sexta-feira, 26 de junho de 2015

A frigideira Levir

Não tenho dúvidas de que o Guilherme é o melhor camisa 10 do Galo, aliás um dos melhores do Brasil. Ouso, até, afirmar que, não fosse a sequência de lesões, ele, sem maiores problemas, estaria na seleção brasileira. Melhor que Oscar, que Willian e todos os outros da meia. E, por conta dessas lesões, evidentemente, é preciso ter um cuidado especial com ele.

Depois da última lesão, em que o próprio Guilherme pensava voltar em 15 dias, o Levir propôs 30, para que ele fizesse uma espécie de intertemporada especial, um trabalho que impeça novas lesões de acontecerem, afinal, repito, ele é o melhor jogador do Atlético. Perfeito. Acho que ninguém questionou essa decisão.

Mas se passaram 40 dias desde a lesão. O cara já está em condições de jogar, de voltar ao time. E o Guilherme entrou em dois jogos, duas verdadeiras fogueiras contra Cruzeiro e Santos. E não é que seu substituto seja a oitava maravilha do mundo, porque, nem de longe, o Giovanni Augusto joga mais que o Guilherme. Se falarem que é por causa do esquema, o Giovanni também não marca tão mais assim. Aliás ele também não marca. E mesmo nas substituições, o Guilherme tem sido preterido pelo Dodô.  

O Guilherme tem de ser usado com cuidado, sim, verdade, mas para ele ter condições de jogo, antes de tudo, ele tem de jogar. Times que estão ganhando não são imexíveis, e, como o próprio treinador disse e reconhece, estamos longe de estar no ponto ideal. E, no meu conceito de futebol, os melhores têm que jogar sempre que possível, sobretudo se está claro que não estamos no auge.

Já passou da hora do Guilherme voltar ao meio de campo do Atlético e como titular. Contudo, tenho muito medo que a frigideira Levir tenha voltado a se aquecer. Depois que o Cárdenas balançou a cabeça contrariado ao ser substituído, substituição, aliás, que se mostrou equivocada, nunca mais entrou. Fritura total. Tenho medo que isso se repita e o ego do Levir tenha se ferido, depois das entrevistas sinceras e pertinentes do Guilherme. 

Mesmo o Donizete, quando declarou que não gosta de ser reserva, ficou um tempinho sem entrar. Particularmente, penso que jogador que gosta da reserva, que gosta de sair de campo, não serve. Em nenhum momento, a não ser que tenha acontecido algo nos bastidores, o que parece não ser o caso, houve desrespeito ao treinador. Mas, às vezes, acho que para o Levir não basta ganhar, nem jogar bem. Tem que ganhar e jogar bem do jeito dele, preferencialmente contrariando o resto do mundo só para que ele tenha aquele gostinho de “não falei?”. 

Os casos do Cárdenas e do Donizete foram contemporizados porque o colombiano ainda não se adaptou completamente e o Donizete saiu por uma mudança tática. Mas o caso do Guilherme é mais claro: não há dúvidas, tem que jogar. Sério, se o Giovanni Augusto tivesse entrado e jogado muito, sendo o melhor jogador do time, líder de assistências e tudo mais, não questionaria. Mas ele simplesmente quebrou o galho, e ainda falhou feio algumas vezes.

O artilheiro e líder de assistências do time é o Dátolo. O cara que o organiza o time é o Carioca, o que mais dá passes certos o Patric. Então qual a razão para manter o meia de criação reserva, que tem sido apenas regular, se o seu titular voltou?


O Levir precisa perceber que ninguém faz comentários com intuito apenas de contrariá-lo. Todos nós temos o mesmo objetivo e pirraçar não ajuda em nada em nossa caminhada. Fritar jogadores também não, muito menos o mais talentoso deles. Então Levir, volta com o Guilherme, antes que o percamos.