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quarta-feira, 25 de agosto de 2021

A hora ia chegar

 


É uma regra matemática: quanto maior a sequência de qualquer coisa (vitórias, derrotas, invencibilidade), mais próxima ela está do fim. Era óbvio e lógico – por mais que torçamos contra o vento – que uma hora a sequência de vitórias seria interrompida. Ela foi interrompida na segunda e, por mais estranho que possa parecer, em uma hora bem conveniente.

Lógico que não há hora boa para interromper uma sequência de vitórias, mas existe horas ruins. Entramos sabendo o resultado do Palmeiras – derrotado – e do virtual vice-líder Flamengo – empate. Na pior das hipóteses, perderíamos um ponto de distância para o time do Rio. Daí a importância do gol do Sasha: nem isso perdemos. Ganhamos um ponto de distância do Palmeiras e mantivemos os Urubus no mesmo lugar.

Não há que fazer estardalhaço sobre isso. Aliás, uma repetição deste resultado amanhã não seria ruim. Mas o foco deste blog é o Brasileirão. Temos ainda dois jogos muito difíceis para completar o turno. O Bragantino fora – que já tirou ponto dos nossos dois adversários – e o Grêmio em casa, partida que foi adiada (o maldito asterisco). É hora de manter serenidade, fazer as contas e jogar bola. Não temos que nos preocupar com os adversários, eles que têm que se preocupar conosco.

Me desculpem, inclusive, se foco tanto no jogo contra o Bragantino, é porque este atleticano que vos escreve ainda não viu o Brasileirão e estou muito esperançoso que este possa ser o ano. Por isso, também, apesar dos desfalques, me incomoda o adiamento da partida contra o Grêmio. Neste momento, com a fase atual dos gaúchos, jogando em BH, era obrigação de vitória. Mas sabe-se lá o que acontecerá até o dia do jogo... Esses jogos atrasados geram na gente uma expectativa que, às vezes, não se cumpre – vide ano passado. Lembrem-se que o Galo jogaria contra os falsos na pior fase dos paranaenses e na nossa melhor fase. O jogo aconteceu na pior fase do Galo e com surto de COVID.

Mas um jogo por vez. Primeiro temos a missão de voltar vivos do Rio de Janeiro, o que é, aliás, provável. Depois, uma missão mais difícil contra o excelente Bragantino em Bragança – lembrando que eles ganharam do Palmeiras no Allianz e empataram com o Flamengo no Maracanã. Esses dois resultados serão importantíssimos até pelo adiamento das partidas: o Galo só voltará a jogar mais de uma semana depois e uma coisa é pausar com a confiança em alta e em paz com a torcida, outra é trabalhar com viés de queda.

Em síntese, esqueçam a segunda-feira. O resultado não foi uma aberração – apesar do pênalti duvidoso marcado e de um pênalti claro no Nacho sonegado. Aconteceria, cedo ou tarde, e aconteceu em um momento em que poderia acontecer: em que os rivais não fizeram a parte dele – e já sabíamos disso. Por isso, simplesmente, bola para frente. Amanhã tem mais.

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Todo cuidado é pouco, mas eu quero o Brasileirão...

 


A vitória de quarta foi excelente, estamos, justamente, curtindo até agora. Sem nenhum tipo de porém, críticas, nada disso. O que espero, no entanto, é que os jogadores tenham a ciência de que não está decidido. NÃO ESTÁ! Como torcedores, estamos no nosso direito de aproveitar essa vitória épica contra o River, mas todo cuidado é pouco.

Este mesmo River, após perder de 1 x 0 para o Cruzeiro em Buenos Aires, ganhou de 3 no Mineirão. Depois de perder para o Grêmio no mesmo Monumental de Nuñez, eliminou os gaúchos em Porto Alegre. Ano passado, depois de levarem uma sacola de 3 contra o Palmeiras na capital argentina, quase eliminou o nosso adversário de amanhã. Aliás, só não o fez por conta do VAR. Óbvio que estou otimista, que se não está garantido para gente, o que dirá para o River. Mas, sim, todo cuidado é pouco e essencial nessa partida.

Mas hei de confessar: quarta, a passada e a próxima, estão muito longe. O jogo que está me causando arrepios mesmo é o de amanhã contra o Palmeiras, valendo a liderança do Brasileirão. Talvez os mais novos não tenham a ideia do que o título Brasileiro vale para gente.

Entre o dia que eu nasci e o ano de 2003, esse era o título mais importante do estado de Minas Gerais e nós éramos os únicos a tê-lo conquistado. De lá para cá eu vi o Galo ganhar a América, ser campeão da Libertadores e ser campeão nacional, de forma épica, contra o Cruzeiro. Mas o Brasileirão, que eu já nasci campeão, sem canetada, este eu ainda não vi. Eu preciso ver o Galo campeão Brasileiro mais do que eu gostaria de vê-lo campeão de qualquer outra coisa, me perdoem, mas é um fato.

Do primeiro título Brasileiro até hoje, tivemos chances, até vice-campeões invictos nós fomos. Se Brasileiro sempre tivesse sido de pontos corridos, já teríamos uma coleção deles. Mas não era. E sempre tinha um juiz, uma falha individual, um goleiro genial, sempre tinha aquela se...

Ano passado, mais uma vez, o gostinho da proximidade esteve na boca. Foi uma vitória! Só uma! Mas o destino, mais uma vez, quis atrapalhar. Esse ano é o ano. E, se eu tiver que escolher, eu escolho o Brasileirão. E que amanhã seja um grande jogo, porque, sim, é uma final.

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Mais juízo do que sorte

 


Já cansei de dizer que não tenho o menor compromisso com o erro, não tenho medo de criticar, tampouco vergonha de elogiar. Se há um bom tempo estou dizendo que o Galo estava com mais sorte do que juízo, na partida contra o Flamengo foi o contrário: Cuca, enfim, teve mais juízo do que sorte.

Apesar do gol perdido pelo Arrascaeta no fim do jogo – e esta foi a dose de sorte – o Atlético foi melhor que o freguês do Rio no jogo e mereceu ganhar. Contra um time forte, em um clássico, em meio de temporada – e em um ponto muito crucial dela – era normal sofrer um pouco de pressão, mas o Galo se comportou bem.

