O primeiro tempo do Atlético
estava muito bom, até a falha coletiva do lado direito da defesa do Atlético,
em que o Nikão passou pelo Patric de passagem enquanto o Jemerson e o Douglas
Santos marcavam a bola, deixando um tal de Douglas Coutinho livre para fazer o
único gol do jogo.
Estava claro pra mim que o Galo
empataria. O problema é que estava claro demais para os jogadores também. Eles
acreditaram que são os melhores, que estão um nível acima de qualquer um, e, se não correrem, se não tiverem a fome que tiveram contra Inter e Fluminense, eles vão realmente ser qualquer um. O diferencial do Galo não é a qualidade técnica, é a entrega.
Acho que o time correu, não é isso. Mas tem que jogar simples, porque o Luan,
só é o Luan, quando ele é doido. Quando ele quer dar uma de Zidane, aí ele não
é nada. E o mesmo vale para grande parte do time. Ele foi só um exemplo, o Atlético não pode ser time de firula e toque
refinado, não está no DNA do time nem dos jogadores.
Alguns ainda precisam se explicar. Eu,
nunca pensei que falaria isso, mas eu testaria voltar com o Maicosuel, tanto faz se para a saída do Carlos ou do Thiago Ribeiro, que não andam jogando nada. Mas mesmo assim, achei que empataria. O
Atlético dominava, criava, mas na hora de finalizar, o gol ficava pequeno. E aí
começa a abalar confiança: ninguém mais arrisca de fora, querem entrar
tocando até a linha do gol. O time passa a ficar ansioso, afobado, tenso,
querendo o gol de qualquer jeito, fazendo as jogadas de qualquer jeito. Rifando bola para área. Não é
assim.
E esse é meu maior medo: na
grande maioria das vezes em que sai perdendo, o Galo fica muito ansioso, começa
a se desesperar querendo fazer a bola entrar na marra. Nesse ímpeto desesperado
começa a levantar bolas na área a esmo e de qualquer jeito. Ontem não
conseguiram acertar um cruzamento, um sequer. Nem em cobrança de escanteio. Era
bica para dentro da área para ver o que acontecia. Se rolar, rolou...
Até me lembrei do Ronildo. Três
cruzamentos perfeitos na semifinal do Brasileirão contra o Vitória no Mineirão,
três gols do Guilherme. O Atlético, então, exerceu a preferência de compra. O cara nunca mais acertou um... Não quero acreditar que os dois gols em bolas aéreas contra o Fluminense tenham sido como as três assistências do Ronildo:
meros acidentes. Mas vendo esses caras cruzando, Meu Deus, fica difícil
imaginar outra coisa.
Ontem estava parecendo os tempos de Michel,
Thiago Feltri, Dinho, Ronildo, Rubens Cardoso, Rodrigo Dias, Luizinho Netto e tantos outros. E cruzamento é
treinamento. Então, é hora dos laterais e pontas ficarem todos os dia depois do
horário em Vespasiano jogando bola para a área até acertar uma... Enquanto isso, no
gol do outro lado, os atacantes têm que ficar treinando as finalizações, para ver se o
gol “volta ao tamanho normal”. Caso contrário, perderemos muitos jogadores para as ligas de Rugby e para a NFL, porque o que tem de kicker bom...
Mesmo assim o Galo foi superior aos
falsos durante toda a partida, mas o que conta é bola na casinha, e para ser
campeão tem ganhar dentro e fora de casa. Ontem perdemos três pontos muito fáceis em
Curitiba. É hora de correr atrás.