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quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Muito Vivos!

 


Se eu faria algo diferente ontem? Sim, faria. Deixaria o Nacho mais livre para jogar e faria o Zaracho atuar como um limpador de para-brisas atrás do camisa 26. Ousado, mas acho que seria melhor. Mas não quero fazer nenhuma crítica ao treinador. Aliás, eu que fui contra sua vinda e que achei que seria incapaz de reorganizar o time, tenho de dar o braço a torcer.

Como já disse antes, não vivo disso aqui – até por isso as grandes lacunas de post recentemente - , e, portanto, não tenho compromisso com o erro ou com cliques. Cuca faz um grande trabalho. Ontem, apesar da partida quase perfeita defensivamente do Palmeiras, o Galo mereceu ganhar. Foi o time que jogou querendo sair com a vitória, enquanto o time paulista lutou – muito – pelo zero a zero.

Diga-se, estou certo de que, oferecessem ao Abel Ferreira o 0 a 0 aqui e ir direto para os pênaltis, ele não só toparia, como faria um PIX volumoso para que isso acontecesse. Aliás, é assim que ele jogará aqui.

O pênalti perdido, acontece. Hulk bate bem, na verdade, bateu bem, tirou do goleiro, deu azar. Não consigo, no entanto, entender toda essa preocupação com terça-feira. Falemos a verdade: no zero a zero contra o Boca, quando o Galo jogou muito mal, todos estavam empolgados. Eu estava aliviado, porque ali o Atlético foi mal.

Ontem, o resultado foi ruim pelas circunstâncias do jogo, mas nada desesperador. Primeiro porque esse Palmeiras não mete medo e contra a gente eles terão de escolher atacar ou defender: já deu para ver que os dois juntos eles não dão conta. Não devem ameaçar.

Segundo porque, apesar da vantagem do empate com gols, nós temos a vantagem de ter torcida. Aliás, depois de mais de 500 dias daquele Atlético e Cruzeiro vencido com o gol do Otero, voltarei ao estádio na próxima terça e não poderia estar mais confiante.

Agora, é voltar ao foco para o sábado, em que o título – para mim – mais importante do ano está em disputa e que temos uma boa vantagem. Sobre a ansiedade de ir ao estádio, quando a ficha cair eu falarei sobre isso... No mais, é só ter calma, estamos muito bem nessa parada continental e terça, terça tem a Massa!

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Um reserva para o Nacho



O tempo todo vejo reclamações e questionamentos: o Galo não tem um reserva à altura para o Nacho. É verdade, não tem. E digo: nem vai ter. O motivo é simples, um reserva à altura para o Nacho não é um reserva, é outro titular, e o treinador que se vire para colocar os dois juntos em campo!


Sério, qual camisa 10 seria um reserva à altura para o Nacho? RESERVA? Nenhum! Gente, alguém que tenha esse nível de futebol não pode ser reserva em clube nenhum da América do Sul. Pense: o Atlético tem um reserva à altura para o Hulk? É CLARO QUE NÃO! Existem jogadores insubstituíveis e não adianta reclamar, tem que arrumar alternativas de jogo para quando eles faltarem.

 

Criar expectativas em um reserva que ele será tão bom quanto os principais jogadores do time é cruel com os suplentes. Gosto muito do futebol do Nathan, não acho o Hyoran ruim. Mas, obviamente, eles não são o Nacho e não cobrem deles que eles sejam. Em comum, a faixa de campo que atuam e característica geral de distribuir jogo. Podem ser boas alternativas, mas dentro de expectativas reais.

 

Hoje à noite, com a ansiedade na tampa, quase impossibilitado de trabalhar de tanta tensão, não teremos nosso cérebro. O Cuca vai ter que se virar sem o Nacho e adianto aos fanfarrões: não seria fácil nem com ele. Sinceramente, eu daria um jeito de colocar o Savarino no time, para explorar a velocidade dele nos espaços que o River fatalmente vai ceder. Sem contar, claro, que o venezuelano tem estrela nos grandes jogos.

 

Mas confio no Cuca. O time melhorou nos últimos jogos e, apesar de ter tido vários senões com treinador, acho que ele tem total competência para escalar um time competitivo sem nosso camisa 10 – que usa a 26. O Galo precisa ser inteligente e não abrir de mão de jogar, de atacar. Não podemos repetir a atuação contra o Boca. Se for puxar pela memória, o jogo perfeito seria a repetição da partida contra o Flamengo.... Mas vamos ver o que nos aguarda às 21:30. Eu acredito!

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Vai ter que jogar mais

 


O frenesi ainda não passou. A empolgação de uma classificação heroica, com requintes de Galo e de “Eu Acredito”, daquelas que podemos falar de fato que foi “sorte de campeão”.  Eliminar o Boca nunca é fácil, a camisa pesa, a arbitragem costuma pesar (não fosse o VAR pesaria de novo). O roteiro foi cinematográfico: dois gols bem anulados ao nosso favor (CONTRA O BOCA), o melhor jogador do time perdendo o primeiro pênalti e o goleiro criticado defendendo duas e ainda marcando o gol da classificação. Isso é para arrepiar qualquer um, de fato.

Como disse, ainda estou no frenesi, pouco me importando para o “como”, mais interessado no resultado. Mas agora, por uns breves minutos, até meio a contragosto, vou ser um pouco racional: para eliminar River – ou mesmo o Argentinos Juniors – vai ter que jogar mais.

Primeiro ponto que precisamos compreender: depois da polêmica, que não tem nada de polêmica, mas que gerou um frisson absurdo na Argentina, o próximo confronto – que será inevitavelmente contra “Hermanos” – terá um peso muito grande na arbitragem. Todos sabemos da força que eles têm na confederação, portanto, a pressão será grande. Ou seja, vai ter que jogar MUITA BOLA para conseguir passar.

Segundo ponto é que o River é MUITO mais time que o Boca, aliás, mesmo o Argentinos Juniors é mais time que o Boca atualmente. O Atlético jogou bem apenas os minutos iniciais de cada jogo e respeitou excessivamente a camisa do adversário. Para as próximas fases vai ter que jogar mais, aproveitar melhor o potencial que este time tem para oferecer. Evidentemente, que o importante é passar de fase, seja como for, mas contra um time com a mesma camisa (no caso do River), e com muito mais bola (seja lá quem passe), isso pode não ser suficiente. Ademais, as chances de interpretação favoráveis ao Galo nas próximas fases tendem à zero.

Momento racional posto, isso é problema do Cuca e da comissão. O importante agora é saborear o momento, porque é daquelas classificações com a nossa cara, contra tudo e todos.  E que o VAR tenha sido o pé esquerdo do Victor em 2013: aquele lance em que você tem certeza que surgiu o campeão.

quinta-feira, 15 de julho de 2021

União contra a chatice

 


Não é de hoje que eu tenho dito que o pós-2013 do Galo criou uma geração de torcedores Nutella. Isso é fato, mas existem umas diferenças que precisam ser vistas, porque, sinceramente, as redes sociais atleticanas estão ficando um verdadeiro saco, de ambos os lados. Parece que, na falta de um rival à altura, estamos criando rivalidades dentro da torcida com um ridículo “sou mais atleticano que você”.

Ponto 1: o resultado contra o Boca foi normal e aceitável, mas o desempenho foi fraco. E tem sido fraco. Ser raiz não quer dizer passar pano, mas apoiar o time acima de tudo. É, em campo, nunca vaiar antes do final da partida, sempre acreditar, e ir com o Galo até sangrar a garganta. Isso nunca impediu de se ser crítico quando a bola não rola e sempre torcer pelo Galo.

