Sou
suspeito para falar. Desde os tempos em que ele não estava bem e vivia sob a
desconfiança do torcedor, principalmente por ter se destacado no Cruzeiro, eu
defendia o Guilherme, o chamei até de injustiçado. Ele teve seus
percalços, contusões e o azar de ser o reserva do Ronaldinho Gaúcho. Mas ele é
diferenciado. Um verdadeiro camisa 10, como poucos no Brasil.
Perder o
Guilherme é um prejuízo sem tamanho, não pela saída de um excelente camisa 10,
não pelo valor investido – já pago com atuações. O prejuízo é a reposição.
Quanto custa repor um jogador como o Guilherme? Aliás, no atual momento do
futebol brasileiro, é possível repor um jogador com essa técnica?
Não creio
ser possível repor à altura, a não ser através de um achado miraculoso, desses
que acontecem de tempos em tempos. E a negociação não pode ser empecilho,
afinal se o André ganha mais de 400 mil, pelo futebol praticado, mereceria o
dobro. Óbvio, o equívoco é o salário recebido pelo André, e um erro não justifica o outro.
De toda
forma, no final do ano, além do alívio do R10 na folha, é bem provável que
tenhamos um Jô a menos para custear. E se for para gastar fortunas com dezenas
e dezenas de pernas de pau, de “Emerson Conceições”, melhor investir em quem
tem qualidade.
Kalil, abre
o olho. O Galo vai precisar muito do Guilherme e do Donizete em 2015. E tem
gente querendo, afinal, são excelentes jogadores. Não podemos cometer os mesmos
erros de planejamento, não podemos reforçar os rivais e, apesar do time estar
em disputa por 2014, a diretoria já precisa pensar no futuro.