Depois de um puta Barcelona e Liverpool, o Campeonato Brasileiro chega a ser deprimente. Fica até difícil analisar qualquer jogo do Brasileirão após uma tarde Champions League, parece outro esporte, tamanho o nível de disparidade de qualidade. Imagina um Atlético em reformulação e um Vasco horrível. A noite prometia ser dura.
Mas isso não era problema. Primeiro, porque Galo é Galo. Segundo, porque tem momentos que jogar bem não importa tanto quanto a vitória. Quarta era um desses dias. Ganhar a segunda partida no Brasileirão não era apenas algo para dar confiança e tranquilidade para trabalhar e recuperar os meses perdidos de 2019. Acima de qualquer coisa, é hora de acumular gordura. Pegamos Avaí, Vasco e agora Ceará. Depois, uma série pesada com Flamengo e Palmeiras. É hora de fazer ponto. Ganhar do Vasco, por exemplo, nos dá o direito de enxergar um empate amanhã em Fortaleza como um bom resultado.
Guardiola costuma dizer que se ganha ou se perde campeonato de pontos corridos nas dez primeiras rodadas. Faz sentido. Enquanto todos se ajustam, inclusive nós, alguns com várias competições, outros nem tanto, precisamos fazer como no ano passado: acumular o máximo possível de gordura até a Copa América para que o próximo treinador (ainda tenho a esperança que antes da Copa América um nome estrangeiro seja anunciado), tenha tranquilidade para começar a trabalhar. É normal oscilar, sobretudo sob nova direção e esses pontos podem ser decisivos neste sentido.
Mesmo que se faça a opção pela efetivação do Rodrigo Santana, e eu sou contra isso neste momento, todo ponto conquistado faz muita diferença. Na medida em que ganhamos esses pontinhos, e para os pessimistas ainda faltam 39, o treinador ganha paz para continuar a organização do time. Aliás, acho que ele está fazendo isso muito bem, seguindo a receita que todos sabem: começando pela cozinha.
A defesa foi muito bem contra o Vasco, apesar do gol sofrido. Aliás, apesar do Fábio Santos não ter saído, não consigo culpá-lo tanto assim. O gol do Vasco, para mim, foi, antes de tudo, um lance de pura sorte. Por outro lado, como disse no Twitter durante o jogo, faltou o Cazares. A defesa estava bem, mas não tinha criatividade no meio, e, os críticos que me perdoem, no elenco do Galo, só o equatoriano tem essa capacidade.
Ainda sobre o jogo, em vários momentos achei interessante a movimentação do Galo e a troca de passes, embora, repito, faltando criatividade. Outro ponto que gostaria de falar, mais uma vez, é como o futebol do Elias cresce quando o time se organiza. No mais, é conseguir engordar um pouquinho mais no Ceará e tentar a vaga na Sul-americana, enquanto, espero eu, o diretor de futebol esteja trabalhando para a criação de uma filosofia de futebol e a buscando um nome dentro deste projeto.