Ponto 2: sim, a geração que não passou o que passamos nos anos 1990 ficou mais chata. Agora há uma diferença que eles precisam aprender: uma coisa é criticar, outra é atrapalhar o time e torcer contra. Mal ou bem, estamos com o Galo, somos todos Atleticanos. Em campo, jamais podemos vaiar um jogador usando a camisa do Atlético enquanto o jogo está rolando.

Isto posto, essa tal rivalidade se acentuou no momento mais estranho possível: contra o Boca. É simples: o resultado foi bom, é o Boca, não é o Cuiabá; mas o Galo deveria ter jogado mais. E, ainda que o trabalho do Cuca possa ser questionado, seria doentio pedir a saída neste ponto do campeonato. Lembrem-se que o Nepomuceno fez isso duas vezes (trocar de treinador no meio de decisões). Perdeu a Copa do Brasil para o Botafogo, a Libertadores para o Jorge Wilsterman (ambas iniciadas pelo Roger e encerradas pelo Micale) e a final da Copa do Brasil para o Grêmio – naquele caso era mais difícil, mas começamos com o Marcelo e terminamos com Giacomini de interino.

Chatice a parte, o jogo de terça, sem torcida, preocupa. Preparem-se: o juiz vai vir quente em cima do Galo. Após a polêmica toda do VAR em La Bobonera e a pressão argentina, o Galo jogará contra o Boca, o juiz, o bandeira, o VAR e a Conmebol. Será contra tudo e todos MESMO. E sem a gente lá para fazer, ao menos, um contrapeso. Fosse eu o Sérgio Coelho, já teria mandado o Rodrigo Caetano fazer plantão na porta da sede da Conmebol em Luque.

Atleticanos, uni-vos. A hora de estar todo mundo fechado com o Galo, porque vamos precisar.  

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Mais juízo do que sorte

 


Já cansei de dizer que não tenho o menor compromisso com o erro, não tenho medo de criticar, tampouco vergonha de elogiar. Se há um bom tempo estou dizendo que o Galo estava com mais sorte do que juízo, na partida contra o Flamengo foi o contrário: Cuca, enfim, teve mais juízo do que sorte.

Apesar do gol perdido pelo Arrascaeta no fim do jogo – e esta foi a dose de sorte – o Atlético foi melhor que o freguês do Rio no jogo e mereceu ganhar. Contra um time forte, em um clássico, em meio de temporada – e em um ponto muito crucial dela – era normal sofrer um pouco de pressão, mas o Galo se comportou bem.

Confesso, sem nenhum medo de ser feliz, que a escalação inicial do Cuca me afligiu. Três zagueiros e sem o Igor Rabello me parecia algo surreal. Antes do jogo, a opção mais prudente me parecia repetir a escalação que venceu o Inter, com o Nathan substituindo Nacho. Mas o Cuca pensou em jogar conforme o adversário – algo que muito me agrada. Ao entrar com três zagueiros e liberando os dois alas, ele matou as jogadas dos pontas flamenguistas, deixando Michael e Bruno Henrique nos bolsos do Nathan Silva.

Aliás, uma bela partida do Nathan Silva. O menino mostrou personalidade e que a rodagem ganha pelos empréstimos não foi em vão. Bela partida, para ganhar confiança e nos colocar no bolo da briga pelo título. Amanhã, é contra o América. Outro adversário, outro estilo de jogo e, espero eu, uma nova estratégia também por parte do Atlético.

A ver... Espero mais jogos como contra o Flamengo do que contra o Cuiabá. Creio eu que o Cuca também, que suas falas, independentemente do desempenho, são diferentes dentro e fora do vestiário – como tem que ser.  E que o Galo continue assim: com mais juízo do que sorte.

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Sem função

 


Os três pontos em Cuiabá foram fundamentais, embora, mais uma vez, tenha contado com muito mais sorte do que juízo. Claro, estou feliz com os três pontos, mas não se iludam: o time precisa jogar mais. E a única comparação possível de se fazer com a partida contra o Botafogo no ano passado é que, em ambas, o vencedor contou com a sorte. Os jogos contra Chapecoense e Fortaleza mostra o quanto é insegura a fórmula do 1 a 0.

Não acho que jogar no contra-ataque seja uma tática inválida, pelo contrário. Mas, para isso, é preciso ousar o contra-ataque. Ontem, o Galo sentou-se na vantagem, aquela nítida de sensação de que os jogadores já se sentiam vitoriosos, o que é muito perigoso, já que uma bola vadia podia atrapalhar tudo.

O que mais me incomodou na partida de ontem, no entanto, é que não havia necessidade disso: Cuca não precisava ter mudado a estrutura do time para o jogo contra o Cuiabá. Mas ele o fez. E o fez para poder encaixar o Tchê Tchê. Com a bola que vem jogando o Zaracho, ele não pode ficar de fora. O Arana é o titular absoluto da lateral-esquerda, então, para não deixar o Tchê Tchê de fora, ele tirou o ponta-esquerda e voltou ao 4-4-2.

Acho o Tchê Tchê um excelente jogador, uma bela contratação. Agora, não acho que ele seja bom o suficiente para se moldar um esquema em torno dele. Ele não é o R10. Hoje, se tiver que montar esquema em função de alguém, que seja do Nacho e do Hulk. Se a vaga do Tchê Tchê tiver que ser sacrificada, que se sacrifique!

Essa relação visceral do Cuca com o volante é tamanha que ele mexeu no time e alterou a função do Tchê Tchê para não o substituir! Em um determinado momento, ele ficou de ponta. E, evidentemente, o rendimento dele ficou muito aquém nessa função. Aliás, ele só foi substituído pelo Jair (que eu gosto mais) no fim da partida para ganhar tempo! Isso porque durante grande parte do jogo ele ficou literalmente perdido, sem função em campo!

Não acho que o Cuca seja o pior ou o melhor treinador do mundo. Não acho que é hora de mudar o técnico, mas que é preciso que ele repense algumas coisas, isso é claro! Uma delas é essa relação visceral. A impressão que a gente tem é que se o Everson sentir, o Tchê Tchê vai para o gol!

O elenco do Galo é muito bom para jogar só isso, muito bom para depender tanto de um só jogador e jogar em função de um jogador: o time do Galo não tem, nem pode ter, dono!

Espero, sinceramente, que o discurso do Cuca ontem seja só da boca para fora e que ele esteja de fato preocupado com a atuação de ontem, porque, por mais que queiram normalizar a pífia atuação mascarada pelo triunfo, quanto melhor o desempenho, mais próximo o time estará das vitórias.

Além do mais, mesmo internamente, é muito melhor aprender e corrigir com os erros após vitórias do que após derrotas, em que tudo parece – e muitas vezes é – oportunismo.

No mais, 3 pontos para se comemorar e um campeonato inteiro para se disputar. O importante é sempre estar próximo aos líderes para conseguir terminar a 38ª rodada, a única que importa, na 1ªposição.

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Não passem pano. Não normalizem o anormal!


Já estamos em 2021. A Libertadores de 2013 já foi há 8 anos e até hoje tem gente passando pano para o Cuca. Não dá para normalizar nem para amparar com muletas as atuações medonhas do Galo no Brasileirão de 2021. Mais uma vez, o time involuiu. E que fique claro: não estou defendendo – ainda – a demissão (embora não ache injusta), mas uma cobrança por parte de todos, sobretudo da diretoria, ao trabalho do treinador.

Ora, com todos os titulares, este time perdeu para o Fortaleza e, convenhamos, exceto contra o São Paulo, teve mais sorte do que juízo nos pontos conquistados. O jogo jogado não convence, o time não tem padrão, organização, posicionamento, não tem nada que não a dependência de talentos individuais, por isso sente tanto os desfalques.

