Repito: nós, atleticanos, não
temos o direito de não acreditar no Galo. Não há como duvidar deste time, desta
torcida. Não é, como
alguns chamaram, uma fábrica de milagres. Até porque não é milagre, é Galo.
Não há impossível para o Atlético, mesmo porque para os heróis esta palavra
simplesmente não existe. E heróis somos todos. Somos todos que acreditamos até o fim, todos
que, quando o Galo tomou o gol, em vez de vaiar e reclamar, buscamos das
vísceras forças para gritar “Eu acredito”. Talvez seja esse seja o segredo,
acreditar.
Acreditar
até o fim, porque já provamos para nós mesmos, o impossível só é impossível
para os outros. Fizemos o mundo
redefinir o impossível. E a melhor definição que vi foi: impossível é tudo
aquilo que ninguém faz; só o Galo. Contudo, aos poucos, para o atleticano, não haverá definição para impossível, ela simplesmente desaparecerá das nossas vidas e do nosso léxico.
Os
incrédulos e pagãos, os maiores pecadores para a religião Atleticana, estão convictos
dizendo o raio ter caído pela quarta vez no mesmo lugar. Não. O raio não caiu
quatro vezes, nem ele seria capaz de tamanha façanha. Não foi, meus caros
incrédulos, coincidência. É sinergia, sintonia, entrega, amor, alma, glória.
Quando os
mártires estão diante de seus fiéis o difícil é, na verdade, detê-los. O
Corinthians e o Flamengo devem se orgulhar. Eles não foram vítimas do
impossível. O improvável, na verdade, seria o contrário. Enquanto os pagãos
acreditarem existir feitos impossíveis, ou acreditarem ser o Atlético só mais
um time, estaremos em vantagem.
Porque
jogamos, nós e nossos mártires, pela glória. E quem busca a glória tem alma,
coração, raça, suor, sangue. Podem existir um milhão de times melhores tecnicamente
ao Galo. Mas não existe um com mais vontade. E sempre que nos igualam em um
quesito, buscamos outro. Pois se não dá na bola, vai na raça. Se não dá na
raça, empurramos com a garganta. Se não sobrar garganta, deixamos o coração. Se fraquejar o
coração, deixamos sangue. Se o sangue acabar, vai a alma. Se não der na alma, jogamos a vida.
Dentro das
regras, da arte da Guerra, buscamos a qualquer custo vencer nossas batalhas. Não que
sejamos invencíveis, mas, se cairmos, sempre cairemos de pé, acreditando,
lutando e gritando até o fim. Nunca achamos ser fácil, pois, o primeiro passo para ter fé, é ter humildade.
Nós acreditamos nos mártires representando nossa religião
alvinegra em campo; e eles, reciprocamente, acreditam na gente. Isso forma
nossa alma. Alma que
entra em campo e faz o inacreditável acontecer. Inacreditável para os outros,
pois, para nós atleticanos, essa é mais uma palavra fora do dicionário. O céu
não é o limite, não temos limites. E, se você ainda duvida disso, ore para não
cair no nosso caminho...