segunda-feira, 12 de abril de 2021

10 dias e contando



Foi este o tempo que o Cuca pediu para arrumar o time do Atlético após assumir a culpa pela ridícula derrota de ontem. O Galo não entrou em campo contra o pior Cruzeiro da história... uma vergonha quase que anunciada.

A começar, e é a única coisa pela qual o Cuca não é responsável, a pressão psicológica que foi implantada aos jogadores durante toda a semana. Por conta do maldito 6 a 1 e da diferença colossal entre os times, incutiu-se ao Galo a obrigação de golear. Ninguém goleia de véspera, goleadas são consequências. O cenário era maravilhoso para eles: a única coisa que eles tinham a obrigação era perder de pouco. O empate estava excelente e a vitória algo surreal, que nem o mais otimista deles esperava. Imagino o tamanho da pressão no vestiário do Galo. Pensando nisso, sinceramente (não o culpo por não o ter feito), colocaria o time reserva no clássico. Mostrar que não está nem aí e igualar a pressão... simples assim.

A gente tem que entender, embora seja difícil, que os jogadores vivem do presente do clube, não do passado. Acabou que, além de não pisar no pescoço do rival, não vamos ter a chance de revanche, já que, pelo visto, eles vão ficar na semifinal contra o América

Mas a inocência do Cuca acaba aí. E antes de pensar no histórico, serei pontual: que aberração foi a escalação do Tchê Tchê. Não que ele seja mal jogador, longe disso. Mas foi jogado às cobras. Estreia como titular no clássico! Pior: sem nenhuma justificativa. O cara que estava ali, o Zaracho, era um dos melhores do time. Não havia a menor necessidade de começar com o novo reforço. Não bastasse, ao avançar o time, ele optou por tirar o Guga e improvisar oi Tchê Tchê. É a receita pronta para dar merda, colocar um recém-chegado ao time, que ainda não mostrou bola, como dono da porra toda. Ele não é o Nacho! Aliás, coitado do Tchê Tchê, na fogueira, perdido, não ajudou atrás, nem na frente, ainda “marcou” o Nacho.

Essa, no entanto, é uma questão pontual. O problema é mais sério: desde a chegada do Cuca o time INVOLUIU. Um time que era muito organizado com o Sampaoli, tinha ideia de jogo, variações, fazia a bola rodar, virou o time de chutões que dependia de uma individualidade, de um lampejo de genialidade. É pouco, muito pouco, para o elenco do Atlético, especialmente contra um time tão fraco como o Cruzeiro.

No início do campeonato, elogiei o Lucas Gonçalves por um motivo: ele pegou o 3º colocado do Brasileirão, três pontos a menos do líder. Esse time não pode ser terra arrasada. Dele, tentou aproveitar o que tinha de bom, aplicando algumas mudanças, como o Lisca disse ter feito no América logo que assumiu o time do Felipe Conceição.

Desde que assumiu, Cuca tentou ser autoral, como se tivesse que recomeçar tudo e implantar as ideias dele. Acontece que o time não foi montado para o Cucabol, mas para um jogo posicional, com algumas variações. Hoje, quando vemos o Galo, parece que ele abandonou tudo o que time do Sampaoli tinha de bom e piorou o que já tinha de ruim. Mas o rachão, coletivo e o lanchinho na sala de imprensa vão bem obrigado.

Sinceramente, gratidão eterna pelo Cuca de 2013, mas não o contrataria este ano (e no lugar dele, também não viria, justamente para não estragar a idolatria). Minha opção seria o Pekerman, o outro estrangeiro. Confesso, até, que acharia melhor esse time na mão do Leandro Zago.

Mas o Cuca pediu 10 dias, o dia da estreia na Libertadores. Pensando que ele começou o vitorioso trabalho dele em 2013 com 6 derrotas. Esse é o crédito, mas seja inteligente. Use as armas que você tem (são muitas e são boas) adequadamente...

À diretoria, o recado foi dado pelo Cuca: se não tiver evolução em 10 dias, bola para frente e vida que segue.