Confesso, sem nenhum medo de ser feliz, que a escalação inicial do Cuca me afligiu. Três zagueiros e sem o Igor Rabello me parecia algo surreal. Antes do jogo, a opção mais prudente me parecia repetir a escalação que venceu o Inter, com o Nathan substituindo Nacho. Mas o Cuca pensou em jogar conforme o adversário – algo que muito me agrada. Ao entrar com três zagueiros e liberando os dois alas, ele matou as jogadas dos pontas flamenguistas, deixando Michael e Bruno Henrique nos bolsos do Nathan Silva.

Aliás, uma bela partida do Nathan Silva. O menino mostrou personalidade e que a rodagem ganha pelos empréstimos não foi em vão. Bela partida, para ganhar confiança e nos colocar no bolo da briga pelo título. Amanhã, é contra o América. Outro adversário, outro estilo de jogo e, espero eu, uma nova estratégia também por parte do Atlético.

A ver... Espero mais jogos como contra o Flamengo do que contra o Cuiabá. Creio eu que o Cuca também, que suas falas, independentemente do desempenho, são diferentes dentro e fora do vestiário – como tem que ser.  E que o Galo continue assim: com mais juízo do que sorte.

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Sem função

 


Os três pontos em Cuiabá foram fundamentais, embora, mais uma vez, tenha contado com muito mais sorte do que juízo. Claro, estou feliz com os três pontos, mas não se iludam: o time precisa jogar mais. E a única comparação possível de se fazer com a partida contra o Botafogo no ano passado é que, em ambas, o vencedor contou com a sorte. Os jogos contra Chapecoense e Fortaleza mostra o quanto é insegura a fórmula do 1 a 0.

Não acho que jogar no contra-ataque seja uma tática inválida, pelo contrário. Mas, para isso, é preciso ousar o contra-ataque. Ontem, o Galo sentou-se na vantagem, aquela nítida de sensação de que os jogadores já se sentiam vitoriosos, o que é muito perigoso, já que uma bola vadia podia atrapalhar tudo.

O que mais me incomodou na partida de ontem, no entanto, é que não havia necessidade disso: Cuca não precisava ter mudado a estrutura do time para o jogo contra o Cuiabá. Mas ele o fez. E o fez para poder encaixar o Tchê Tchê. Com a bola que vem jogando o Zaracho, ele não pode ficar de fora. O Arana é o titular absoluto da lateral-esquerda, então, para não deixar o Tchê Tchê de fora, ele tirou o ponta-esquerda e voltou ao 4-4-2.

Acho o Tchê Tchê um excelente jogador, uma bela contratação. Agora, não acho que ele seja bom o suficiente para se moldar um esquema em torno dele. Ele não é o R10. Hoje, se tiver que montar esquema em função de alguém, que seja do Nacho e do Hulk. Se a vaga do Tchê Tchê tiver que ser sacrificada, que se sacrifique!

Essa relação visceral do Cuca com o volante é tamanha que ele mexeu no time e alterou a função do Tchê Tchê para não o substituir! Em um determinado momento, ele ficou de ponta. E, evidentemente, o rendimento dele ficou muito aquém nessa função. Aliás, ele só foi substituído pelo Jair (que eu gosto mais) no fim da partida para ganhar tempo! Isso porque durante grande parte do jogo ele ficou literalmente perdido, sem função em campo!

Não acho que o Cuca seja o pior ou o melhor treinador do mundo. Não acho que é hora de mudar o técnico, mas que é preciso que ele repense algumas coisas, isso é claro! Uma delas é essa relação visceral. A impressão que a gente tem é que se o Everson sentir, o Tchê Tchê vai para o gol!

O elenco do Galo é muito bom para jogar só isso, muito bom para depender tanto de um só jogador e jogar em função de um jogador: o time do Galo não tem, nem pode ter, dono!

Espero, sinceramente, que o discurso do Cuca ontem seja só da boca para fora e que ele esteja de fato preocupado com a atuação de ontem, porque, por mais que queiram normalizar a pífia atuação mascarada pelo triunfo, quanto melhor o desempenho, mais próximo o time estará das vitórias.

Além do mais, mesmo internamente, é muito melhor aprender e corrigir com os erros após vitórias do que após derrotas, em que tudo parece – e muitas vezes é – oportunismo.

No mais, 3 pontos para se comemorar e um campeonato inteiro para se disputar. O importante é sempre estar próximo aos líderes para conseguir terminar a 38ª rodada, a única que importa, na 1ªposição.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Mais sorte do que juízo




Esta é a toada do Atlético no início do Brasileirão. Está claro que a tática do Galo de Cuca – inspirado em Mano Menezes – é abrir logo o marcador e depois tentar controlar o jogo. O grande problema dessa tática é contar demais com a sorte. É impraticável pensar no futebol sem erros. É claro que, por mais impecável que seja a defesa, em algum momento ela vai errar, ela vai tomar um gol e os três pontos podem, simplesmente, escorrer pelas mãos.

E, sejamos sinceros, à parte o jogo contra o São Paulo, o Atlético foi mais sorte do que juízo. Contra Sport e, sobretudo, contra o Inter, o Galo flertou muito com o perigo. “Ah, o Inter chegou pouco”. As chegadas do Inter, como a do Maurício, foram muito perigosas. A bola não entrou por sorte.

Contra a Chapecoense, também contamos muito com a sorte. Não preciso nem falar na mão do destino que impediu o empate deles ainda no primeiro tempo. E, venhamos e convenhamos, a Chapecoense teve mais chances de vencer do que o Galo, embora o Hulk tenha tido uma oportunidade muito clara no fim do jogo.

Não dá para vencer todos os jogos. Por um a zero, mais inviável ainda.  Lembremos ainda que o Atlético marcou o primeiro gol em todos os jogos do Brasileirão! Ou seja, é preciso relembrar ao time que o jogo tem 90 minutos e que não dá para parar depois de fazer 1 x 0.

Está na hora de jogar mais, reduzir o fator de sorte e aumentar o juízo...

domingo, 30 de maio de 2021

Erros que custam títulos




Ano passado ficamos a uma vitória do título Brasileiro. Se a situação se repetir este ano, já podemos apontar um jogo que custou o título: perder em casa para o Fortaleza de virada é, para este elenco, uma vergonha. 

À despeito do horário maldito das 11 horas, a questão física e tudo mais, a derrota de hoje tem um culpado: Cuca. Não estou defendendo a saída do treinador, não me entendam mal, mas o Galo, hoje, perdeu para o seu próprio treinador. Um time que sai ganhando de 1 x 0 em casa, para um time inferior, TEM que confirmar a vitória.

