quinta-feira, 15 de julho de 2021

União contra a chatice

 


Não é de hoje que eu tenho dito que o pós-2013 do Galo criou uma geração de torcedores Nutella. Isso é fato, mas existem umas diferenças que precisam ser vistas, porque, sinceramente, as redes sociais atleticanas estão ficando um verdadeiro saco, de ambos os lados. Parece que, na falta de um rival à altura, estamos criando rivalidades dentro da torcida com um ridículo “sou mais atleticano que você”.

Ponto 1: o resultado contra o Boca foi normal e aceitável, mas o desempenho foi fraco. E tem sido fraco. Ser raiz não quer dizer passar pano, mas apoiar o time acima de tudo. É, em campo, nunca vaiar antes do final da partida, sempre acreditar, e ir com o Galo até sangrar a garganta. Isso nunca impediu de se ser crítico quando a bola não rola e sempre torcer pelo Galo.

Ponto 2: sim, a geração que não passou o que passamos nos anos 1990 ficou mais chata. Agora há uma diferença que eles precisam aprender: uma coisa é criticar, outra é atrapalhar o time e torcer contra. Mal ou bem, estamos com o Galo, somos todos Atleticanos. Em campo, jamais podemos vaiar um jogador usando a camisa do Atlético enquanto o jogo está rolando.

Isto posto, essa tal rivalidade se acentuou no momento mais estranho possível: contra o Boca. É simples: o resultado foi bom, é o Boca, não é o Cuiabá; mas o Galo deveria ter jogado mais. E, ainda que o trabalho do Cuca possa ser questionado, seria doentio pedir a saída neste ponto do campeonato. Lembrem-se que o Nepomuceno fez isso duas vezes (trocar de treinador no meio de decisões). Perdeu a Copa do Brasil para o Botafogo, a Libertadores para o Jorge Wilsterman (ambas iniciadas pelo Roger e encerradas pelo Micale) e a final da Copa do Brasil para o Grêmio – naquele caso era mais difícil, mas começamos com o Marcelo e terminamos com Giacomini de interino.

Chatice a parte, o jogo de terça, sem torcida, preocupa. Preparem-se: o juiz vai vir quente em cima do Galo. Após a polêmica toda do VAR em La Bobonera e a pressão argentina, o Galo jogará contra o Boca, o juiz, o bandeira, o VAR e a Conmebol. Será contra tudo e todos MESMO. E sem a gente lá para fazer, ao menos, um contrapeso. Fosse eu o Sérgio Coelho, já teria mandado o Rodrigo Caetano fazer plantão na porta da sede da Conmebol em Luque.

Atleticanos, uni-vos. A hora de estar todo mundo fechado com o Galo, porque vamos precisar.