Eu queria entender essa mania louca do atleticano de sempre ver o copo meio vazio, sem contar, claro, na capacidade surreal de dar combustível aos outros para criar crises desnecessárias e dar munição àqueles que estão se esforçando muito para jogar contra.
Antes de falar do jogo, não há como
deixar passar batido a bobagem feita pelo vice-presidente. Diga-se, gostava
muito dele, mas, não sei se em um lapso, uma crise existencial, fez uma bobagem
gigantesca e, o que é pior, não assumiu. Age como se estivesse certo. Já diria
a minha avó: roupa suja se lava em casa.
A publicização do descontentamento,
sobretudo com indiretas, estilo fofoca de colegial, era absolutamente desnecessária.
Era tudo que a mídia do eixo queria. E, sério mesmo, nunca vi se incomodarem
tanto com um time como se incomodam com o Galo. A rapidez com a qual criaram
uma matéria sobre a desnecessária crise para colocar no Esporte Espetacular, em
horário nobre, foi espantosa.
Sobre o jogo, me espanta a capacidade
das pessoas de sempre verem o copo meio vazio. Saindo na frente, foi o melhor
possível? Claro que não. Mas, diferentemente do jogo do meio de semana, o time
brigou muito, teve uma expulsão injusta e ainda assim conseguiu o empate. Só
para relembrar, esse mesmo Ceará ganhou em casa do Flamengo. Ainda não jogou
contra o São Paulo, e tem sido adversário duro de ser batido.
Gostei muito do time no primeiro
tempo. Deu para notar que o Atlético tem um estilo, uma cara, independentemente
de quem esteja em campo. Lembrando, 10 desfalques, incluindo o cara que chegou para
decidir: Vargas. O meio de campo inteiro reserva. Era de se esperar que o Ceará
viesse para cima, como veio. Erramos e levamos a virada. Então, o lance
decisivo do jogo: a expulsão absurda do Borrero. Se aquilo foi para expulsão, o
lance no Keno era para o quê?
Quem vê agressão no lance do
Borrero nunca jogou bola nem na educação física. Ele nem fez nenhum tipo de
movimento com o cotovelo, usou o corpo e trombou. Acontece. Mas era contra o
Galo... E não adianta vocês quererem me falar que isso não influencia no
resultado do jogo. Com um menos e perdendo, o time lutou e chegou ao empate em
um pênalti claro. Se ele não desse, aí podíamos desistir mesmo do futebol.
Aqui, um parêntese muito
necessário. Quando o Galo sofreu o gol da virada, minha avó, de 95 anos, saiu
da sala, puta de raiva. Ao fim da partida ela voltou, e não há como não relatar
o diálogo:
- Empatou?
- Empatou!
- Ainda bem. Fui lá dentro rezei
para a santa e pelas almas do purgatório para ter um pênalti pro Galo, pra
gente empatar.
- Empatamos de pênalti!
- Sabia que a santa não ia me
deixar na mão!
Eu, que não sou religioso, até
arrepiei. Ela, como não podia ser diferente, sentiu-se como se ela mesmo
tivesse cobrado o pênalti.
Voltando ao assunto, a síntese do
jogo é que não foi o melhor possível, mas foi longe de ser ruim. O time brigou,
jogou contra o VAR e ganhou um ponto de um adversário que tem atrapalhado a
vida de todo mundo, ainda mais em casa.
Há uma outra coisa que me
incomodou bastante ontem: as críticas ao Zaracho. Gente, o cara estava sem
jogar há 7 meses. Vocês têm noção do que é isso? Nada mais natural que ele
oscile, faça bons e maus jogos. Jogar bola, já deu para ver que ele sabe.
Vamos continuar com o Galo, ver o
copo meio cheio e parar de alimentar a mídia do eixo. #VamosGalo