segunda-feira, 6 de maio de 2013

Isso aqui é Galo, porra


Durante minha vida de torcedor do Atlético, desde que me dou por gente, e desde a primeira vez que eu fui ao estádio (a que meu lembro foi Atlético 5 X O Patrocinense no mineiro de 91), respeitosamente, vi muito jogador de merda usando o manto sagrado alvinegro. Jogadores que faziam o Serginho parecer craque. Vi times horríveis com a camisa do Galo, piores, inclusive, daquele que protagonizou a maior vergonha da nossa história em 2005. Assisti jogos que, infelizmente, não consigo apagar da memória. Estava no estádio nos momentos mais difíceis do Atlético nos últimos 20 anos.

Entretanto, aprendi com meu pai, atitude corroborada com pela torcida do Galo, que não se vaia jogador enquanto ele estiver em campo com a camisa alvinegra mais sagrada do futebol. As vaias depois que o jogador é substituído, ao final de uma partida, tudo bem, mas durante o jogo, elas só fazem atrapalhar seus alvos e, evidentemente, o time inteiro. Já compreendi várias vaias, outras fui contra, mas não vaio. Já compreendi várias vaias, outras fui contra, mas não vaio. Da mesma forma que me recusava a gritar o nome antes da partida de alguns jogadores que passaram pelo Galo. Mas nunca vaiei antes do apito final do juiz ou de uma substituição.

Sempre fui um dos maiores defensores do futebol do Guilherme, continuo defendendo sua importância no elenco do Atlético. Ontem, porém, embora não tenha vaiado, como jamais farei, compreendi as vaias ao Guilherme. Não pelo futebol, porque sabemos que ele não foi vaiado por isso. As vaias foram, e merecidas, ao empresário do jogador, às bobagens ditas por ele e pelo fato de o jogador não ter se posicionado de maneira clara e veemente sobre o assunto. Minha modesta opinião é: quer levar o Guilherme, paga a multa. Ninguém quer pagar e ele não quer ficar, empresta ao Villa, para disputar a série D e aprender a reclamar de boca cheia, enfim. O jogador foi vaiado, se desestabilizou e depois o time também deu uma abatida, demonstrando a força e a união do grupo. Mas, usando sábias palavras do Ronaldinho, “aqui é Galo, porra” e sendo Galo subentende-se como a torcida mais fanática do planeta. Pouco tempo depois, mais especificamente no segundo tempo, o Guilherme começou a jogar bem. Paulatinamente as vaias foram se tornando aplausos, e no final o jogador foi homenageado pela torcida.

Do inferno ao céu em um jogo, o Guilherme aprendeu o que Ronaldinho ensinou em São Paulo “aqui é Galo, porra” e agora sabe o peso de uma entrevista em uma torcida como a alvinegra. Águas passadas. Se era para vaiar, as vaias foram feitas no momento certo, em um jogo ganho sem validade. A partir de hoje, semana que começa realmente a ser decisiva nas duas primeiras competições do ano, aconteça o que for, entre que em entrar, as vaias têm que sumir, o apoio incondicional e irrestrito tem que vir da arquibancada, com clima de sangue nos olhos, pois a partir de agora, somos nós contra o mundo. Porque isso aqui é Galo, porra.