Acontece que, em um campeonato difícil como o Brasileirão, é preciso compreender que o jogo tem 90 minutos e que 1 x 0 não é garantia de, com o perdão da expressão, PORRA NENHUMA. E a volta do intervalo foi exatamente isso: um time, o Fortaleza, voltou a fim de buscar o empate. O Galo voltou em cima da vantagem. Isso estava claro e, na hora do gol bem anulado do Fortaleza, se o treinador não percebeu que precisava mexer no time, alguma coisa estava errada com ele. 


Até aquele momento o Galo não havia jogado e o impedimento deu  uma segunda chance ao Cuca. Que nada fez. O Galo então, como estava desenhado, tomou um gol no lado esquerdo em que o lateral direito foi o único a tentar fazer a cobertura. Tardiamente, o treinador mudou. Mudou errado.  Sinceramente, nada contra o Tchê Tchê, acho até que ele tem bola para ser titular. Mas não é intocável. Ele não vinha bem e de cara era ele - e não o Nacho - a ser substituído. 


De cara ele deveria ter colocado Zaracho na vaga do Allan (amarelado), Jair na vaga do Tchê Tchê, para melhorar o combate; e o Vargas no lugar do Marrony (que estava muito pior do que o Savarino). Aliás, tirar o Guga para improvisar o Tchê Tchê na direita é algo que só mostra o quanto o treinador aprecia o jogador custe o que custar. Hoje ele não estava bem, poderia - e deveria ter saído.


O Galo partiu para cima e em um contra-ataque de manual (outra vez pela esquerda), levou o gol. Àquela altura, até concordo que deveria ir para o tudo ou nada. O problema é que este momento não deveria ter chegado! O jogo do Atlético, por mais que fisicamente o time tinha sentido, não poderia ter acabado no primeiro tempo. Era necessário fazer mais gols para garantir o resultado antes de “descansar” no jogo.


Infelizmente, esses pontos (bobos) já foram. Teremos de recuperá-los, porque é nesses jogos que se decidem campeonatos de pontos corridos. E eu, sinceramente, considero o Brasileirão  - único título que não vi - o mais importante do ano. E que sirva de lição… Nossa casa é SAGRADA, Cuca! Porra, você deveria saber disso… 


Bola para frente. Agora é o Remo. E semana que vem tem mais Brasileirão.


quarta-feira, 26 de maio de 2021

Morde as costas




O Galo é líder geral da Libertadores após uma exibição quase que perfeita ontem no Mineirão. Obviamente, agora começa outro campeonato e, tendo em vista os segundos colocados, essa colocação não é garantia de nada.

Ou melhor, de quase nada. É claro que os grupos são diferentes, mas você tem alguma dúvida que se esse desempenho fosse do Flamengo ou do Palmeiras a imprensa do eixo não estaria ovulando? E, grupo por grupo, o do Inter é bem mais fraco que o nosso e o time gaúcho ainda não garantiu sequer a classificação. E, nos jornais argentinos, já colocam o Galo de Nacho e Hulk como o pior dos adversários possíveis para os segundos colocados. A imprensa do eixo “pira”, mas o primeiro lugar geral é, sim, garantia de confiança e, sobretudo, respeito.

Mas não só eles. Já critiquei aqui o Cuca e não tive compromisso com o erro. Tinha argumentos e hoje reconheço a sua evolução, queimei a língua e ainda bem que queimei a língua. Mas perseguição nunca fiz. E o Guga é um dos jogadores mais perseguidos e injustiçados deste elenco. Tudo por conta da comemoração infeliz do título do Flamengo em 2019. Ele errou, claro, embora também não possamos esperar ou acreditar que os jogadores do Atlético sejam todos atleticanos de infância, futebol não funciona assim. Agora, daí a criticar um ativo do clube e até inventar más atuações, é demais.

Aliás, criticar lateral-direito injustamente é passatempo da torcida desde os tempos do multicampeão Marcos Rocha. Já nos tempos de Sampaoli o Guga mostrou muita evolução, se mostrando um grandíssimo lateral, multifunção ainda por cima. O poder de marcação, o posicionamento, a raça e as chegadas no ataque, tanto por dentro quanto por fora, são qualidades que ele tem aprimorado com o passar do tempo. Atuações seguras, mas que, a cada falha mínima, (e elas acontecerão por parte de todos os jogadores) a torcida pega no pé por conta de um errinho do passado.

Ontem, mais uma vez, ele foi um dos melhores em campo. E tem sido cada vez mais importante, tanto que foi convocado à seleção olímpica. Então, a quem critica por criticar, morde as costas, porque, assim como o jovem lateral, o Galo está evoluindo – e está só começando. Agora, de camarote, é esperar nosso adversário, sem muitas escolhas porque eles é que têm que nos temer - e temem! 

segunda-feira, 24 de maio de 2021

46 vezes Galo

 


Minas Gerais está tomada. E sempre esteve. E não adianta chorar: o time que há 15 vezes consecutivas vai à final, o maior campeão, o melhor time da primeira fase foi campeão. Ponto final.

E que fique claro: o título tem sua importância, mas não é muita em face às pretensões do Galo neste 2021. E, igualmente claro, fique que o placar e o jogo não tão bom é muito mais mérito do América, que valorizou muito a conquista, do que demérito do Galo.

O Atlético tinha toda a obrigação do mundo de ganhar, a pressão e o peso do título estavam do nosso lado. Era mais ou menos assim: se ganhasse, como ganhou, não vale nada. Se perdesse, era uma tragédia. De fato era: mais investimento, mais time, mais jogadores. Por outro lado, calendário maluco, um adversário muito organizado e de série A. Não seria e não foi simples.

Aliás, do título, o mais importante é tranquilidade e confiança que gera no elenco, no treinador e na torcida. Estamos todos felizes, mas até a página 2. Terça-feira já é dia de Libertadores e domingo começa aquele que, para mim, PRECISA ser o maior objetivo do ano: O Brasileirão.

No mais, tudo normal em Minas Gerais... Afinal, aqui sempre teve dono!

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Não tenho compromisso com o erro... Nem o Cuca.


Não tenho compromisso com o erro, não quero nem torço para estar certo, torço e quero o bem do Galo. Não vivo de Atlético ou de blog, ou de cliques. Vivo o Atlético.

Por isso, com muita alegria, vi, ontem, que o Cuca acertou o time. Até postei aqui outro dia sobre o Fio de Esperança. E a esperança está se confirmando. Até porque as ações valem mais do que palavras, sempre valerão e, embora não admita, as ações do treinador demonstram, claramente, que, como eu, ele não tem compromisso com o erro.

