segunda-feira, 29 de julho de 2013

Eu quero a festa

A crise está instaurada no Galo. Já tem quase uma semana que não ganhamos a Libertadores. Um verdadeiro absurdo! 

Brincadeira à parte, ainda olho no espelho repetindo para mim mesmo: sou campeão da Libertadores. Não consigo acreditar, não consigo parar de comemorar, não consigo parar de emocionar ao rever aqueles pênaltis, não consigo fechar os olhos e ver outro lugar que não o Mineirão na madrugada de quarta para quinta. Somos campeões, nada mais que CAMpeão das Américas, isso, simplesmente isso. CAMpeão. Sinto, porém, que falta alguma coisa. Não é a taça, que está em Lourdes. Não são as faixas, que vamos receber na quarta. Não faltam as passagens para o Marrocos. Mas ainda falta alguma coisa. Não sei o quê. Melhor, acho que sei. A festa, festa oficial, com trio elétrico e tudo o que merecemos.

Talvez, com essa festa, possa voltar a dormir em paz, possa voltar à preocupar com o Campeonato Brasileiro ou começar a pensar em Copa do Brasil, apesar da cabeça estar em Marrocos. É muita alegria ainda guardada, é muito grito atravessado na garganta, é muita emoção. Não havia no mundo torcida que merecia mais que a nossa, não havia no mundo time que merecesse mais que o nosso e, finalmente, somos campeões da América. Não é pedir muito uma festa. Finalmente estamos libertos da dita maldição de Telê, que andou 25 dos 67 km prometidos após o Campeonato Brasileiro de 1971, finalmente estamos libertos dos arrotos esdrúxulos de 42 anos sem títulos. Estamos libertos de tudo. Cada torcedor, cada jogador, junto com a instituição não são mais os mesmos depois daquela madrugada do dia 24 pro dia 25. E isso merece uma festa.

Merecemos a festa, pois somos mais que campeões, muito mais. O sentimento é de plenitude, sentimento que muitos nunca haviam sentido antes. Um sentimento, que, me perdoem os outros, só um título do Atlético pode gerar. Só uma torcida que passou tudo o que passamos sabe o que é isso. Não há como explicar ou traduzir para qualquer outro torcedor o que é ser atleticano e qual sentimento o atleticano esta vivenciando. Por isso continuaremos festejando, festa, que, me perdoem, não tem data para acabar. Por isso ficamos até à tarde do dia seguinte na praça 7. Por isso vamos lotar o Marrocos e pintá-lo de alvinegro, como fizemos com BH. Por isso nos tornamos fizemos as mais diversas promessas, alguns largaram os vícios, outros assumiram a fé que nunca tiveram e, por esse título, garanto, tudo isso valeu a pena. Essa nação, para a qual o dia 25 é místico, o preto e o branco sagrados, que sofreu, que vibrou, que jogou junto, que orou, chorou, prometeu e fez tudo pelo Galo merece uma festa.


Na memória, no imaginário, nos sonhos, continuam as imagens daquela madrugada impar e inesquecível para todos os atleticanos, sobretudo para nós, que estávamos lá, vendo nosso sonho se realizar. Agora falta a festa, e que seja inesquecível como o jogo e grandiosa como foi a do centenário e da volta à série A. Desta vez, porém, com um sentimento diferente. O sentimento de Campeão, de melhor das Américas, de ter provado que nós podemos.  Quem sabe assim a ficha caia e eu possa voltar à cabeça para outro lugar, fechar os olhos e ver algo para além do Mineirão, na madrugada do dia 25/07.