Quem cobra elenco – como inoportunamente fizeram – está, indiretamente, glorificando o Sampaoli. Afinal, o time base do Galo com os desfalques, era praticamente o time base do Atlético no ano passado. Havia quatro mudanças: Savarino e Alonso jogavam; mas não tinha Tchê Tchê nem Hulk. Não há como negar que o elenco de 2021 é bem mais forte do que o de 2020 – não normalizem o anormal!

Esse time do Atlético TINHA QUE JOGAR MAIS. Perder ou ganhar é do jogo, mas jogar é obrigação. Aí começa os (não) entendedores de futebol cobrar raça – já disse isso um milhão de vezes e vou repetir: raça é aquilo que a torcida pede quando não sabe o que está faltando. Pergunte a um educador físico, a um ex-jogador ou alguém com um mínimo de racionalidade, que torça para um outro time aleatório e constatará: falta organização, conjunto. Isso é trabalho do treinador.

Não dá para achar normal o Atlético jogar o que está jogando com o elenco que tem. Não dá para achar normal o time ficar tão distante, defensiva e ofensivamente, a ponto de o Hulk chegar para o treinador e falar: “professor, estou sozinho no meio dos dois, pede para o Hyoran e o Keno se aproximarem”. O Atlético com três volantes e a entrada da área estava sempre vazia! Isso é o BEABÁ do futebol.

São necessárias uma reflexão e uma cobrança por parte da diretoria à comissão técnica, por o Cuca já teve tempo de sobra para dar uma cara ao time e, de fato, dá para contar nos dedos as boas partidas do Galo. No Brasileirão foi apenas uma, contra o São Paulo. E não me venham culpar elenco, porque isso é PASSAR PANO PARA O CUCA, SIM!

Não normalizem as atuações do Galo, não passem pano para treinador e não se ceguem. Era obrigação do Atlético mostrar mais futebol e só não vê responsabilidade do treinador, quem não quer...

domingo, 30 de maio de 2021

Erros que custam títulos




Ano passado ficamos a uma vitória do título Brasileiro. Se a situação se repetir este ano, já podemos apontar um jogo que custou o título: perder em casa para o Fortaleza de virada é, para este elenco, uma vergonha. 

À despeito do horário maldito das 11 horas, a questão física e tudo mais, a derrota de hoje tem um culpado: Cuca. Não estou defendendo a saída do treinador, não me entendam mal, mas o Galo, hoje, perdeu para o seu próprio treinador. Um time que sai ganhando de 1 x 0 em casa, para um time inferior, TEM que confirmar a vitória.

Acontece que, em um campeonato difícil como o Brasileirão, é preciso compreender que o jogo tem 90 minutos e que 1 x 0 não é garantia de, com o perdão da expressão, PORRA NENHUMA. E a volta do intervalo foi exatamente isso: um time, o Fortaleza, voltou a fim de buscar o empate. O Galo voltou em cima da vantagem. Isso estava claro e, na hora do gol bem anulado do Fortaleza, se o treinador não percebeu que precisava mexer no time, alguma coisa estava errada com ele. 


Até aquele momento o Galo não havia jogado e o impedimento deu  uma segunda chance ao Cuca. Que nada fez. O Galo então, como estava desenhado, tomou um gol no lado esquerdo em que o lateral direito foi o único a tentar fazer a cobertura. Tardiamente, o treinador mudou. Mudou errado.  Sinceramente, nada contra o Tchê Tchê, acho até que ele tem bola para ser titular. Mas não é intocável. Ele não vinha bem e de cara era ele - e não o Nacho - a ser substituído. 


De cara ele deveria ter colocado Zaracho na vaga do Allan (amarelado), Jair na vaga do Tchê Tchê, para melhorar o combate; e o Vargas no lugar do Marrony (que estava muito pior do que o Savarino). Aliás, tirar o Guga para improvisar o Tchê Tchê na direita é algo que só mostra o quanto o treinador aprecia o jogador custe o que custar. Hoje ele não estava bem, poderia - e deveria ter saído.


O Galo partiu para cima e em um contra-ataque de manual (outra vez pela esquerda), levou o gol. Àquela altura, até concordo que deveria ir para o tudo ou nada. O problema é que este momento não deveria ter chegado! O jogo do Atlético, por mais que fisicamente o time tinha sentido, não poderia ter acabado no primeiro tempo. Era necessário fazer mais gols para garantir o resultado antes de “descansar” no jogo.


Infelizmente, esses pontos (bobos) já foram. Teremos de recuperá-los, porque é nesses jogos que se decidem campeonatos de pontos corridos. E eu, sinceramente, considero o Brasileirão  - único título que não vi - o mais importante do ano. E que sirva de lição… Nossa casa é SAGRADA, Cuca! Porra, você deveria saber disso… 


Bola para frente. Agora é o Remo. E semana que vem tem mais Brasileirão.


quarta-feira, 26 de maio de 2021

Morde as costas




O Galo é líder geral da Libertadores após uma exibição quase que perfeita ontem no Mineirão. Obviamente, agora começa outro campeonato e, tendo em vista os segundos colocados, essa colocação não é garantia de nada.

Ou melhor, de quase nada. É claro que os grupos são diferentes, mas você tem alguma dúvida que se esse desempenho fosse do Flamengo ou do Palmeiras a imprensa do eixo não estaria ovulando? E, grupo por grupo, o do Inter é bem mais fraco que o nosso e o time gaúcho ainda não garantiu sequer a classificação. E, nos jornais argentinos, já colocam o Galo de Nacho e Hulk como o pior dos adversários possíveis para os segundos colocados. A imprensa do eixo “pira”, mas o primeiro lugar geral é, sim, garantia de confiança e, sobretudo, respeito.

Mas não só eles. Já critiquei aqui o Cuca e não tive compromisso com o erro. Tinha argumentos e hoje reconheço a sua evolução, queimei a língua e ainda bem que queimei a língua. Mas perseguição nunca fiz. E o Guga é um dos jogadores mais perseguidos e injustiçados deste elenco. Tudo por conta da comemoração infeliz do título do Flamengo em 2019. Ele errou, claro, embora também não possamos esperar ou acreditar que os jogadores do Atlético sejam todos atleticanos de infância, futebol não funciona assim. Agora, daí a criticar um ativo do clube e até inventar más atuações, é demais.

Aliás, criticar lateral-direito injustamente é passatempo da torcida desde os tempos do multicampeão Marcos Rocha. Já nos tempos de Sampaoli o Guga mostrou muita evolução, se mostrando um grandíssimo lateral, multifunção ainda por cima. O poder de marcação, o posicionamento, a raça e as chegadas no ataque, tanto por dentro quanto por fora, são qualidades que ele tem aprimorado com o passar do tempo. Atuações seguras, mas que, a cada falha mínima, (e elas acontecerão por parte de todos os jogadores) a torcida pega no pé por conta de um errinho do passado.

Ontem, mais uma vez, ele foi um dos melhores em campo. E tem sido cada vez mais importante, tanto que foi convocado à seleção olímpica. Então, a quem critica por criticar, morde as costas, porque, assim como o jovem lateral, o Galo está evoluindo – e está só começando. Agora, de camarote, é esperar nosso adversário, sem muitas escolhas porque eles é que têm que nos temer - e temem! 

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Simplfica!




Era para ter escrito sobre isso na segunda, mas a correria louca do dia-a-dia me impediu de escrever sobre o assunto. Hoje, em dia de Galo pela Libertadores, sem Savarino, é um dia oportuno para falar do assunto: a recaída invencionista do Cuca no domingo.

Vamos lá, quinta-feira passada, contra o América de Cali, foi um jogo surreal. Imagino que, fisicamente, desgastante ao extremo. Este ano (ainda mais do que no ano passado), o Galo tem um elenco recheado de boas opções com pelos menos duas opções para quase todas as posições. Eis que não me surpreenderia – aliás, eu faria isso – se no primeiro jogo da final do Mineiro o Cuca não entrasse com ninguém que iniciou a partida na Colômbia, ou que entrasse com apenas dois ou três. Pensem: temos um bom elenco, os reservas poderiam fazer jogo duro contra o América e, em caso de surpresa negativa, podem ser feitas 5 substituições. Logo, se você entrar com meio time de linha reserva, você pode voltar com o titular...