Não quero inferir se a pressão teve efeito na mudança de atitude, ou se foi a diretoria, o comentário do Hulk. Prefiro acreditar que é mérito do treinador. Sampaoli e Cuca têm três coisas em comum, e só três: ofensividade, ambição pela vitória e asco à derrota (é diferente de ambição pela vitória, aliás, sem a outra isso até atrapalha, celebrando a frase célebre do Luxemburgo “o medo de perder tira a vontade de ganhar”. O asco à derrota pura e simplesmente, não o deixaria incomodado após o empate para contra o La Guaira).

Parêntese feito, imagino que o treinador percebeu o óbvio para cumprir suas ambições: não dava para simplesmente descartar o que o Sampaoli fez, ainda mais tendo em vista que o time foi moldado para jogar mais posicional e menos Cucabol. E, novamente, não adianta dizer que aquele monte de cruzamentos foi decisão mera e exclusiva dos jogadores, porque a câmera no Cuquinha não deixa dúvidas...

No jogo seguinte, contra o Athletic, apesar do desempenho não ser tão espetacular, o Galo começou a mudar o mindset. Como ressaltei, ao invés do “põe na área” de Cuquinha contra o La Guaira, ouvi à beira do campo Cuca gritar “Franco, faz um dois, um dois”. Naquele dia, o time começou a TENTAR jogar com a bola no chão. E a partir daquele jogo, e só a partir daquele jogo, o time começou a evoluir, e, cada dia mais, joga um misto salutar de Cuca e Sampaoli. Do treinador argentino,  mantém a bola no chão; sai jogando constantemente; e, em vários momentos, faz pressão na saída do adversário (o terceiro gol do Atlético ontem poderia ter sido assinado por um time sampaolista). Do Cuca, o time alterna essa pressão com linhas mais baixas, dando mais campo para o adversário; usa por vezes as bolas longas; pontas jogam mais pelo centro e voltam bem mais.

Essa combinação parece estar dando certo, embora, evidentemente, precisa de mais ajustes. O time precisa ficar ainda mais próximo quando está com a bola. Também é preciso definir a questão da marcação do Tchê Tchê e seu posicionamento ofensivo com o Nacho, e o próprio Cuca sabe disso, tanto que corrigiu no intervalo. Defensivamente, a entrada do Jair e mudança de posicionamento do Tchê Tchê em relação ao primeiro volante e ao próprio Nacho, acertou o meio de campo. Ofensivamente, Tchê Tchê jogou muito bem os 90 minutos, mas é preciso atentar para que ele e Nacho não concorram por espaço no campo, ocultando o futebol de um ou de outro.

Aliás, Tchê Tchê foi outro que não teve compromisso com o erro. Mostrou personalidade, admitiu suas falhas e trabalhou para melhorar (embora ache que lhe falte coragem para matar as jogadas, parece que ele tem receio de fazer faltas), mostrando o bom jogador que é, e comprovando que Fernando Diniz estava errado sobre ele. Certamente, o meia terá muito o que agregar.

Mas futebol é isso, críticas nas horas corretas e elogios também. Fato é que desde a partida contra o Athletic o Galo está evoluindo, e isso é o mais importante. 

Ainda falando de evolução de jogo, houve uma melhora substancial. Igor Rabello mais seguro e Alonso errando menos. E esse mérito é muito do novo sistema do Cuca, em que, mesmo sem volantes mordedores (que aliás, estão cada vez mais sem espaço), proporciona uma ocupação defensiva do espaço que começa dos atacantes e que protege mais a defesa. Veja que atualmente, ao se defender, há sempre dois ou três jogadores do Galo na marcação.

Óbvio, ainda há o que evoluir, há o que melhorar, ainda bem; afinal, o auge precisa se dar no ápice da temporada, lá no fim do ano... e que o Cuca e Atlético continuem assim: evoluindo, sem compromisso com os erros.

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Fio de esperança



Este era o apelido, enquanto ainda era jogador, de um dos maiores, senão o maior, treinador da história do Atlético: Telê Santana. Confesso que desde o jogo contra o Athletic, retomei um fiozinho de esperança de que o Cuca, possivelmente em função da pressão, pode calçar as sandálias da humildade e aproveitar algum legado do Sampaoli.

O jogo na Venezuela foi tenebroso, e, apesar do empate entre La Guaira e Cerro, imagino que, decerto, foi uma partida muito abaixo dos paraguaios, porque o time venezuelano é fraco. Contra o time de São João Del Rey, é verdade, o Atlético não esteve bem. Mas houve uma mudança clara e evidente de mindset: da bola isolada para a bola no chão.

Era normal que o impacto fosse ser grande, que o time não voltasse voando. Mas, enquanto na Venezuela Cuquinha gritava à beira do campo “põe na área”, no sábado Cuca gritava “Franco, faz um-dois”. Ótimo, por mais que nas entrevistas a soberba se mantenha, dizendo que o jogar contra o La Guaira daquela maneira foi necessário, na prática, que é o que importa, mudou. A convicção do chuveirinho não existia mais.

Contra o América de Cali, em que se pondere tudo o que é necessário se ponderar em relação ao adversário, o Galo fez a melhor partida sob o comando do Cuca. Ainda distante do time de Sampaoli, é verdade, mas, até sofrer o gol, jogou bem. Diga-se, distante é uma palavra que vem bem a calhar. O Atlético voltou a tocar a bola, a ser intenso e até marcar pressão. Mas, se tem uma coisa que o jogo posicional do Sampaoli fazia e que o Cuca ainda não conseguiu chegar perto foi a tal compactação. Espero que venha com o tempo, mas o time do Galo ainda parece jogar muito distante. Aquela aproximação de outrora entre Keno e Arana, ou dos meias com os volantes ainda parece inexistir.

Alguns podem até achar que a mudança de escalação é o que foi crucial para a evolução do time. E, em certa medida, discordo. Com todo o respeito, o único fundamento em que o Mariano é melhor que o Guga é no jeito de pegar na bola. E se, no primeiro tempo, o Savarino estava meio sumido, era justamente porque ninguém, nem o Mariano, chegava perto dele... a bola menos. Igor Rabello teve uma atuação excelente, a melhor dele com a camisa do Galo, embora o Réver tenha mais qualidade de passe, tem menos vigor.

