poucas vozes decidiram apoiar incondicionalmente. Os jogadores sentiram isso em campo, o time evoluiu.
O Otero, que havia substituído o Chará, entrou bem. Luan voltou a ser o Luan e o Nathan mostrou que, improvisado, é melhor opção para substituir o Jair. O Galo partiu para cima e fez dois gols. Virou contra o Ceará, assim como fez no primeiro turno. Os três pontos, enfim, vieram. A chave virou. Agora contra o Vasco, que seja o time e a torcida do segundo tempo porque são mais três pontos fundamentais antes de uma sequência duríssima.
Mais uma vez, jogar bem é detalhe. O importante é ganhar os três pontos.