segunda-feira, 6 de julho de 2015

Coragem para atacar, humildade para defender

A frase do Levir Culpi dita, na excelente coletiva de ontem, para resumir o time do Galo não pode se restringir ao gramado. Tem de ser uma filosofia de equipe, passando, inclusive, pelo treinador, que também precisa ser humilde em seu trabalho e refletir sobre suas convicções. Tem de passar também pela diretoria, para que o clube mantenha sua austeridade e, com ela, a ambição.

Os elogios são muitos e vêm de todos os lados, aliás, muitos deles já vinham antes da liderança e agora se aumentam exponencialmente. É verdade são, em parte, merecidos. Uma vitória maiúscula sobre o Inter, a quebra de tabu e a demonstração de, em grande parte do tempo, um time maduro, encorpado e que sabe o que quer. Além de ser um time que tem sido bem regular.

Mas nós podemos acreditar nisso, os caras lá dentro, do Belmiro ao Nepomuceno, não. Nos lembramos claramente do que aconteceu a última vez em que os elogios tomaram a cabeça dos jogadores do Galo. Foram 5 pontos perdidos em casa. É verdade que recuperamos esses pontos perdidos ganhando do Inter e do Flamengo fora, mas, esses pontos de recuperação, poderiam ser bônus e uma margem para o segundo colocado.

Sinceramente, não gosto dessa pressão de liderança. Acho, hoje, a posição do Grêmio a mais confortável delas. Quase como franco atirador, ninguém fala, ninguém exalta e os gaúchos, mineira e ironicamente, vão chegando. Bola temos muito mais do que os gremistas, mas só bola nunca ganhou nada.

Ontem, assistindo a entrevista do Levir, acho que ele aprendeu a lição dos maus resultados contra Cruzeiro e Santos. O jogo do Beira Rio foi equilibrado, perdemos alguns gols incríveis – o Pratto está precisando colocar o pé na forma – mas o Inter teve certo domínio. O primeiro gol do Galo foi uma jogada que começou toda errada, mas deu certo. Isso não retira o mérito do time, que jogou bem. Que, depois do primeiro gol soube jogar e deu uma verdadeira aula de como se portar com um homem a mais em campo. No final, o Galo poderia ter até feito mais, mas não foi nenhum passeio.


O treinador reconheceu isso. O grupo também. Aliás, ontem, finalmente, o Levir colocou a mão na consciência e disse que pode variar o time conforme o adversário. Jogos com um volante, outros com dois... Também reconheceu a importância de jogadores do banco, e das alternativas diferentes para situações diferentes. Gostei de ouvir ele citar o Cárdenas, por exemplo. E não nos esqueçamos do reforço que volta do México e que o Levir vai ter que colocar para jogar. Hoje temos time, bola e elenco para sermos campeões. Mas, com humildade, mineiramente. Porque somos a bola da vez, e cada partida, a partir de agora será uma verdadeira batalha.