Cuca não quis se arriscar. Optou por poupar poucos jogadores, apenas dois: Keno e Jair (ainda que Arana e Guga, na minha modesta opinião, foram os que mais sentiram os efeitos do gás). Até aí, perfeito, escolheu dois conforme os seus critérios e poupou. O que não entra na minha cabeça foram as substituições. Temos, repito, um elenco recheado. Não havia necessidade de improvisação. Se o Keno sai, entra o Marrony; se o Jair sai, entra o Allan ou o Franco!

Compreendo que ele tentou uma mudança tática imaginando que o Ademir fosse jogar desde o início, reforçando a marcação pelo lado esquerdo. Só que se era para mudar o esquema, com um jogador de meio recuado pela esquerda e um jogador de saída pelo centro, era melhor colocar o Allan no lugar do Keno e o Franco no lugar do Jair. Assim ele cumpriria a mesma ideia que ele teve no início do jogo sem improvisações.

Aliás, há algo muito estranho no Atlético. Alguns jogadores estão sendo preteridos de uma forma que eu, sinceramente, não compreendo. Marrony é um deles.

Mas o jogo de domingo já é passado e hoje temos um confronto importantíssimo contra o Cerro Porteño que pode valer a liderança geral e não temos o Savarino. Se eu pudesse falar algo para o Cuca era simplesmente: SIMPLIFICA. Tenta mexer o mínimo possível na estrutura do time para substituir o venezuelano. Sem inventar de colocar dois laterais. Se quiser mudar o esquema (se tiver treinado para isso), ótimo, mas mude com jogadores da posição, porque se tem uma coisa que o treinador do Galo não pode reclamar é de falta de elenco.

sábado, 15 de maio de 2021

Que se lembrem do dia 12.05 de 2021





Não tenho muitos seguidores, tampouco essa pretensão. Mas se alguém me segue sabe: sempre questionei os pedidos de raça. Sempre disse que raça é uma instituição suprema que, invariavelmente, é invocada quando o torcedor não sabe o que está faltando. Se o time tem jogadores bons e eles não rendem, logo falam em raça. É uma questão de heurística: as pessoas associam o futebol profissional com sua pelada de fim de semana. As coisas não são bem assim. Times perdem por falta de bola, falta de organização, falta de consciência tática. Raça, quase que invariavelmente, todos entregam.

Agora, se quiserem comprar briga comigo, é só falar, daqui para frente, em qualquer circunstância, que falta ao elenco atual do Atlético raça, comprometimento ou vontade. QUALQUER JOGADOR que esteve presente em Barranquilla na última quinta-feira está imune aos pedidos de raça – e isso vale para os atletas do América de Cali também. Os caras jogaram sob gás de pimenta! Vocês já sofreram com isso? Sofri à distância nas manifestações de 2013, algumas vezes no Horto e quase sempre quando vamos tentar entrar nos clássicos como visitante no Mineirão. É UMA DESGRAÇA!

Qualquer resultado ali seria aceitável e compreensível. Qualquer jogador que puxasse a frente e dissesse: “não vamos jogar”, seria até louvável. Os caras foram submetidos a uma tortura física e psicológica, imagine jogar bola com gás de pimenta na cara e ao som de bombas do lado de fora. Imagina você jogando e pensando: “puta que o pariu, como vamos fazer para ir embora daqui quando essa merda acabar”.

Os caras jogaram. Jogaram bem, ganharam e trouxeram a classificação. Superaram literalmente tudo e todos, ultrapassaram os limites da garra e do profissionalismo, chegando a quase burrice, porque jogar bola naquelas condições é, sim, uma situação limítrofe à burrice.

Não dá para falar do jogo. Como disse, qualquer coisa que acontecesse seria desculpável. Mas que todos se lembrem daquele dia antes de sair falando que jogador não tem raça ou comprometimento.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Não tenho compromisso com o erro... Nem o Cuca.


Não tenho compromisso com o erro, não quero nem torço para estar certo, torço e quero o bem do Galo. Não vivo de Atlético ou de blog, ou de cliques. Vivo o Atlético.

Por isso, com muita alegria, vi, ontem, que o Cuca acertou o time. Até postei aqui outro dia sobre o Fio de Esperança. E a esperança está se confirmando. Até porque as ações valem mais do que palavras, sempre valerão e, embora não admita, as ações do treinador demonstram, claramente, que, como eu, ele não tem compromisso com o erro.

Não quero inferir se a pressão teve efeito na mudança de atitude, ou se foi a diretoria, o comentário do Hulk. Prefiro acreditar que é mérito do treinador. Sampaoli e Cuca têm três coisas em comum, e só três: ofensividade, ambição pela vitória e asco à derrota (é diferente de ambição pela vitória, aliás, sem a outra isso até atrapalha, celebrando a frase célebre do Luxemburgo “o medo de perder tira a vontade de ganhar”. O asco à derrota pura e simplesmente, não o deixaria incomodado após o empate para contra o La Guaira).

Parêntese feito, imagino que o treinador percebeu o óbvio para cumprir suas ambições: não dava para simplesmente descartar o que o Sampaoli fez, ainda mais tendo em vista que o time foi moldado para jogar mais posicional e menos Cucabol. E, novamente, não adianta dizer que aquele monte de cruzamentos foi decisão mera e exclusiva dos jogadores, porque a câmera no Cuquinha não deixa dúvidas...

No jogo seguinte, contra o Athletic, apesar do desempenho não ser tão espetacular, o Galo começou a mudar o mindset. Como ressaltei, ao invés do “põe na área” de Cuquinha contra o La Guaira, ouvi à beira do campo Cuca gritar “Franco, faz um dois, um dois”. Naquele dia, o time começou a TENTAR jogar com a bola no chão. E a partir daquele jogo, e só a partir daquele jogo, o time começou a evoluir, e, cada dia mais, joga um misto salutar de Cuca e Sampaoli. Do treinador argentino,  mantém a bola no chão; sai jogando constantemente; e, em vários momentos, faz pressão na saída do adversário (o terceiro gol do Atlético ontem poderia ter sido assinado por um time sampaolista). Do Cuca, o time alterna essa pressão com linhas mais baixas, dando mais campo para o adversário; usa por vezes as bolas longas; pontas jogam mais pelo centro e voltam bem mais.

Essa combinação parece estar dando certo, embora, evidentemente, precisa de mais ajustes. O time precisa ficar ainda mais próximo quando está com a bola. Também é preciso definir a questão da marcação do Tchê Tchê e seu posicionamento ofensivo com o Nacho, e o próprio Cuca sabe disso, tanto que corrigiu no intervalo. Defensivamente, a entrada do Jair e mudança de posicionamento do Tchê Tchê em relação ao primeiro volante e ao próprio Nacho, acertou o meio de campo. Ofensivamente, Tchê Tchê jogou muito bem os 90 minutos, mas é preciso atentar para que ele e Nacho não concorram por espaço no campo, ocultando o futebol de um ou de outro.

Aliás, Tchê Tchê foi outro que não teve compromisso com o erro. Mostrou personalidade, admitiu suas falhas e trabalhou para melhorar (embora ache que lhe falte coragem para matar as jogadas, parece que ele tem receio de fazer faltas), mostrando o bom jogador que é, e comprovando que Fernando Diniz estava errado sobre ele. Certamente, o meia terá muito o que agregar.

