Ele é
teimoso, chato, com uma auto confiança que beira à petulância. Isso tudo é
verdade. Mas não há como negar, e cada vez mais serei obrigado a admitir, o
cara conhece de futebol. O que o Levir Culpi tem feito com o Galo, desfigurado
pelos desfalques na maior parte do tempo, é quase um milagre.
Estamos no
G4 com um terço do elenco à disposição. Um verdadeiro feito. Me pergunto é como
estaríamos com o time completo, como estaríamos se o Paulo Autuori nunca tivesse
trabalhado no Galo ou como seria se o Levir fosse menos teimoso. As respostas
sempre serão meras especulações, mas fato é que não somos o terceiro colocado
do Brasileirão por um gol, nada além de um gol.
E olha que estamos
perdendo muitos gols. E treinando pouco, como o próprio Levir tem falado e justificado,
afinal, as lesões são muitas e o tempo de recuperação mínimo. Mas o
time não está apenas ganhando. Está jogando bem. Muito bem. O Levir aprendeu o
DNA alvinegro de verticalidade, atacar o tempo todo e não segurar resultados.
A
estratégia do Galo é jogar sempre para frente em busca para o gol. E, quando
uma adversidade se impõe, como o clássico, o treinador soube posicionar a
equipe como as peças em um tabuleiro de xadrez, embora tenha, obviamente, contado
com a sorte.
E a sorte
faz parte do jogo. E o burro tem sorte. Melhor dizendo, pela teimosia, está
muito mais para mula do que para burro. Mas é uma mula com sorte, afinal, o
acaso tem atenuado muito a teimosia do Levir, fruto de sua autoconfiança.
Emerson Conceição, lesionado, enfim deu lugar ao Douglas Santos, que não sai
mais do time. Muito bom o lateral.
O acaso
levou o Dátolo a jogar de volante, o Carlos e o Jemerson a entrarem no time. A
nova teimosia do treinador, que não pode viver sem uma faca para dar murro na
ponta, é o André. Ontem, em campo, apesar de correr (o que há muito ele não
fazia), ele, mal posicionado, tirou um gol do Galo, uma assistência ao
Tardelli, além de ficar impedido um milhão de vezes.
A saída
dele para a entrada do Dodô, muito habilidoso e inteligente, destaque na base,
melhorou o Galo. Não fez parte do primeiro gol, mas no segundo uma assistência
brilhante. Não é a hora dele ainda, mas, definitivamente, também não é a do André. De qualquer forma, o
Levir tem que ter a teimosia dele, então, antes Bebezão do que Conceição.
E o Galo
tem jogado bem. Não digo que o Levir tem tirado leite de pedra, porque os
jogadores são bons, mas o nível de atuação para um time desfalcado chega a ser surpreendente.
Agora, com Grêmio x São Paulo na próxima rodada, e a gente lá em Criciúma, a
meta é chegar ao São Paulo, com uma paradinha na quarta para sapecar o
Corinthians.