sexta-feira, 26 de julho de 2019

Curupaco

O resultado e o desempenho do time quarta-feira foram excelentes. Ainda assim, e com certa dose de razão, vi muita gente reclamando. Certa razão porque, de fato, o desempenho foi ainda superior ao resultado. A vitória simples ficou muito barata para o Botafogo, que terminou a partida com um a menos (embora já fosse finalzinho do jogo). Ainda assim, vendo o copo meio cheio, acho que a vitória simples tem um lado positivo: a não acomodação. Tenho receio de, em caso de uma classificação praticamente garantida, o Atlético relaxasse, dessas coisas que só acontecem com o Galo. Com a vantagem mínima, o nível de concentração não cai, enfim.

O Galo teve um gol anulado pelo VAR (na minha visão mal anulado) em que deu uma falta do Igor Rabello no mínimo discutível. Mas, além disso, o Atlético controlou a partida do início ao fim e criou chances muito claras de gol, bizarramente desperdiçadas, sobretudo pelo Ricardo Oliveira. O que falei sobre o Cázares contra o Fortaleza, se fez valer novamente contra o Botafogo: não adianta ter o melhor camisa 10 do mundo, se, todas as vezes que ele coloca o atacante cara do gol, o centroavante erra.

O Ricardo Oliveira teve, pelo menos, duas chances muito claras de gol e, um centroavante, em duas dessas em um jogo, tem que guardar ao menos uma. A segunda, sem goleiro, foi imperdoável. Não pode um cara como o Ricardo Oliveira perder um gol daqueles. Ressalte-se, porém, que, se ele perdeu gols tão feitos, é porque, diferentemente do Alerrando - até pela pouca experiência - ele se posiciona muito bem. Isso não dá para questionar nem retirar o mérito do Pastor: está sempre no lugar certo. O que também não adianta se a bola não entrar.

De toda forma, está claro que o momento agora é de testar o Papagaio. O menino promissor que veio do Palmeiras, apesar de não ter marcado, entrou bem nas duas últimas oportunidades que teve e, quem sabe, pode pintar como a solução do momento. Se o Ricardo e o Alerrando estão e má fase, é hora de soltar o Papagaio da gaiola e vê o que ele pode acrescentar. Aliás, ver MESMO. Ricardo e Alerrando não tiveram mau desempenho avaliado em apenas uma oportunidade, nem podemos avaliar o Papagaio assim. É preciso dar sequência ao garoto e descobrir do que ele capaz. Os outros dois precisam se recuperar. Longe de ser inúteis ou descartáveis, mas fase é fase.

Domingo é uma excelente oportunidade para começar a fazer este teste. Afinal, o Goiás, mesmo no Serra Dourada, não é um bicho-papão e é um adversário plenamente acessível mesmo ao time misto/reserva do Galo. Em geral, confesso, não gosto da ideia de escalar times reservas, ainda mais por estarmos no G4. No entanto, após a eliminatória contra o Botafogo na próxima quarta, teremos o Cruzeiro, sábado, no Horto. Ou seja, dois jogos muito pesados, nos quais precisaremos do máximo.

Aliás, se tudo der certo, no primeiro sábado de agosto podemos nos consolidar no G4 e afundar o rival na zona do rebaixamento, ou seja, o melhor dos mundos. E, sinceramente, repito, o time misto pode dar conta do Goiás no Serra Dourada. E vamos rumo ao título da Sula, porque ele é sim muito acessível.