Mas futebol é isso, críticas nas horas corretas e elogios também. Fato é que desde a partida contra o Athletic o Galo está evoluindo, e isso é o mais importante. 

Ainda falando de evolução de jogo, houve uma melhora substancial. Igor Rabello mais seguro e Alonso errando menos. E esse mérito é muito do novo sistema do Cuca, em que, mesmo sem volantes mordedores (que aliás, estão cada vez mais sem espaço), proporciona uma ocupação defensiva do espaço que começa dos atacantes e que protege mais a defesa. Veja que atualmente, ao se defender, há sempre dois ou três jogadores do Galo na marcação.

Óbvio, ainda há o que evoluir, há o que melhorar, ainda bem; afinal, o auge precisa se dar no ápice da temporada, lá no fim do ano... e que o Cuca e Atlético continuem assim: evoluindo, sem compromisso com os erros.

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Fio de esperança



Este era o apelido, enquanto ainda era jogador, de um dos maiores, senão o maior, treinador da história do Atlético: Telê Santana. Confesso que desde o jogo contra o Athletic, retomei um fiozinho de esperança de que o Cuca, possivelmente em função da pressão, pode calçar as sandálias da humildade e aproveitar algum legado do Sampaoli.

O jogo na Venezuela foi tenebroso, e, apesar do empate entre La Guaira e Cerro, imagino que, decerto, foi uma partida muito abaixo dos paraguaios, porque o time venezuelano é fraco. Contra o time de São João Del Rey, é verdade, o Atlético não esteve bem. Mas houve uma mudança clara e evidente de mindset: da bola isolada para a bola no chão.

Era normal que o impacto fosse ser grande, que o time não voltasse voando. Mas, enquanto na Venezuela Cuquinha gritava à beira do campo “põe na área”, no sábado Cuca gritava “Franco, faz um-dois”. Ótimo, por mais que nas entrevistas a soberba se mantenha, dizendo que o jogar contra o La Guaira daquela maneira foi necessário, na prática, que é o que importa, mudou. A convicção do chuveirinho não existia mais.

Contra o América de Cali, em que se pondere tudo o que é necessário se ponderar em relação ao adversário, o Galo fez a melhor partida sob o comando do Cuca. Ainda distante do time de Sampaoli, é verdade, mas, até sofrer o gol, jogou bem. Diga-se, distante é uma palavra que vem bem a calhar. O Atlético voltou a tocar a bola, a ser intenso e até marcar pressão. Mas, se tem uma coisa que o jogo posicional do Sampaoli fazia e que o Cuca ainda não conseguiu chegar perto foi a tal compactação. Espero que venha com o tempo, mas o time do Galo ainda parece jogar muito distante. Aquela aproximação de outrora entre Keno e Arana, ou dos meias com os volantes ainda parece inexistir.

Alguns podem até achar que a mudança de escalação é o que foi crucial para a evolução do time. E, em certa medida, discordo. Com todo o respeito, o único fundamento em que o Mariano é melhor que o Guga é no jeito de pegar na bola. E se, no primeiro tempo, o Savarino estava meio sumido, era justamente porque ninguém, nem o Mariano, chegava perto dele... a bola menos. Igor Rabello teve uma atuação excelente, a melhor dele com a camisa do Galo, embora o Réver tenha mais qualidade de passe, tem menos vigor.

No meio, minha opção seria por Franco no lugar do Tchê Tchê, que vinha até bem, mas quase pôs três pontos a perder por um erro infantil. Zaracho e Nacho, nem se fala. Como jogaram. E o Nathan, ao entrar em campo, foi essencial: deu o passe para o Hulk sofrer o pênalti e fez a falta (em que foi expulso) em um lance crucial (erro do Tchê Tchê).

O Hulk tem se mostrado bom dentro da área, embora ache que o Vargas seja incompreendido. Acho que ele tem uma movimentação muito inteligente no ataque, mas, neste momento, o trio titular é Savarino, Hulk e Keno.

Há um motivo para falar dessas atuações individuais: o fio de esperança, passa pela humildade, e, depois de um bom jogo, na metade para o fim do segundo tempo, o preciosismo autoral pareceu tomar conta das substituições do Atlético. Se tinha o Franco e o Allan no banco, porque colocar o Dodô e subir o Arana para o meio? Por que todos, menos o Tchê Tchê, podem sair? Por que ele ficou os 90 minutos? Por que demorar tanto para colocar o Franco no jogo?

Bom, o lado bom é o que time voltou a jogar e parou com o levantamento absurdo de bolas na área. Em tempo: é hora de aproveitar com moderação, porque no momento, a esperança ainda é só um fio. O que queremos é que esse fio de esperança se concretize e que o Atlético usufrua do grande potencial que tem, que faça o saudoso Telê ter orgulho. 

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Continente Atleticano



Chega a minha vez de vacinar, mas não chega às 19:00 para ver a estreia do Galo na Libertadores. Assinei a Conmebol TV para isso.

E é óbvio que, acima de tudo, sou Galo. Por isso, por mais que considere que o Cuca não seja o treinador ideal para este time, tudo o que mais quero hoje – e em todo o período de contrato dele – é queimar a língua.  Atleticano não torce contra o Galo. Nunca.

Diferentemente de muitos, não busco cliques ou engajamento (não vivo disso); não tenho tesão por estar certo... Que se dane a lógica, desde que dê Galo. Hoje e sempre é apoio total ao time, torcer para que tudo dê certo. Simples assim.

Se quero mudanças, é para melhorar o Galo, e não por vaidade pessoal. Não existe essa de torcer contra. Sou daqueles das antigas: se o Galo está em campo, torço por sua vitória (ainda que favoreça algum rival); se o jogador ainda não foi saiu de campo, não vaio (mesmo que não aplauda); enquanto está usando a camisa é apoio incondicional. Até porque, a Instituição é MAIOR do que as pessoas.

Hoje é mais um desses dias. Só penso no jogo, já acordei em modo decisão de campeonato, não vejo a hora desse jogo começar e não consigo concentrar e mais nada.

E tudo o que eu quero é a vitória. Nada além disso, custe o que custar. Porque eu posso não estar fechado com pessoas, mas com o Galo estou e sempre estarei. E vamos Galo, buscar esses três pontos e iniciar a jornada para o bi da Liberta. Estamos com você, afinal, nosso AMOR é INCONDICIONAL.

segunda-feira, 12 de abril de 2021

10 dias e contando



Foi este o tempo que o Cuca pediu para arrumar o time do Atlético após assumir a culpa pela ridícula derrota de ontem. O Galo não entrou em campo contra o pior Cruzeiro da história... uma vergonha quase que anunciada.

A começar, e é a única coisa pela qual o Cuca não é responsável, a pressão psicológica que foi implantada aos jogadores durante toda a semana. Por conta do maldito 6 a 1 e da diferença colossal entre os times, incutiu-se ao Galo a obrigação de golear. Ninguém goleia de véspera, goleadas são consequências. O cenário era maravilhoso para eles: a única coisa que eles tinham a obrigação era perder de pouco. O empate estava excelente e a vitória algo surreal, que nem o mais otimista deles esperava. Imagino o tamanho da pressão no vestiário do Galo. Pensando nisso, sinceramente (não o culpo por não o ter feito), colocaria o time reserva no clássico. Mostrar que não está nem aí e igualar a pressão... simples assim.

