segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Milagres, sorte e teimosia

Ele é teimoso, chato, com uma auto confiança que beira à petulância. Isso tudo é verdade. Mas não há como negar, e cada vez mais serei obrigado a admitir, o cara conhece de futebol. O que o Levir Culpi tem feito com o Galo, desfigurado pelos desfalques na maior parte do tempo, é quase um milagre.

Estamos no G4 com um terço do elenco à disposição. Um verdadeiro feito. Me pergunto é como estaríamos com o time completo, como estaríamos se o Paulo Autuori nunca tivesse trabalhado no Galo ou como seria se o Levir fosse menos teimoso. As respostas sempre serão meras especulações, mas fato é que não somos o terceiro colocado do Brasileirão por um gol, nada além de um gol.

E olha que estamos perdendo muitos gols. E treinando pouco, como o próprio Levir tem falado e justificado, afinal, as lesões são muitas e o tempo de recuperação mínimo. Mas o time não está apenas ganhando. Está jogando bem. Muito bem. O Levir aprendeu o DNA alvinegro de verticalidade, atacar o tempo todo e não segurar resultados.

A estratégia do Galo é jogar sempre para frente em busca para o gol. E, quando uma adversidade se impõe, como o clássico, o treinador soube posicionar a equipe como as peças em um tabuleiro de xadrez, embora tenha, obviamente, contado com a sorte.

E a sorte faz parte do jogo. E o burro tem sorte. Melhor dizendo, pela teimosia, está muito mais para mula do que para burro. Mas é uma mula com sorte, afinal, o acaso tem atenuado muito a teimosia do Levir, fruto de sua autoconfiança. Emerson Conceição, lesionado, enfim deu lugar ao Douglas Santos, que não sai mais do time. Muito bom o lateral.

O acaso levou o Dátolo a jogar de volante, o Carlos e o Jemerson a entrarem no time. A nova teimosia do treinador, que não pode viver sem uma faca para dar murro na ponta, é o André. Ontem, em campo, apesar de correr (o que há muito ele não fazia), ele, mal posicionado, tirou um gol do Galo, uma assistência ao Tardelli, além de ficar impedido um milhão de vezes.

A saída dele para a entrada do Dodô, muito habilidoso e inteligente, destaque na base, melhorou o Galo. Não fez parte do primeiro gol, mas no segundo uma assistência brilhante. Não é a hora dele ainda, mas, definitivamente, também não é a do André. De qualquer forma, o Levir tem que ter a teimosia dele, então, antes Bebezão do que Conceição.   


E o Galo tem jogado bem. Não digo que o Levir tem tirado leite de pedra, porque os jogadores são bons, mas o nível de atuação para um time desfalcado chega a ser surpreendente. Agora, com Grêmio x São Paulo na próxima rodada, e a gente lá em Criciúma, a meta é chegar ao São Paulo, com uma paradinha na quarta para sapecar o Corinthians.