Era para eu ter escrito ontem.
Mas o dia foi cheio. Começando pela manhã, quando fiquei três horas para, com o
Galo Na Veia Prata, garantir meu ingresso para o show no Horto na próxima
Quinta. Eu, que viajarei para o interior no feriado, voltarei exclusivamente
para o jogo e pego estrada de novo após a partida. Não dava para perder, nem da
para medir esforços pelo Galão. Cada um dos minutos na fila, cada real gasto no
ingresso valerão a pena. Aliás, hoje a noite terei os primeiros indícios do
tanto que vão ter sido válido o tempo e dinheiro despendidos.
Apesar de todas as condições
controversas, o calor, a grama sintética, a viagem, o Galo tem mais time e
estou, como todo torcedor, confiante na vitória. Ainda que até uma derrota por
um gol de diferença, desde que façamos um, seja um bom resultado. Aliás, um bom
resultado significa fundamentalmente marcar um golzinho lá. Essa história de
gol qualificado, somada ao fato de que no Horto somos imbatíveis, torna
imprescindível um golzinho no deserto mexicano. Apesar das milhões de coisas
contra – não esperem facilidade de um
time que tem a melhor defesa da competição, que não tomou nenhum gol em casa - temos um trunfo a favor: R10 e o fascínio que
ele desperta no exterior. Assim como os bolivianos do Strongest, os mexicanos
idolatram o Gaúcho, o que, além de aliviar a marcação, faz os marcadores terem
medo e respeito de chegar no cara.
A grama sintética, como o Cuca
mesmo disse, também pode ser um faca de dois gumes. O piso duro, com a bola
viva, apesar de atrapalhar o domínio e o tempo de bola, pode favorecer
jogadores habilidosos, que conhecem os atalhos do campo. Ronaldinho pode ser o
maior favorecido. Mesmo assim, mesmo tendo os contratempos, mesmo todos tendo
torcido pelo Palmeiras na fase anterior por questão logística, time que quer
ser campeão, tem que passar por cima de tudo. E o Galo hoje quer, pode e tem time
para ser campeão. Faltam só 6 jogos para o Marrocos, jogos difíceis, verdade.
Mas, sejamos sinceros, se for para ganhar a Libertadores, é muito mais gostoso
ganhar passando por cima da altitude, do São Paulo, Olímpia, Boca, da grama
sintética, das viagens, até do juiz se preciso. A graça está nisso, e não em
bater um Sporting Cristal da vida…