Quarta-feira foi o dia de separar
homens de meninos. Era um jogo difícil, todos sabíamos. O Sport, ou melhor, a
Cachorra de Peruca, é um time bem arrumado e bem cascudo, cheio de jogadores
experientes, rodados chatos e catimbeiros. A cachorrinha da ilha não está no G4
por acaso, embora saibamos que, por falta de elenco, cedo ou tarde, vai acabar
indo para o meio da tabela.
No entanto era um jogo perigoso.
O adversário invicto e confiante exigiria postura, tenência mesmo do Atlético,
que teria de estar ligado o tempo todo. A vitória é necessária. O empate, ou
mesmo a derrota, eram até resultados plausíveis, mas seriam desastrosos às
nossas pretensões. Para sermos campeões temos que ganhar esses jogos, essas
decisões. Jogando bem, ou mal, o importante eram os três pontos.
E o time se portou bem. Fez um
bom jogo controlou a bola. O Levir fez as alterações que devia, embora, na
minha opinião tenha demorado um pouco. De toda forma, quarta-feira era o jogo
para o time se afirmar. E ele se afirmou. Todos os jogadores demonstraram o espírito de campeão, os homens se separaram de meninos. À parte, destoando muito, o Carlos César, que já entrou em campo, com perdão da expressão, cagando de medo. Não jogou nem marcou. Escondeu da bola e errou tudo que fez. Mas, no fim, deu certo.
De toda sorte, hoje, pretensão à parte, não havendo
mudanças drásticas no elenco, arrisco-me a dizer que o Atlético só perde esse título
para ele mesmo. Ou para a CBF. Agora mais que nunca, afinal, o
novo vice líder, único que pode nos ultrapassar neste final de semana, é o
Fluminense, vulgo CBFlu. Isso, aquele mesmo Fluminense que saiu dando graças à
Deus por ter perdido só de 4 para o Galo em Brasília é, hoje, quem nos persegue
na tabela. Time para isso eles não têm, os pós de arroz são como as cachorrinhas
de peruca, daqui a pouco caem. Acho que Grêmio, Palmeiras e até o Corinthians
têm mais chances de ameaçar, mas não dá para brincar com a CBF, não dá para dar
chance ao azar.
E não dá para nos considerar
campeões agora. Nem perto disso. Mas, nós, como torcedores, mais que nunca
temos direito de sonhar, aliás temos bons motivos para isso. Faz um tempo,
mesmo no comecinho do Brasileirão, disse que, desde 1999, o título não esteve
tão perto de voltar à sede de Lourdes. E quem sonhou quando tinha Thiago Feltri,
na esquerda, Carlos Alberto na direita, e Jonilson no meio, tem mais é que
acreditar.
Hoje, temos elenco. Pensem que o Marcos Rocha, Luan e Dátolo estão
para voltar. E do banco saíram Guilherme, Cárdenas e até o Carlos, que,
certamente, seria titular em 2009, no lugar do Éder Luís, fácil. No atual elenco,
aliás, temos poucas carências, todas pontuais. Precisamos, urgentemente, de um
lateral direito reserva, porque o Carlos César não dá. E um reserva para o
Pratto, porque o Leonardo, no máximo, quebra um galho.
No mais, temos de nos concentrar
e focar no campeonato, pois temos um desafio grande pela frente. Afinal, CBF
não é, nem nunca foi, um adversário fácil. E é ela quem será nosso principal
concorrente ao título do Brasileirão 2015.