segunda-feira, 22 de julho de 2019

Vergonha dupla

Do jogo de ontem, pouco a falar. O Atlético fez 2 x 0 e achou que estava ganho, tão simples quanto isso. O time que entrou em campo era mais do que o suficiente para ganhar do Fortaleza. Estava com o jogo na mão e só não fez o terceiro, o quarto e até o quinto por displicência. Sem contar, claro, na capacidade de perder o mesmo pênalti duas vezes com dois jogadores diferentes.

Obviamente as saídas do Cázares do Jair foram prematuras. Deveriam ter sido postergadas até o terceiro gol, ou então, principalmente o Jair, chegar a uns 30 minutos da segunda etapa, quando o Fortaleza já parecesse abatido. O Galo poupo cedo demais. Ainda falando dos dois, por incrível que pareça, vai ter gente falando mal do camisa 10. Do que adianta ele jogar bem, colocar os caras na cara do gol se o Alerrandro prefere tentar driblar o goleiro, ou o Geuvânio quer sempre ser herói? Eles não vão poder reclamar que a bola não chegou.

Evidentemente, nessa hora, começam a falar de diretoria, contratação e aquela ladainha que estamos acostumados. Está claro que a ideia do Atlético é um projeto de longo prazo, austero e responsável. E está certo nisso. Mas a partida de ontem não teve absolutamente nada com essa filosofia. Ontem foi soberba e displicência, simples assim. O time que entrou em campo não ganharia do Flamengo, como ganhamos. Mas do Fortaleza era mais, muito mais que suficiente. De ontem é só.

Só que tem coisa mais irritante do que o empate de ontem: a internet atleticana. Certa parte da imprensa e alguns “perfis” atleticanos, que parecem (tentar) ser influencers digitais do Galo, estão muito mais preocupados com seu número de seguidores do que com o time. É incrível como essas pessoas se acham no direito de se apropriar do Atlético e da torcida. Se comportam como donos da torcida, querendo ensinar o atleticano a torcer, acham que são mais atleticanos que os outros, se sentem no direito de falar por todos os Atleticanos e ainda apresentam comportamento absolutamente persecutório em vários pontos. A turma do amendoim.

Nada contra a divergência de opiniões, mas perseguição, apropriação e ser porta-voz é demais. Já vi gente falar que se alguém defende tal jogador, deveria tatuar 5 estrelas no peito. Aposto que é nego que nunca foi a um estádio na vida. De novo, uma coisa é ter opinião divergente, outra é querer ser dono da torcida e achar que todos têm essa mesma ideia, que pode ser porta-voz da torcida. Desde 1996 vou em todos os jogos do Atlético em casa, raríssimas as exceções. Não preciso de ninguém falando por mim, e continuo atleticano para caralho.

Se você, por exemplo, acha que o time não mereceu os aplausos quarta-feira (certamente você não foi ao estádio), ótimo. Mas não condene quem pense isso, muito menos ache que esse é o “problema” do Atlético. Seja mais racional, não vamos e ninguém vai, ganhar tudo sempre. Agora, não finja que está preocupado com Galo, porque quem faz isso, em geral, não está. A pessoa quer likes, retweets, seguidores... Estão usando o Galo como trampolim, aproveitar da paixão do atleticano para ganhar grana. Só para constar, trabalho com marketing digital, sei muito bem do que estou falando.

Depois das conquistas de 13 e 14 surgiu na torcida do Galo uma raça que não tinha antes: o modinha. Velho, torcer para o Galo é algo que está acima do resultado. E o Galo, sobretudo a sua torcida, é uma instituição por si. Não tem dono nem precisa ser tutorada.

Agora é partir para Sul-americana. E falar do que interessa: futebol.