No meio, minha opção seria por Franco no lugar do Tchê Tchê, que vinha até bem, mas quase pôs três pontos a perder por um erro infantil. Zaracho e Nacho, nem se fala. Como jogaram. E o Nathan, ao entrar em campo, foi essencial: deu o passe para o Hulk sofrer o pênalti e fez a falta (em que foi expulso) em um lance crucial (erro do Tchê Tchê).

O Hulk tem se mostrado bom dentro da área, embora ache que o Vargas seja incompreendido. Acho que ele tem uma movimentação muito inteligente no ataque, mas, neste momento, o trio titular é Savarino, Hulk e Keno.

Há um motivo para falar dessas atuações individuais: o fio de esperança, passa pela humildade, e, depois de um bom jogo, na metade para o fim do segundo tempo, o preciosismo autoral pareceu tomar conta das substituições do Atlético. Se tinha o Franco e o Allan no banco, porque colocar o Dodô e subir o Arana para o meio? Por que todos, menos o Tchê Tchê, podem sair? Por que ele ficou os 90 minutos? Por que demorar tanto para colocar o Franco no jogo?

Bom, o lado bom é o que time voltou a jogar e parou com o levantamento absurdo de bolas na área. Em tempo: é hora de aproveitar com moderação, porque no momento, a esperança ainda é só um fio. O que queremos é que esse fio de esperança se concretize e que o Atlético usufrua do grande potencial que tem, que faça o saudoso Telê ter orgulho. 

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Rali de Ferrari

                                    

A pergunta de fato é importante: qual a hora de mudar de treinador? José Trajano a repetia com certa frequência nos bons tempos do Linha de Passe da Espn Brasil. Após a trágica exibição do Galo contra um paupérrimo La Guaira, foi a vez de Heverton Guimarães fazê-la.

Há muita coisa para se pesar: o tempo é necessário, mas outros, como foi o Sampaoli, conseguiu de cara... Qual será a regra? A regra é que não há regra, há bom senso. E neste momento, por conta de vaidade, está faltando isso tanto ao Cuca quanto a diretoria.

A diretoria não quer admitir que contratou errado – e, de fato, o fez. Cuca não admite se submeter a um estilo de jogo que não o seu. Se o treinador der o braço a torcer e recuperar o jogo posicional, teremos alguma evolução, caso isso não ocorra, a diretoria vai escolher mandá-lo embora para ontem ou morrer abraçada com ele.

O problema não é jogador, tampouco raça. Isso é coisa de torcedor, quando não sabe identificar exatamente o que está acontecendo, ou está cego de paixão. Vamos a lógica: você faria um rali de Ferrari? Usaria uma Land Rover em uma corrida de F1? Óbvio que, tendo o mínimo de bom senso, a resposta é não.

O Galo fez isso!

Vamos pensar, então, com a cabeça. O trabalho do Sampaoli foi avaliado pela imensa maioria de pessoas com o mínimo de Q.I e caráter como muito bom. Apesar de ter sido o terceiro, o título nunca esteve tão próximo. A diretoria, então, sabiamente, tinha a sua permanência como Plano A. Até então, perfeito.

Ele não ficou. Aconteceu, bola para frente. Usemos, novamente a cabeça: tínhamos como plano A a continuidade do Sampaoli, logo, para manter o planejamento minimamente coerente, precisamos contratar um treinador que, das duas, uma:

1 – Tenha o mesmo estilo de jogo – o posicional, de toque de bola curto, muita posse e marcação pressão; inspirados em Bielsa e Guardiola.

2 – Alguém humilde o suficiente para não querer re



começar o trabalho do zero e sim dar continuidade com implementação paulatina de novos conceitos – como fez o Lisca no América do Conceição, ou como faz o Crespo no São Paulo do Diniz.

O Atlético o que fez? O pior possível: contratou um treinador que não lembra, nem de perto, o conceito de jogo posicional e tampouco é humilde o suficiente para não querer ser autoral. E não adianta culpar os atletas (e olha que estão se esforçando para perder o grupo), porque eles fizeram exatamente o que comandante pediu: puseram a bola na área...

E não é apenas a escolha do treinador: o elenco foi montado pelo e para o Sampaoli. É um time posicional, afeito às bolas curtas e tabelas rápidas, jogadores franzinos, ágeis e inteligentes. Cuca gosta de ligação direta e chutões. Hulk à parte, quem mais disputa bola no alto do meio para frente? Sério, para isso não precisava de gastar R$ 200 milhões. Gastava R$ 200.000 e trazia o Rubens da Tombense e fica 90 minutos cruzando.

Alguém, antes que seja tarde, precisa colocara a vaidade de lado. Ou a diretoria admite o erro e vai ao mercado (opções não faltam: Jose Pekerman Leandro Zago (que deveria ser assistente para fazer a transição), Gabriel Heinze, Villas Bôas... Ou, ao menos, exijam do Cuca que ele repense sua tara por autoria. O que não é viável é ver um time derreter, piorar jogo após a jogo. E, digo mais, a classificação para as oitavas deste elenco milionário, por conta disso, já está em risco...

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Continente Atleticano



Chega a minha vez de vacinar, mas não chega às 19:00 para ver a estreia do Galo na Libertadores. Assinei a Conmebol TV para isso.

E é óbvio que, acima de tudo, sou Galo. Por isso, por mais que considere que o Cuca não seja o treinador ideal para este time, tudo o que mais quero hoje – e em todo o período de contrato dele – é queimar a língua.  Atleticano não torce contra o Galo. Nunca.

Diferentemente de muitos, não busco cliques ou engajamento (não vivo disso); não tenho tesão por estar certo... Que se dane a lógica, desde que dê Galo. Hoje e sempre é apoio total ao time, torcer para que tudo dê certo. Simples assim.

Se quero mudanças, é para melhorar o Galo, e não por vaidade pessoal. Não existe essa de torcer contra. Sou daqueles das antigas: se o Galo está em campo, torço por sua vitória (ainda que favoreça algum rival); se o jogador ainda não foi saiu de campo, não vaio (mesmo que não aplauda); enquanto está usando a camisa é apoio incondicional. Até porque, a Instituição é MAIOR do que as pessoas.

Hoje é mais um desses dias. Só penso no jogo, já acordei em modo decisão de campeonato, não vejo a hora desse jogo começar e não consigo concentrar e mais nada.

