Continuo achando que a
Libertadores é prioridade. Continuo preferindo avançar rumo à América do que
ganhar o Mineiro. Insisto que, dependendo do placar e do rumo do jogo, a partir
dos 20 minutos do segundo tempo, o Cuca pode começar a substituir algumas peças
chaves para poupar. Ronaldinho, Tardelli, Bernard, seriam os meus indicados.
Acho isso tudo. Continuo, porém, adorando ganhar Campeonato Mineiro, sobretudo
sobre o Cruzeiro. Melhor que o Atlético conseguiu fazer bem, apesar de ter
ficado barato, o dever de casa. A vitória por 3 X 0 no último Domingo, apesar
de não garantir nada, é o suficiente para dar uma certa tranquilidade para
equipe jogar sem se desgastar muito, afinal quinta – graças ao bom senso da
Conmebol – temos outra decisão, na grama sintética, no calor infernal e a 19
horas de voo de distância.
Mas nisso, só pensaremos Domingo
às 18:00, seja lá qual for o resultado. A nossa decisão é o apego que os rivais
tem pela possibilidade pequena de conquista do Mineiro, que, embora bem
encaminhado, podia estar em nossas mãos, não fossem o árbitro e os gols
perdidos. O Atlético, sempre muito
intenso, Domingo tem que ser inteligente. Se fizer um ou dois gols na primeira
etapa, desesperando ainda mais o time deles, é cozinhar o segundo tempo como
fez contra o São Paulo no Morumbi, e esperar para levantar o caneco. Mas o jogo
é jogado, e esse pode ser traçoeiro.
Os 15 primeiros minutos são os fundamentais. Neste tempo, se o Galo marcar, aliás,
em qualquer momento, se o Galo abrir o placar, podemos começar a comemorar o
título. Desde que os jogadores não o façam, mas cozinhem o jogo, subindo na boa
e mantendo a posse de bola. Nada que desgaste muito. Se tomarmos um gol nos 15
primeiros minutos, aí temos que nos cuidar, é a única chance que temos de
perder essa taça. Isso acontecendo, o adversário se encherá de moral e
confiança e o Galo corre o risco de se transformar naquele time que foi
dominado em uma partida mais 35 minutos da outra para o São Paulo. Chance
pequena, quase impossível, diria eu. O mais provável é que os 15 primeiros minutos o Cruzeiro esteja
nervoso e parta para cima. Tudo o que queremos. Primeiro por conta do
descontrole óbvio que isso geraria no adversário. Segundo por que se abrir
contra o Atlético e nos dar o contra ataque é simplesmente mortal.
O jogo não está ganho, mas está
encaminhado e em nossas mãos. Uma mão já está na taça. Que deverá ser
comemorada com moderação. Nessa altura do campeonato, conforme se desenhou a
final, o Mineiro é obrigação. É ganhar do Cruzeiro, comemorar e depois partir
para o Tijuana, este sim um jogo extremamente difícil em que temos mais que o
adversário pela frente. Mas ganhar um Caneco em cima do Cruzeiro, dar a primeira olímpica no Mineirão, para a inveja dos rivais e para o delírio da maior de Minas e a mais apaixonada do mundo. Vamos Galo que esse ano é nosso.