A gente tem que entender, embora seja difícil, que os jogadores vivem do presente do clube, não do passado. Acabou que, além de não pisar no pescoço do rival, não vamos ter a chance de revanche, já que, pelo visto, eles vão ficar na semifinal contra o América

Mas a inocência do Cuca acaba aí. E antes de pensar no histórico, serei pontual: que aberração foi a escalação do Tchê Tchê. Não que ele seja mal jogador, longe disso. Mas foi jogado às cobras. Estreia como titular no clássico! Pior: sem nenhuma justificativa. O cara que estava ali, o Zaracho, era um dos melhores do time. Não havia a menor necessidade de começar com o novo reforço. Não bastasse, ao avançar o time, ele optou por tirar o Guga e improvisar oi Tchê Tchê. É a receita pronta para dar merda, colocar um recém-chegado ao time, que ainda não mostrou bola, como dono da porra toda. Ele não é o Nacho! Aliás, coitado do Tchê Tchê, na fogueira, perdido, não ajudou atrás, nem na frente, ainda “marcou” o Nacho.

Essa, no entanto, é uma questão pontual. O problema é mais sério: desde a chegada do Cuca o time INVOLUIU. Um time que era muito organizado com o Sampaoli, tinha ideia de jogo, variações, fazia a bola rodar, virou o time de chutões que dependia de uma individualidade, de um lampejo de genialidade. É pouco, muito pouco, para o elenco do Atlético, especialmente contra um time tão fraco como o Cruzeiro.

No início do campeonato, elogiei o Lucas Gonçalves por um motivo: ele pegou o 3º colocado do Brasileirão, três pontos a menos do líder. Esse time não pode ser terra arrasada. Dele, tentou aproveitar o que tinha de bom, aplicando algumas mudanças, como o Lisca disse ter feito no América logo que assumiu o time do Felipe Conceição.

Desde que assumiu, Cuca tentou ser autoral, como se tivesse que recomeçar tudo e implantar as ideias dele. Acontece que o time não foi montado para o Cucabol, mas para um jogo posicional, com algumas variações. Hoje, quando vemos o Galo, parece que ele abandonou tudo o que time do Sampaoli tinha de bom e piorou o que já tinha de ruim. Mas o rachão, coletivo e o lanchinho na sala de imprensa vão bem obrigado.

Sinceramente, gratidão eterna pelo Cuca de 2013, mas não o contrataria este ano (e no lugar dele, também não viria, justamente para não estragar a idolatria). Minha opção seria o Pekerman, o outro estrangeiro. Confesso, até, que acharia melhor esse time na mão do Leandro Zago.

Mas o Cuca pediu 10 dias, o dia da estreia na Libertadores. Pensando que ele começou o vitorioso trabalho dele em 2013 com 6 derrotas. Esse é o crédito, mas seja inteligente. Use as armas que você tem (são muitas e são boas) adequadamente...

À diretoria, o recado foi dado pelo Cuca: se não tiver evolução em 10 dias, bola para frente e vida que segue.

segunda-feira, 22 de março de 2021

E o projeto?




Não sei se é algo do ser humano ou só do brasileiro, mas temos uma mania desgraçada de sermos autorais. Nunca, ou quase nunca, pensamos em dar continuidade às coisas boas dos nossos antecessores. Temos a necessidade de querer começar tudo do zero, mesmo que não tenhamos necessidade.

Sinceramente, acho isso de uma burrice inexplicável. É muito mais fácil pegar algo bom e aprimorá-lo, dar a ele os seus toques do que começar do zero sem necessidade. Claro, quando as terras estão arrasadas, é necessário refazer tudo, quando elas não estão, é só preciosismo.

E o meu receio com o Galo atual é o preciosismo personalista dessa diretoria. Eles, inclusive, exercem tal postura dentro de uma zona de conforto que não se vê há anos: não temos adversários ou rivais. Sendo claramente absoluto no estado, a pressão diminui e a margem para o erro é maior. E tudo na vida tem dois lados: se por um, em médio longo prazo, ter essa margem traz tranquilidade para a implementação de um projeto sem pressão de resultadismo, por outro, em mãos erradas, pode virar acomodação. Da mesma forma que um rival bem-sucedido pode ou te puxar para cima, ou te fazer meter os pés pelas mãos, como fez o Sette Câmara após os dois títulos do Cruzeiro da Copa do Brasil.

Temos a faca e o queijo na mão: temos dois anos de vantagem do ex-maior rival, temos investidores/mecenas dispostos a tornarem o Galo uma potência nacional, mas não podemos, por conta disso, esquecer o projeto e fazer as coisas nos conformes.

Sette Câmara passa longe de ser o melhor presidente do Galo, mas também está longe de ser o pior e algumas das coisas que ele iniciou e começaram a ser bem-sucedidas foram reiniciadas, sem muito sentido. Não vou falar do Mattos, até acho que neste caso, não houve nenhum prejuízo grande de qualidade. Mas, sinceramente, as saídas do Chávare e do Leandro Zago são simplesmente inexplicáveis. Chávare foi o maior acerto do último mandato e implementou uma nova filosofia que, em curto prazo, começou a dar frutos.

Outro ponto que não encaixa na minha cabeça é a volta do Cuca, muito mais por um mito Sebastianista do que por qualquer outra coisa. Não vou entrar no extracampo, porque aqui não é o lugar. Vamos ficar exclusivamente no futebol. À parte os setoristas e caça cliques que vibram com o retorno da mamata em Vespasiano, qual a lógica futebolística na contratação do Cuca? O Atlético foi terceiro colocado do Brasileirão, a três pontos do campeão, vocês acham que precisava recomeçar a filosofia de jogo do zero?

Eu, sinceramente, acho que não. Nisso vejo, inclusive, muito mérito do Lucas Gonçalves que manteve a ideia basilar do Sampaoli e começou a implementar algumas coisas novas. No primeiro jogo do Atlético do Cuca, houve uma mudança completa e total na forma de jogar: voltamos com os dois volantes (e ele pediu o retorno do Zé Welison) e apenas um meia. Em determinado momento do jogo, a posse de bola do Galo era quase igual à do Coimbra.

Espero e torço muito para dar certo, mas a minha preferência era por um treinador que tivesse um estilo mais parecido com o de Sampaoli jogar. Mas agora está contratado, é hora de torcer e, quem sabe, que ele reveja alguns conceitos, como colocar apenas um volante para o Zaracho jogar, voltar com o Guga e o Rafael...

Mineiro é para isso mesmo: testar. Até porque, o elenco do Atlético para o Campeonato Mineiro é até sacanagem. Ganharia o campeonato com os reservas, passando, talvez, um aperto contra o América – e mesmo assim eu tenho dúvidas. Vamos ter, inclusive, a chance de repetir os 9 x 2 no Cruzeiro.

A nós, torcedores, cabe continuar torcendo, consumindo o Galo e provando aos investidores que o dinheiro deles está bem empregado. E aos dirigentes que mantenham o projeto, que tenham convicção, ainda que sejam diferentes das minhas.

Até porque, com o estilo de Sampaoli ou o do Cuca, o elenco do Atlético tem caixa para ganhar títulos grandes este ano.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Não é final!


                                           Foto: Globo Esporte


A rodada deste meio de semana vai ser espetacular, como há muito não se via no futebol brasileiro. Mas é preciso que o torcedor atleticano tenha uma coisa em mente: não se trata de uma decisão, nem de um mata-mata entre os 6 primeiros colocados. Independentemente dos resultados, o campeonato ainda não vai ter acabado para nenhum dos 6 e a maior vitória seria, além da questão do jogo dos seis pontos, psicológica. 

Antes de voltar à rodada, vamos falar um pouquinho só de Galo. O Zago, técnico da base, tweetou uma coisa que eu tenho dito aqui: no Brasil, tem treinador que é vítima do seu sucesso. O Sampaoli não recebe críticas por conta do seu trabalho: ele carrega nas costas 49 anos sem título Brasileiro. E se ele perde meio ponto começam as críticas infundadas e as comparações surreais entre o Galo do 1º turno e o de hoje, bem como entre ele e o Cuca. A ver.