E tudo o que eu quero é a vitória. Nada além disso, custe o que custar. Porque eu posso não estar fechado com pessoas, mas com o Galo estou e sempre estarei. E vamos Galo, buscar esses três pontos e iniciar a jornada para o bi da Liberta. Estamos com você, afinal, nosso AMOR é INCONDICIONAL.

quinta-feira, 25 de março de 2021

Feliz Cento e Galo Anos!

 


Seria errado dizer que o Atlético é o meu primeiro amor. Porque ao dizer isso estaria pressupondo que não nasci atleticano. Atleticano não vem de berço, vem de útero.

Os fetos comuns chutam e ouve. Os atleticanos, além disso, gritam Galo. Grito que levam para sempre, que move uma massa, que inebria todo um estado. Tenho amigos de fora de MG que se espantam com um fenômeno natural para gente. Por isso, a primeira coisa que faço com eles em um bar, como debute, é propor um teste:

“ Solta um copo de vidro no chão”

Você que já esteve em BH sabe exatamente o que acontecerá em seguida. Não vou estragar a surpresa de quem ainda não veio.

Um fato indiscutível é que nós, atleticanos, precisamos ser estudados. Mas seria inútil, afinal, há coisas que a ciência simplesmente não consegue explicar. A paixão do atleticano é uma delas. E, com quase 35 anos, 33 de estádio, falo sem o menor medo de errar: não são nos bons momentos que o amor se prova. São nos maus. É naquele rebaixamento em que carregamos o time no colo, em que, com lágrimas nos olhos, cantávamos o hino a plenos pulmões. Ao ponto de eu ouvir na ESPN naquela noite alguns jornalistas dizerem duas coisas: uma é que caiu de pé. E a segunda é que ali já tinha subido.

Há pouco tempo, o João Guilherme, cuja mãe é alvinegra, e narrou tanto o rebaixamento quanto o título da Libertadores (em ambos eu também estava lá), disse que compreendeu a paixão do atleticano naquela partida fatídica contra o Vasco. https://www.instagram.com/tv/CATgaCVFxyg/

E carregamos aquele time nas costas para voltar, porque nunca foi milagre, sempre foi Clube Atlético Mineiro. Na saúde ou na doença. O Galo me fez sofrer, chorar, sorrir, me extasiar de alegria. Cada segundo torcendo para o Galo é um alívio. Te faz esquecer os problemas, te faz sair da cama, te faz sentir vivo.

Até porque o mundo não começou ontem e quem tem mais ou menos a minha idade sabe que torcer para o Galo nunca foi só alegria. Passamos tempos sombrios, mas nós somos atleticanos, se torcemos contra o vento, não vão ser meras crises e administrações ruins que vão nos derrubar.

O Atlético é gigante porque somos gigantes. Porque ele é a nossa a vida. Sério, vocês conseguem imaginar o que seria de vocês se naquele 25.03.1908, no Parque Municipal, aquelas almas iluminadas não tivessem fundado o Galo?

Eu não.

Por isso, hoje, no aniversário de 113 anos, eu só posso dizer ao Galo uma coisa: muito obrigado! Obrigado por ser parte da minha vida, da minha identidade, por todas as alegrias e tristezas, por me fazer sentir vivo...

Ser atleticano, não se explica, se sente. E isso não tem preço.  

E o vento? O vento perdeu mais uma!


terça-feira, 25 de agosto de 2020

Fechado com o Sampaoli

Eu mesmo já disse que o Sampaoli erra. E vai errar mais vezes. Agora criar campanhazinha contra o Dom Sampa? vocês só podem estar de sacanagem. O time é bem treinado, joga bem, e, em muito pouco tempo, mostrou mais do que os dois últimos anos.

Já falei sobre esses caras uma vez aqui no blog, mas, na boa, já deu desses Digitais Influencers "Atleticanos" que, em busca de cliques, ficam propagando o caos. De novo, com fiz daquela feita, vou dar uma dica, como publicitário que sou,  para você atleticano se atentar: o caos e a desgraça vendem mais, rende mais cliques. Então, pense bem antes de ficar dando palanque para esses caras. Eles querem o caos. Cornetar, ficar revoltado na TV, no rádio ou no Twitter gera muito mais engajamento. Por Deus que eu acho que esses caras chegam a torcer contra para ganhar cliques. Tá achando o ruim o Sampa? Vai dar audiência para o Neto e torcer para o Corinthians e não tumultua o meu Galo


Já disse que o Sampaoli erra, acho que insiste demais com o Hyoran - e demora demais a retirá-lo-, acho que, sem um novo 10, ele deveria reintegrar o Cazares, porque acho que faltou alguém para rasgar as defesas fechadas de Botafogo e Inter. Mas isso é opinião minha, muito menos qualificada que a dele.


Sampaoli é o melhor técnico do Brasil e disputa ferrenhamente com o Gallardo o posto de melhor do continente. O cara sabe muito de bola e temos de confiar nele. E o torcedor precisa acordar para a realidade: Dom Sampa sempre trabalhou rodando e mudando o time conforme o adversário (coisa que acho ótima), mudando esquema durante os jogos e de um jogo para outro. Isso não é defeito. Isso é o que faz dele foda, isso fez ele chegar onde chegou, e isso vai fazer ele ter sucesso no Galo. Não adianta reclamar e dar chilique.


Outra coisa: ajustem as suas expectativas à realidade. O time do Galo vai brigar no topo da tabela, fato. Mas não é o favorito. Este time está sendo construído para ser campeão em 2021. Este ano, o foco é a Libertadores e BRIGAR pelo título. Ainda assim, claro, podemos ser campeões este ano. Mas não se iludam: NINGUÉM VAI GANHAR TODAS, JOGAR BEM TODAS, nem nada disso. Não há nenhum time neste campeonato que sobra tecnicamente, nem o Galo. Se o Galo investiu mais, é porque teve de recomeçar do zero. Pense, por exemplo, no elenco do Flamengo (que, em 2019 gastou muito mais para montá-lo), quantos jogadores precisam contratar para montar um bom time? Agora pense no Galo do ano passado...


E digo mais: os 9 pontos em 5 jogos é absolutamente normal, competitivo e planejado. Se você fizesse uma planilha com a cabeça (como treinadores devem fazer) - e não com o coração - o Atlético até ganharia do Botafogo - que aliás tirou pontos do Flamengo - , mas seria totalmente plausível que perdesse para Flamengo e Inter. Contra o Botafogo, jogou muito bem. Contra o Inter, nem tanto, mas muito pelo mérito do Coudet. Este sim foi muito esperto. Sabia as deficiências do elenco do Galo na criação, e jogou com isso. 


