Na hora que o CSA fez o primeiro gol, quem, em sã em consciência, assistindo o jogo, apostaria em um gol deles? Ninguém. O jogo era ruim, péssimo, para ser mais preciso. Mas só o Galo - pouco, é verdade - chegava com algum perigo.
Então, mais uma vez, sou obrigado a bater naquela tecla maldita: não tem esquema que resiste à paçoqueiro. Quando as falhas individuais persistem em acontecer, quando os caras insistem em oferecer os gols para o adversário, não há Guardiola que resista. Quanto mais Santanas e Mancinis.
O 1x0 era injusto? Era. Mas o filme parecia se repetir: a crista abaixaria, a confiança minaria e mais uma derrota na conta. Surpreendentemente, isso não aconteceu. E não quero achar mérito ou demérito do treinador, até porque não os vi. O que vi foi os jogadores experientes - sobretudo Réver e Luan - subir a moral do time, passar confiança e não deixar ninguém baixar a cabeça.
Veio o segundo tempo e o Galo com Bolt (teria colocado o Bruninho). O time melhorou, não por conta do Bolt, mas pela atitude. Muito mais na disposição, no gás, no ânimo, na raça, no tesão mesmo. Era um primor tático? Não. Um primor técnico? Menos. Mas não faltava luta. Na marra, o Atlético empatou. Num gol chorado, como tinha de ser.
O Galo fez o que deve ser feito: tentou buscar o segundo. Colocou outra bola na trave (havia carimbado o poste no fim do primeiro tempo), tentou amassar o adversário. Insistia como dava e uma semi-paçocada do Vinicius quase pôs todo a perder. Primeiro levou um amarelo imbecil por reclamação. Meio minuto depois chutou na trave (lance que me referi há pouco). Menos de um minuto mais tarde ele sofre uma falta e solta o braço no adversário. Leva, com justiça, o segundo amarelo...
Na hora pensei: fodeu. Vamos recuar e tomar o gol. O time foi brioso. Com um a menos, continuamos buscando o gol, amassando os caras. Merecidamente, após cruzamento do Fábio Santos, que entregara o primeiro gol, o Galo virou. À Galo. No coração, aos 40 minutos.
Mas o espírito paçoqueiro e a falta de inteligência... óbvio que, com um a mais, faltando 5 minutos, os caras iam para o Tudo ou Nada. Na saída de bola, Galo desatento, ainda voltando ao posicionamento correto após a comemoração coletiva do gol, fez um pênalti - duvidoso, daqueles que jamais dariam pró Galo. O Cleiton quase pegou.
Mancini ainda teve sua dose de paçoqueiro ao colocar o Patric no lugar do Luan. Aliás, já no primeiro lance o Guga - autor do pênalti - teve que cobrir o Patric após um drible ridículo que ele tomou. Mas não passou disso, por sorte.
Faltava pouco tempo e muita força. O 2x2 estava consolidado. De ruim, o gosto de derrota e a sensação de injustiça no placar. Por outro lado, o time teve brio e competitividade como há muito não se via. Técnica e taticamente, nenhuma evolução. Mas, pelo menos, os caras estão brigando. E vamos com tudo para cima do Santos, conquistar logo os 45 pontos e começar logo o 2020. A contagem regressiva começou: faltam 10 pontos.