Sempre que citamos o Galo do 1º turno desconsideramos que o São Paulo tinha 1800 jogos a menos, quase todos contra times frágeis e quase todos realizados quando os adversários estavam no pior momento da temporada. Desses, perdeu ponto apenas para o Ceará fora, um empate. Lembrem-se: o Galo é o líder do segundo turno! Ou seja, o que foi tão pior assim?

Sou muito grato e fã do Cuca. Um grande treinador, campeão da Libertadores. Mas vocês se lembram do Brasileirão de 2012? À parte a questão da arbitragem, terminamos o 1ºturno com pontuação recorde à época. Líder disparado. Mas perdemos o título no segundo turno porque o time não ganhava fora de casa e porque em casa cedeu empates bobos como o 0x0 contra o Bahia, o 1x1 contra a Ponte e o 2x2 arrancado a fórceps contra o Atlético de GO. Sem contar que no empate contra o Cruzeiro, como visitante, cedido no último lance do jogo. De novo: será que ele estaria sustentando essa liderança nos pontos corridos? 

Isto posto, voltemos à rodada de hoje. Como disse, a questão mais importante hoje, para todos os seis times, é a psicológica. Falarei do jogo do Galo, mas os princípios básicos valem para todos os outros. O Grêmio é o time que menos perdeu no campeonato (4 ou 3). É um time forte, jogando em casa mais ainda. Tem o treinador mais longevo do futebol brasileiro. Em qualquer circunstância, quando se traça um projeto de pontos, perder para o Grêmio tem que estar dentro da expectativa. Você não pode contar com uma vitória em Porto Alegre para ser campeão. 

E isso vale para todos os 6 primeiros colocados jogando entre eles. Se algum deles contabiliza os três pontos desta rodada como certos, o planejamento deles está errado. Sejamos sinceros - retirem o Galo da história, peguem um outro campeonato nacional, e pensem como uma casa de apostas: o normal entre esses times é ganhar em casa e perder fora. Neste sentido, trocamos pontos com São Paulo, já fizemos a nossa parte contra o Grêmio. Perdemos 3 para o Inter (os dois que deixamos de ganhar, mais o ponto cedido ao Colorado) e ganhamos 3 do Flamengo. A lógica seria fazer nossa parte contra o Palmeiras e considerar lucro qualquer ponto hoje. O que acontece é que é uma rodada especial: em que todos eles se enfrentam e, por incrível que pareça, o 7º. o Fluminense, é o que tem mais chances de se dar bem na noite: jogando contra o Coritiba e torcendo por três empates absolutamente plausíveis, ou não?!

Tendo isso em vista, é bom lembrar que não dá para todos se afastarem ou se aproximarem porque um tira ponto do outro. E com um detalhe que, especificamente para o Atlético é importante: os outros dois jogos envolvem dois times acima e dois times abaixo. Ou seja, não tem como os dois de cima se afastarem nem os dois de baixo de nos passar. Isso quer dizer que na pior das hipóteses possíveis, que é a derrota, temos as seguintes situações: tanto acima quanto abaixo, ou os quatro somam mais um ponto, ou só dois somam três: sendo um acima e outro abaixo. Lembrando que, pelo número de vitórias, não podemos ser ultrapassados pelo Grêmio.

Isto posto, evidentemente que o Galo deve jogar para ganhar, buscar a vitória, que seria espetacular, sobretudo para o psicológico. Até porque, em Porto Alegre, por Brasileiros, em toda história, só ganhamos 4 vezes do Grêmio. Contudo, não podemos ver o empate como um mal resultado, muito menos a derrota com a pá de cal.

Agora é torcer: a noite de hoje promete ser longa e eu acredito, acredito cegamente até o fim!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Eu acredito




O ano de 2020 tem sido uma loucura. Para mim, em especial, um ano muito corrido. O dobro do trabalho pela metade do dinheiro, por conta disso tenho escrito menos. Quase sempre, após as derrotas, em contraposição aos cavaleiros do apocalipse.

Já cansei de falar aqui, não busco cliques, não vivo disso e o caos vende. Sou do tipo que prefere criticar nas vitórias e defender nas derrotas. Algo, para mim, mais honesto, e mais difícil – sem contar, claro, muito mais impopular. Estou seguindo mais linha da defesa nas derrotas por dois motivos: estão acontecendo menos, assim ganho tempo. O segundo, é porque nessas horas é que o time precisa de apoio. 

A torcida do Galo é por natureza bipolar e esses mesmos cavaleiros do apocalipse, que querem acabar com tudo, demitir todo mundo, falar que tudo está uma merda nas derrotas, são os mesmos que não conseguem, nas vitórias ver os erros e os pontos fracos. Em geral, oportunistas e populistas. 

Se eu falar para vocês que não estou puto com o resultado de ontem (pela forma que foi), estaria mentindo. Fui dormi puto, acordei puto, estou puto até agora. Isso, no entanto, não me impede de separar as coisas e tentar ser minimamente racional. 

Serei, antes, pontual sobre algumas coisas de ontem. Me impressiona a crueldade, até mesmo maldade de alguns torcedores. Cheguei a ler o seguinte tweet “Com o Gabriel e o Igor Rabello, vocês esperavam, o quê?”. Desafio alguém me mostrar algum lance de ontem em que o Gabriel comprometeu. O nome disso é perseguição. Ninguém está imune às críticas, mas sejam justos. 

Até mesmo com o Sampaoli. Eu mesmo já o critiquei, e não estou fazendo juízo do jogo de ontem quando eu digo: não dá para colocar na conta do treinador erros individuais grotescos, como os gols sofridos pelo Galo. Tampouco os menos grotescos, como os gols claros que perdemos (Sasha e Vargas, por exemplo). 

Só para constar dos erros individuais, no primeiro gol, dois erros claros: Igor Rabello, mal posicionado e desatento. Sem contar que, apesar disso, a meu ver, era uma bola defensável. Não foi um frango, mas era defensável. No segundo, Allan e Réver erraram. Sim, o Réver também errou. Ele optou por não dar o chutão e tentou arredondar uma bola complicada. 

Jogo de ontem passado, vamos falar de campeonato. De não entregar os pontos. Primeiro, e acho que temos que compreender isso, o Galo não é uma máquina. Ele vai brigar pelo título até o fim, mas seu objetivo TEM que ser a Libertadores. Não há time com obrigação de ser campeão. Além disso, calma. Estamos no início do segundo turno, o São Paulo foi o único dos times da ponta que não passou por surto de Covid, que ainda não teve uma fase mais instável e ainda deu, por assim dizer, uma sorte tremenda: seus jogos adiados estão sendo realizados em sua melhor fase do campeonato. O do Galo, por exemplo, foi feito em meio a um surto de Covid. 

Falando de dentro do campo, eu me pergunto, vocês têm acompanhado os jogos do São Paulo? O próprio jogo contra o Sport ontem, antes do nosso. Vocês viram? Então pergunto a vocês três coisas: 

1 – Foi um bom jogo? 

2 – O time do São Paulo joga melhor que o Galo, Flamengo, Santos e Grêmio? 

3 – Qual diferença do São Paulo para os demais, melhor, que se dane os demais. Qual a diferença do São Paulo para o Galo? 

A primeira, deixo para cada um responder. Vamos para as próximas. O time do São Paulo não joga melhor do que nenhum dos times citados. Aliás, de todos esses, gosto mais do jeito de jogar do Santos, mas não vem ao caso. Nos melhores momentos desses quatro times que citei (não tenho acompanhado o Palmeiras), todos eles foram melhores que o São Paulo. Evidentemente, o São Paulo é mais regular, por isso lidera. Mas não joga mais do que eles. 

A grande questão é: o que torna o São Paulo mais regular? Se você vê só os resultados, vai falar o óbvio (que é parte da resposta), é um trabalho mais longo, tem jogadores decisivos, perde pouco... Mas se você olhar o desempenho, assistindo aos jogos, como o de ontem contra o Sport, por exemplo, vai ver que tem muita outras coisas, até o imponderável. 