O Galo dominou o jogo, empurrou o Inter para trás. Só que o Colorado tem bons jogadores, um esquema defensivo absurdo, um elenco equilibrado e jogou sabendo que o Atlético não tinha uma meia capaz de romper retrancas. 


Sampaoli é foda, o melhor treinador do Brasil. E estamos com ele. Afinal, estamos com o Galo.  Calma, deixem de ser mensageiros do caos e prestem atenção em que você segue. Nos últimos anos, tivemos 3 milhões de técnicos, a cada derrota um treinador novo. E o resultado vocês lembram. 


Então, este blog, está #FechadoComOSampaoli. 


quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Silenciem as cornetas

Sosseguem as cornetas. O Atlético perdeu, mas está longe de ser o fim do mundo. Pelo amor de Deus. Talvez seja até bom para acalmar o ímpeto de campeão na terceira rodada. É preciso ter prudência. 

A torcida do Atlético está mal acostumada - ou está ficando mal acostumada - e tem uma necessidade enorme de eleger culpados e vilões eternos. E quando a torcida do Galo faz isso, coitado: até quando o outro erra o cara é culpado. Lembro de uma partida no Horto em que o cara xingou o Dátolo por um passe errado pelo Donizete!


A modinha atual é demonizar o Guga. Ele errou no primeiro gol, errou. Mas o erro maior foi do Allan. Aliás, o volante ontem estava em um dia péssimo, irreconhecível. Ainda no primeiro tempo, o Guga passou no corredor para receber a bola do Allan. O camisa 29 tentou e errou outro passe no meio de campo, o que gerou um contra-ataque, obviamente nas costas do Guga que, lembro, passava para receber a bola. Os caras cornetavam no Twitter que o Guga estava levando bola nas costas. Repito: o Guga estava passando, o passe seria para ele. O Allan errou o passe. Vocês queria que o cara se teletransportasse para a defesa? Estão de sacanagem, né?


Não que o Guga tenha sido o suprassumo, mas também não pode ser culpado por falhas alheias. Aliás, se teve um ponto negativo ontem no Atlético foram os desempenhos individuais. Acho que sequei o Alonso, que fez sua pior partida com a camisa do Galo. Allan, Hyoran e Keno também estiveram muito abaixo. 


Os dois últimos e o Marrony, muito individualistas na cara do gol. O Keno devia ter uma bola só para ele. E, para concluir individualmente, muito feliz pela volta do Bruno Silva. O moleque é dos bons.


Voltando ao time, gente, que nó tático que vocês viram do Botafogo? Nó tático o Sampaoli tomou do Lisca quando empatou 1 x 1 com o América. O que aconteceu ontem foi acaso. O Atlético passeou, deu um chocolate, chutou 31 bolas, ficou mais de 70% com ela. Acertou a trave três vezes, fez o Gatito trabalhar outras tantas. Teve 850 escanteios mal batidos, que me fizeram sentir saudade do Otero.


Se o Galo ganhasse ontem, iam falar no massacre que foi o jogo, mas como é futebol, e no futebol tem dia que é noite, tem dia que a bola teima, o Galo perdeu. 


E vai perder outros jogos, empatar, e ganhar, jogar mal, bem, pior que o adversário, melhor que o oponente. Ninguém é imbatível, ainda mais um time que está em formação, é um time para 2021, mas que vai disputar o título em 2020. De novo: o time está em formação!


Agora, dizer que é inadmissível perder para o Botafogo e que os pontos contra o Botafogo valem os mesmos do que os pontos contra o Flamengo é bobagem.


Perder nunca é inadmissível, a forma de perder é que pode ser. O Liverpool perdeu a invencibilidade no campeonato inglês para um time rebaixado. Perdeu de 3 x 0. O Galo ontem perdeu, mas agradou. Jogou muito bem, mas futebol é um jogo… Perder sem vontade, passivo, aceitando a derrota, isso não dá para aceitar. Perder jogando melhor, correndo até o fim, chutando 30 bolas no gol e levando dois em, sei lá, 5 chutes, é o imponderável que faz o futebol ter graça (especialmente quando o imponderável joga ao seu favor ou em jogos alheios)


E quanto a validade dos pontos, jogos de seis pontos valem mais do que os de três. Ao ganhar do Flamengo, o Atlético não só fez três pontos na tabela, como impediu que o Flamengo fizesse. Ou seja, valeu muito. Agora, o Botafogo não vai brigar conosco. E se foram pontos inesperadamente perdidos, compensam 3 dos “6” inesperadamente ganhos do Flamengo. Sem desespero, sem cornetas, por favor.


Sábado, um grande desafio. Expectativa de um grande jogo, mas não é certeza de nada. Vamos, por ora,

simplesmente admirar o futebol do Galo e dar tempo ao tempo. O careca sabe o que faz. 

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

O que faz um campeão?

3 jogos e 3 vitórias. Evidentemente, são apenas 3 jogos. Ano passado o Galo também iniciou com 9 pontos em 3 jogos - óbvio, não quero comparar os times, é apenas um fato.

Bom, antes de mais nada, é um absurdo que se jogar futebol às 11:00 da manhã em BH com aquelas condições climáticas: 30º C, baixa umidade do ar e o sol RASGANDO. Para um time que joga como o Galo, com aquela intensidade, pressionando a saída de bola do adversário, as condições climáticas se tornam desumanas.


Isto posto, o Ceará veio bem armado e, apesar do placar, por incrível que pareça, foi o adversário que - associado ao clima - mais impôs dificuldade ao Galo de Dom Sampa. O Atlético, de fato, não jogava tão bem, embora - e cabe aqui frisar a péssima qualidade da equipe de transmissão do jogo - estava longe de ser dominado ou correr riscos. Apenas, em grande parte, obteve sucesso em neutralizar o Atlético.


Até que um pênalti inocente e infantil - e o bobo do Gordiola deveria reclamar da ingenuidade do jogador dele e não com o juiz - mudou a história do jogo. Do jogo, dá para destacar as atuações do Junior “Gamarra” Alonso - vai ser ídolo no Galo -, Marquinhos e Marrony. 


No mais, uma atuação correta, longe do brilhantismo de outras atuações, ainda que fosse bem mais favorito. 


