domingo, 26 de maio de 2019

Galo não pode jogar como URT

Domingo passado, após a derrota do Grêmio para o Ceará, disse ao meu pai, e reiterei ontem, no Bar do Parque, ao pessoal da GaloSampa após a partida: pegamos o Grêmio na pior hora possível. O time dos caras é bom, estava na zona do rebaixamento e sem nenhuma vitória. Era mais que óbvio que, cedo ou tarde, eles iriam ganhar e sair dessa. Pena que foi mais cedo. No entanto, há várias formas de perder...

A reorganização de um time começa pela defesa. Isso é claro, e, inegavelmente, o Rodrigo tem feito com muita competência. O equilíbrio de uma defesa consistente com a agressividade ofensiva é algo que, de fato, demanda mais trabalho. Mas atacar é preciso.

Jogar se defendendo e nos contra-ataques, o tal futebol reativo tão criticado e praticado no Brasil, é uma estratégia válida, que pode ser usada e que, aliás, foi extremamente eficiente para o Santos contra esse próprio Grêmio no sul. Mas ela precisa de escapes e contra-ataques. Quem só se defende, uma hora toma.

O Galo NÃO pode jogar como a URT: defendendo o empate a todo custo e, mais, satisfeito em perder só por um a zero. O Galo tem que jogar como o Galo e, mesmo se defendendo, buscar o gol. É preciso ler o momento do jogo para aproveitar as fragilidades do adversário e nocauteá-lo.

Quando o André perdeu o pênalti no fim do primeiro tempo, o estádio do Grêmio desabou. O time pressionado, torcida cobrando e ainda perde um pênalti?! Era a hora  de um time grande - e falta este salto ao Rodrigo - de ir para dentro dos caras. O psicológico ali era nosso. Acontece o contrário. Aos 2 minutos, naquela que talvez tenha sido a única falha defensiva do Atlético, os caras marcam. De novo: nesta hora não dá para ser URT. E o Rodrigo foi. Parecia satisfeito em perder por apenas um gol...

Demorou a mexer e, ao meu ver, mexeu mal. A bola não chegou no Ricardo Oliveira. Nem ia chegar. Tirar o camisa 9 nem sempre é sinal de retrancar, mas mudar a forma de atacar. Com Geuvânio o time ganhou em mobilidade e em drible, mas perdeu o passe. O Galo rondava a área do Grêmio, mas não tinha o passe de infiltração, além de pouco arriscar de fora. A segunda alteração foi natural. Tirar o Luan, amarelado e pilhado, para colocar o Bruninho. Era mais uma tentativa de rabiscar a defesa. Mas a saída do Zé Welison para a entrada do Nathan (ou qualquer jogador mais ofensivo) demorou demais. Perdendo, o Grêmio jogando só no contra-ataque, vai para dentro. Não é a URT.

O resultado foi ruim, mas não é desastroso, tampouco imprevisível. Aliás, com a gordura acumulada nos três primeiros jogos e a heroica vitória contra o Flamengo, um revés era até permitido, mas que sirva de aprendizado.

Que sirva também, e talvez  seja o ponto positivo, para o Galo jogar com o time principal, dando o máximo, na terça-feira. Até porque, a Sul-americana é nossa maior chance de título em 2019.