Não é de hoje que eu tenho dito
que o pós-2013 do Galo criou uma geração de torcedores Nutella. Isso é fato,
mas existem umas diferenças que precisam ser vistas, porque, sinceramente, as
redes sociais atleticanas estão ficando um verdadeiro saco, de ambos os lados.
Parece que, na falta de um rival à altura, estamos criando rivalidades dentro
da torcida com um ridículo “sou mais atleticano que você”.
Ponto 1: o resultado contra o
Boca foi normal e aceitável, mas o desempenho foi fraco. E tem sido fraco. Ser
raiz não quer dizer passar pano, mas apoiar o time acima de tudo. É, em campo,
nunca vaiar antes do final da partida, sempre acreditar, e ir com o Galo até
sangrar a garganta. Isso nunca impediu de se ser crítico quando a bola não rola
e sempre torcer pelo Galo.
Ponto 2: sim, a geração que não
passou o que passamos nos anos 1990 ficou mais chata. Agora há uma diferença que
eles precisam aprender: uma coisa é criticar, outra é atrapalhar o time e
torcer contra. Mal ou bem, estamos com o Galo, somos todos Atleticanos. Em
campo, jamais podemos vaiar um jogador usando a camisa do Atlético enquanto o
jogo está rolando.
Isto posto, essa tal rivalidade
se acentuou no momento mais estranho possível: contra o Boca. É simples: o resultado
foi bom, é o Boca, não é o Cuiabá; mas o Galo deveria ter jogado mais. E, ainda
que o trabalho do Cuca possa ser questionado, seria doentio pedir a saída neste
ponto do campeonato. Lembrem-se que o Nepomuceno fez isso duas vezes (trocar de
treinador no meio de decisões). Perdeu a Copa do Brasil para o Botafogo, a
Libertadores para o Jorge Wilsterman (ambas iniciadas pelo Roger e encerradas
pelo Micale) e a final da Copa do Brasil para o Grêmio – naquele caso era mais
difícil, mas começamos com o Marcelo e terminamos com Giacomini de interino.
Chatice a parte, o jogo de terça,
sem torcida, preocupa. Preparem-se: o juiz vai vir quente em cima do Galo. Após
a polêmica toda do VAR em La Bobonera e a pressão argentina, o Galo jogará
contra o Boca, o juiz, o bandeira, o VAR e a Conmebol. Será contra tudo e todos
MESMO. E sem a gente lá para fazer, ao menos, um contrapeso. Fosse eu o Sérgio
Coelho, já teria mandado o Rodrigo Caetano fazer plantão na porta da sede da
Conmebol em Luque.
Atleticanos, uni-vos. A hora de
estar todo mundo fechado com o Galo, porque vamos precisar.