Foi este o tempo que o Cuca pediu para arrumar o time do
Atlético após assumir a culpa pela ridícula derrota de ontem. O Galo não entrou
em campo contra o pior Cruzeiro da história... uma vergonha quase que
anunciada.
A começar, e é a única coisa pela qual o Cuca não é
responsável, a pressão psicológica que foi implantada aos jogadores durante
toda a semana. Por conta do maldito 6 a 1 e da diferença colossal entre os
times, incutiu-se ao Galo a obrigação de golear. Ninguém goleia de véspera,
goleadas são consequências. O cenário era maravilhoso para eles: a única coisa que
eles tinham a obrigação era perder de pouco. O empate estava excelente e a
vitória algo surreal, que nem o mais otimista deles esperava. Imagino o tamanho
da pressão no vestiário do Galo. Pensando nisso, sinceramente (não o culpo por
não o ter feito), colocaria o time reserva no clássico. Mostrar que não está nem
aí e igualar a pressão... simples assim.
A gente tem que entender, embora seja difícil, que os
jogadores vivem do presente do clube, não do passado. Acabou que, além de não
pisar no pescoço do rival, não vamos ter a chance de revanche, já que, pelo
visto, eles vão ficar na semifinal contra o América
Mas a inocência do Cuca acaba aí. E antes de pensar no histórico,
serei pontual: que aberração foi a escalação do Tchê Tchê. Não que ele seja mal
jogador, longe disso. Mas foi jogado às cobras. Estreia como titular no
clássico! Pior: sem nenhuma justificativa. O cara que estava ali, o Zaracho, era
um dos melhores do time. Não havia a menor necessidade de começar com o novo
reforço. Não bastasse, ao avançar o time, ele optou por tirar o Guga e
improvisar oi Tchê Tchê. É a receita pronta para dar merda, colocar um recém-chegado
ao time, que ainda não mostrou bola, como dono da porra toda. Ele não é o
Nacho! Aliás, coitado do Tchê Tchê, na fogueira, perdido, não ajudou atrás, nem
na frente, ainda “marcou” o Nacho.
Essa, no entanto, é uma questão pontual. O problema é mais
sério: desde a chegada do Cuca o time INVOLUIU. Um time que era muito
organizado com o Sampaoli, tinha ideia de jogo, variações, fazia a bola rodar,
virou o time de chutões que dependia de uma individualidade, de um lampejo de
genialidade. É pouco, muito pouco, para o elenco do Atlético, especialmente
contra um time tão fraco como o Cruzeiro.
No início do campeonato, elogiei o Lucas Gonçalves por um
motivo: ele pegou o 3º colocado do Brasileirão, três pontos a menos do líder.
Esse time não pode ser terra arrasada. Dele, tentou aproveitar o que tinha de
bom, aplicando algumas mudanças, como o Lisca disse ter feito no América logo
que assumiu o time do Felipe Conceição.
Desde que assumiu, Cuca tentou ser autoral, como se tivesse
que recomeçar tudo e implantar as ideias dele. Acontece que o time não foi
montado para o Cucabol, mas para um jogo posicional, com algumas variações. Hoje,
quando vemos o Galo, parece que ele abandonou tudo o que time do Sampaoli tinha
de bom e piorou o que já tinha de ruim. Mas o rachão, coletivo e o lanchinho na sala de imprensa vão bem obrigado.
Sinceramente, gratidão eterna pelo Cuca de 2013, mas não o
contrataria este ano (e no lugar dele, também não viria, justamente para não
estragar a idolatria). Minha opção seria o Pekerman, o outro estrangeiro. Confesso,
até, que acharia melhor esse time na mão do Leandro Zago.
Mas o Cuca pediu 10 dias, o dia da estreia na Libertadores.
Pensando que ele começou o vitorioso trabalho dele em 2013 com 6 derrotas. Esse
é o crédito, mas seja inteligente. Use as armas que você tem (são muitas e são
boas) adequadamente...
À diretoria, o recado foi dado pelo Cuca: se não tiver
evolução em 10 dias, bola para frente e vida que segue.