Já cansei de dizer que não tenho
o menor compromisso com o erro, não tenho medo de criticar, tampouco vergonha
de elogiar. Se há um bom tempo estou dizendo que o Galo estava com mais sorte
do que juízo, na partida contra o Flamengo foi o contrário: Cuca, enfim, teve
mais juízo do que sorte.
Apesar do gol perdido pelo
Arrascaeta no fim do jogo – e esta foi a dose de sorte – o Atlético foi melhor
que o freguês do Rio no jogo e mereceu ganhar. Contra um time forte, em um
clássico, em meio de temporada – e em um ponto muito crucial dela – era normal
sofrer um pouco de pressão, mas o Galo se comportou bem.
Confesso, sem nenhum medo de ser
feliz, que a escalação inicial do Cuca me afligiu. Três zagueiros e sem o Igor
Rabello me parecia algo surreal. Antes do jogo, a opção mais prudente me
parecia repetir a escalação que venceu o Inter, com o Nathan substituindo Nacho.
Mas o Cuca pensou em jogar conforme o adversário – algo que muito me agrada. Ao
entrar com três zagueiros e liberando os dois alas, ele matou as jogadas dos
pontas flamenguistas, deixando Michael e Bruno Henrique nos bolsos do Nathan Silva.
Aliás, uma bela partida do Nathan
Silva. O menino mostrou personalidade e que a rodagem ganha pelos empréstimos
não foi em vão. Bela partida, para ganhar confiança e nos colocar no bolo da
briga pelo título. Amanhã, é contra o América. Outro adversário, outro estilo
de jogo e, espero eu, uma nova estratégia também por parte do Atlético.
A ver... Espero mais jogos como
contra o Flamengo do que contra o Cuiabá. Creio eu que o Cuca também, que suas falas,
independentemente do desempenho, são diferentes dentro e fora do vestiário –
como tem que ser. E que o Galo continue
assim: com mais juízo do que sorte.