Abrindo um parêntese, contar com o imponderável não é demérito, mas tem dia que o a manteiga cai para cima e dia que ela cai para baixo. Tem dia que o jogador do Inter que fez o segundo gol chutaria na lua. Então, para quem não acompanha, falarei de alguns jogos do São Paulo que foram, por assim dizer, interessantes: 

  • No Morumbi, São Paulo e Bragantino empataram sem gols. O que já é, na prática, um resultado terrível para o líder. Mas poderia ser pior: naquele jogo o Bragantino perdeu dois pênaltis, o segundo já no fim do jogo. 
  • No mesmo Morumbi, o São Paulo empatou com o Bahia. Estava perdendo até os 40 do segundo tempo, quando também achou um gol 
  • Flamengo e São Paulo, o Flamengo também perdeu dois pênaltis, um quando vencia por 1 x 0 e que poderia mudar o rumo da partida. 
  • No Beira-Rio, contra o Inter, com um a mais, o São Paulo perdia o jogo e achou, em uma bola na área, já nos acréscimos, o gol de empate. 
  • Na Fonte Nova, contra o Bahia, quando o jogo estava zero a zero, o goleiro do São Paulo fez um pênalti. Deveria ser marcado e ele deveria ter sido expulso. Não ocorreu. 

É mérito dos caras, claro. Mas também é sorte. No entanto, e isso vale especificamente para o Atlético, existe uma grande diferença: o nível de concentração dos jogadores do São Paulo do início ao fim do jogo. E acho que a vitória de ontem foi por conta disso: falta de concentração. E no caso do Galo, não sei se vocês notaram, acontece em dois momentos do jogo: no início e no fim. Já repararam como o Galo toma gols no início do jogo e, por conta disso, é obrigado a virar? 

Esse é um problema que precisa ser sanado. O time tem que entrar ligado e sair ligado, como fez nas duas partidas contra o Flamengo. Mas, repito, o segundo turno está só começando. Não há nada perdido ainda, nem dá para falar que o São Paulo é um time magnífico. E nós já viramos situações muito mais complexas. Vamos Galo, estamos juntos até o fim.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Covid, Autuori, Everson e a Bipolaridade atleticana


 

Estava querendo escrever faz um tempo, mas tempo é algo que me falta. Aproveito uma micro-folga nesta semana e a derrota de hoje para emendar os assuntos que me incomodavam desde a série de quatro jogos sem vitórias, antes da redentora goleada contra o Flamengo (que nem devia contar, já que se trata de nosso segundo maior freguês).

Odeio perder, odeio mesmo. No estádio, então, fico até consumido pelo ódio. Mas, principalmente em um momento como este, temos de ser o mais racional possível. Tentar analisar o jogo como analisaríamos de um outro time qualquer. À época disse: o Inter perdeu para o Goiás com um a menos, empatou com o Coxa. O Flamengo, além de sofrer goeladas para adversário diretos, ganhou um ponto dos seis possíveis contra o Atlético de Goiás. Palmeiras perdeu em casa para o Coritiba. O São Paulo, em casa, empatou com Bahia e Bragantino (que perdeu dois pênaltis) e perdeu para o Vasco. Destes, qual o torcedor começa a questionar as chances de título após um resultado negativo? O do Galo!

Repito, que daquela sequência de resultados negativos, um, de fato, foi incômodo, foi bizarro e muito anormal: a virada contra o Bahia em Salvador. No mais, péssimos resultados, mas não de todo surpreendente. É normal para o estilo do Atlético encontrar mais facilidade contra times que vão para cima dele. No caso do jogo contra o Palmeiras, o placar não condiz com que foi o jogo. Aconteceu que o Atlético perdeu gols e o Palmeiras não. Se o Galo tivesse perdido aquele jogo de 3x2 talvez contasse mais o que foi o jogo do que o 3x0. Mas futebol é isso.

Aí a bipolaridade: no jogo seguinte, muita gente até assustada, apreensiva com o jogo e, com o dedo de Dom Sampa, o Galo enfia 4 nos Mulambos, que só não foram 5 porque o juiz, inexplicavelmente, não marcou pênalti em Marrony no último lance.

Rodada seguinte, e o Galo alcança o feito inédito de bater os Gambás na Arena Mãos ao Alto, passando, inclusive, por sobre a arbitragem, naquele erro colossal que mudou o jogo, embora, o Atlético tenho corrigido o pecado da arbitragem na marra.

Era a hora do maldito jogo adiado. E aqui, o mesmo recado que servia para gente, serve para o São Paulo: jogos a menos não querem dizer vitórias. Do mesmo jeito que na tabela falávamos deste jogo, os falsos também falavam ao questionar sua classificação. Sempre que ouço falarem da posição do Botafogo e do Ceará, ouço falarem: com jogos a menos... Sendo que, em ambos os casos, são jogos contra o São Paulo. Ter três jogos a menos não significa ter 9 pontos a mais.

Enfim, voltando ao nosso jogo a menos, que momento inoportuno para ser marcado: em meio de uma data Fifa, com uma convocação desnecessária e, de última hora, um surto de Covid que ainda provou que o protocolo do Atlético é melhor do que o da CBF: não fosse o nosso protocolo, poderíamos escalar 5 jogadores contaminados hoje.

Bom, tínhamos 5 titulares. Um deles, o Everson. Ele é um goleiro desgraçado de ruim? Não, de forma alguma. Mas o Rafael é infinitamente superior. E não: a habilidade com os pés não compensa a diferença com as mãos. E se, óbvio, o Rafael não faz lançamentos como o Éverson, estava longe de ser uma desgraça e comprometer. Fazia o simples.

Agora, ainda assim, ainda que com 5 titulares, mesmo sendo inexplicável a predileção pelo Hyoran no lugar do Nathan, nome a nome, a vitória era factível. Já adianto que de pontos positivos, os meninos Tallison e Calebe. Na zaga, além de um desentrosamento claro, houve um problema que já sinalizei aqui em outras circunstâncias: a troca de zagueiro de lado. Futebol não é vídeo game que você coloca os dois melhores zagueiros em qualquer lado e eles funcionam. Há zagueiros que jogam bem pela direita e mal pela esquerda e vice-versa. Igor Rabello e Réver jogam pela direita, Gabriel e Alonso, pela esquerda. E reparem: os piores jogos do Réver e do Rabello foram na esquerda. Isso não é à toa. Em paralelo, com apenas um volante e marcação alta, a zaga pesada que só, ficava de frente com os atacantes o tempo inteiro: em tempo, Jair, de quem sou fã, esteve mal.

Apesar disso, o Atlético, mal, jogou e criou mais. Mas isso não adianta. Aliás, o Atlético conseguiu perder 6 pontos para o Paulo Autuori (parece que eles está para o Galo como estamos para o Flamengo) do mesmo jeito: no contra-ataque. É bem verdade que, nos três primeiros, no jogo contra o Botafogo, foi um verdadeiro massacre do Galo, o que hoje não aconteceu – nem poderia.

Agora são 10 dias com desfalques (se não houver mais, por conta do tempo de incubação) e três jogos. Este time vai treinar e dar conta. O lado bom que é jogamos contra o Botafogo, aqui, Goiás, que mesmo fora já é o bônus track, e o Ceará, este sim um joguinho mais chato.

Gosto de lembrar também que surtos de Covid serão praticamente inevitáveis em todos os times. Entre os líderes, o Flamengo já teve; Atlético e Palmeiras estão tendo; Inter e São Paulo ainda não. Temos é que passar por essa crise fazendo o maior número de pontos possível e, contra tudo e contra todos, não desistir.