Acho que foi Nelson Rodrigues quem disse que os idiotas iriam dominar o mundo. Não pela capacidade, mas pela quantidade. É uma verdade absoluta. Mas os idiotas, que se reproduzem como gremlins, não estão sozinhos em sua jornada de estupidez rumo ao domínio da humanidade. Ao menos entre os atleticanos. Lado-a-lado aos idiotas, os ajudando nessa árdua tarefa, uma raça tão (ou mais) perigosa: os nutellas.
Tem um perfil no Twitter (me perdoe não lembrar qual) que insiste em dizer e du insisto em concordar: "trocaria todos os títulos do Atlético pela antiga massa". De fato, você pode separar a torcida do Galo em AL (Antes da Libertadores) e DL (Depois da Libertadores). A AL era muito mais louca em sua paixão. Se recusava a vaiar o time, tinha orgulho da luta, ainda que insuficiente. E olha que eu estava in loco nos títulos recentes alvinegros, foi, de fato, transcendental. Tão transcendental quanto presenciar a torcida cantando o hino e aplaudindo o time rebaixado no Mineirão.
A geração DL é chata, exigente, impaciente e burra. Ontem ouvi um cara no estádio que era o DL esculpido em Carrara:"enquanto tiver gente aplaudindo essa merda, esse time não vai ganhar nada". Na hora pensei: "Em que planeta esse cara viveu entre 1971 e 2013? Ente a década de 1990 e 2010, onde ele estava? Certamente longe do estádio. E olha que vou no portão 6 (Galoucura), onde, geralmente há menos cornetas. Aliás, um dos motivos que me levam ao portão 6 é justamente o número reduzidos de cornetas, o fato de os caras cantarem (quase sempre) o tempo todo e deixar a reclamação só para o final. Ontem, por exemplo, foi assim. 90 minutos de incentivos. Ao final, um mix entre os raízes que aplaudiam e os novatos que vaiaram.
Domingo, quando cheguei em casa do Mineirão, meu pai me disse: apesar do Pai Véi e da derrota, hoje o Galo jogou o melhor jogo do ano. E melhorou ontem. Antes do jogo falei com um amigo meu: eu acredito, mas se não der, o importante é jogar bem e demonstrar bola.
Ontem foi isso. O Galo jogou muita bola. Mas, de fato, a intensidade do jogo no primeiro tempo foi absurda, e era inviável continuar assim até o final. O Dudamel, ao que tudo indica, está chegando à formação ideal. Além disso, ainda tem gente para entrar no time. Aliás, a entrada do Nathan (já estava pensando em falar sobre isso antes mesmo de ele entrar), mudou o jeito do time jogar. Ele é o único com características de armador. Desse jeito, ele pode voltar com Allan e Jair para suas posições de origem e ainda aumentar a criatividade da meiuca.
O que o treinador venezuelano precisa compreender, ao meu ver, é que o Di Santo não pode ser titular. E que ele e o Ricardo Oliveira não podem, nem no desespero, jogarem juntos. Talvez, sem os dois postes, pudéssemos conseguir um golzinho nos minutos derradeiros sem aqueles dois postes parados lá no ataque.
Enfim, o trabalho continua e agora evolui. Mas paciência, não se muda nada no futebol do dia para noite.