O frenesi ainda não passou. A
empolgação de uma classificação heroica, com requintes de Galo e de “Eu
Acredito”, daquelas que podemos falar de fato que foi “sorte de campeão”. Eliminar o Boca nunca é fácil, a camisa pesa,
a arbitragem costuma pesar (não fosse o VAR pesaria de novo). O roteiro foi
cinematográfico: dois gols bem anulados ao nosso favor (CONTRA O BOCA), o
melhor jogador do time perdendo o primeiro pênalti e o goleiro criticado defendendo
duas e ainda marcando o gol da classificação. Isso é para arrepiar qualquer um,
de fato.
Como disse, ainda estou no
frenesi, pouco me importando para o “como”, mais interessado no resultado. Mas
agora, por uns breves minutos, até meio a contragosto, vou ser um pouco
racional: para eliminar River – ou mesmo o Argentinos Juniors – vai ter que
jogar mais.
Primeiro ponto que precisamos
compreender: depois da polêmica, que não tem nada de polêmica, mas que gerou um
frisson absurdo na Argentina, o próximo confronto – que será inevitavelmente
contra “Hermanos” – terá um peso muito grande na arbitragem. Todos sabemos
da força que eles têm na confederação, portanto, a pressão será grande. Ou seja,
vai ter que jogar MUITA BOLA para conseguir passar.
Segundo ponto é que o River é
MUITO mais time que o Boca, aliás, mesmo o Argentinos Juniors é mais time que o
Boca atualmente. O Atlético jogou bem apenas os minutos iniciais de cada jogo e
respeitou excessivamente a camisa do adversário. Para as próximas fases vai ter
que jogar mais, aproveitar melhor o potencial que este time tem para oferecer.
Evidentemente, que o importante é passar de fase, seja como for, mas contra um
time com a mesma camisa (no caso do River), e com muito mais bola (seja lá quem
passe), isso pode não ser suficiente. Ademais, as chances de interpretação favoráveis
ao Galo nas próximas fases tendem à zero.
Momento racional posto, isso é
problema do Cuca e da comissão. O importante agora é saborear o momento, porque
é daquelas classificações com a nossa cara, contra tudo e todos. E que o VAR tenha sido o pé esquerdo do
Victor em 2013: aquele lance em que você tem certeza que surgiu o campeão.