Acontece que, time que quer ser campeão, tem que ganhar até quando não é brilhante. Ninguém vai ser brilhante sempre, ninguém vai ganhar sempre… Mas a diferença que faz de um time campeão por pontos corridos é justamente essa: competir. E isso quer dizer ganhar, mesmo nos dias menos inspirados. Por isso, se as vitórias contra o Flamengo (por se contra o time a ser batidos), e contra o Corinthians (pela virada), foram emblemáticas, esta também foi, justamente pelas condições adversas e por mostrar que o time é capaz de, na base da força, ganhar nos dias “ruins”.


Evidentemente que é prematura, mas não lembro de uma rodada tão perfeita. Geralmente era assim: Galo fazia sua parte, os outros jogos não ajudavam. Os outros jogos ajudavam, Galo não fazia a sua parte… Mas, como disse, ainda é muito cedo.


Agora é encarar o Botafogo no Rio, um adversário que, de certo, não será fácil, mas é acessível. E vamos que vamos. 3/38! .


sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Lições de um Mineirão vazio

A vitória quarta-feira foi espetacular, mas falar sobre isso é engenharia de obra pronta. Com muito esforço, arrumei uns minutinhos para escrever sobre o Galo, então, não quero perder o meu tempo com o óbvio. 

Mas só para não dizer que não falei nada, o resumo para mim é: a virada do Galo não foi incrível. Incrível foi ele ter começado perdendo de 2 x 0. 


E tendo isso em vista, quero convidar a todos nós, torcedores atleticanos, a uma reflexão, polêmica, mas que, certamente, as gerações que acompanharam o Galo dos anos 90, antes de Libertadores e Copa do Brasil, vão entender. Convido-os pela pergunta: se tivesse público, o Galo viraria? 


Ninguém, evidentemente, sabe a resposta. O que posso (quase que) garantir é que, se virasse, encontraria muito mais dificuldade em fazê-lo. E eis o grande questionamento: qual o nosso papel? 


Vendo o jogo em casa, o primeiro tempo foi absolutamente injusto. Como disse, o anormal não foi a virada, mas o Corinthians, em 3 chutes fazer 2 gols, enquanto o Galo chutou, sei lá, umas 15.  


Mas o lado passional, nessas horas, nos cega. Já tinha gente no Twiiter falando: “o time só joga um tempo, tomara que jogue o segundo”... O time jogou muito bem no primeiro tempo e, por contingência sofreu dois gols. Imagine o estádio. Imagina o antigo Corneta na Veia Black.  Por isso apelei aos meus companheiros de estádio nos anos 90: quem viveu aqueles tempos de vacas magras, sabe como o perfil da torcida mudou depois das glórias de 2013 e 2014.


Fato é que na quarta, o clima ficaria todo favorável aos Gambás. Estou certo de que o Guga, que se recuperou na segunda etapa e até fez uma assistência, não conseguiria mais jogar: a cada vez que encostasse na bola, as vaias silenciariam o Mineirão. Não que eu estivesse feliz com o lance, mas, por princípio, jamais vaiei ou vaiarei jogador usando o manto sagrado alvinegro, tampouco o time, antes de o juiz apitar o encerramento da partida


E na volta para o segundo tempo, Hyoran. O twitter choveu em críticas. Eu mesmo, segundos antes do gol, preparava uma - ele seria apenas um detalhe, minha crítica seria ao Keno - e porque não sacá-lo em vez do Marquinhos. Eis que o Keno pega a bola, começa a jogada, que para no Guga. O lateral cruza e o Hyoran domina e guarda.


Será que, com o estádio lotado, essa calma para se recuperar seria possível? Será que o Hyoran entraria sem uma chuva de gritos de "burro", ou mesmo sob vaias? 


Jogar em casa, meus caros, é uma faca de dois gumes. Quando tudo vai bem e você está ganhando, é lindo. Quando erra e o mundo desaba em você, você pede à Deus para o jogo acabar logo ou para ser tele transportado para a Lua.  A torcida, nessas horas, atrapalha. 


O Galo é muito melhor que o Corinthians, foi infinitamente superior - nos 90 minutos- , por isso, até acho que, mais cedo ou mais tarde, empataria e viraria o jogo. Mas certamente, não seria com tanta rapidez ou facilidade. 


Diante disso tudo, eu faço um pedido, especialmente quando pudermos voltar às arquibancadas: confiem no Galo, confiem no Dom Sampa. O Galo vai perder, vai empatar, vai ganhar. Mas confiem no cara. Ele sabe o que faz. Não xinguem antes do jogo acabar, porque melhor ser engenheiro de obra pronta do que atrapalhar a execução da obra. 


terça-feira, 11 de agosto de 2020

O tamanho da vitória

Ganhar é bom. Ganhar do Flamengo é melhor. Especialmente deste Flamengo, tido e havido como o time a ser batido no Brasileirão. Há, mais uma vez - como no Horto no ano passado -, superando até o VAR que fez de tudo para os Mulambos empatarem

Obviamente, após a primeira rodada, não dá para cravar nada. O Atlético ainda não é o favorito. Certamente, ganhará e perderá jogos durante o trajeto, mas, lá na frente, vamos lembrar dessa vitória.


Primeiro pela questão psicológica. Não éramos favoritos ao jogo, perder não seria nenhuma surpresa. Mas ganhar do Flamengo no Maracanã dá muita moral, faz com que os jogadores acreditem que podem, ganhem confiança. Aliás, a vitória foi muito mais importante para o Atlético do que a derrota para o Flamengo.


Além disso, seja lá qual for nossa disputa - e acredito que será pelo título -, poucos dos nossos concorrentes ganharão três pontos do Flamengo no Maracanã. E nós já conseguimos. 


E que jornada do Sampaoli. Que treinador. O cara erra, claro, mas conhece do assunto, corrige o seu time durante o jogo. O mais impressionante é que, durante a partida, ele muda de esquema duas a três vezes e o time demonstra que treinou todos eles. Simplesmente impressionante.


Quarta, outro embate. Desta feita contra o Corinthians, muito mais fraco do que o Flamengo, Sou capaz de apostar que o Sampaoli mudará o time de novo. Que o Réver volta à Zaga, Marrony ao ataque e Jair começa jogando. 


Bom, seja lá como for, temos que ganhar dos Gambás, porque, caso contrário, a vitória de domingo passa apenas a compensar pontos que não deveriam ser perdidos contra o Corinthians. Além disso, já diria Guardiola, o campeão se faz nas 10 primeiras rodadas. Então, bora aproveitar o embalo, porque quero ser campeão Brasileiro. 


E que, até lá, tenha vacina, porque se formos campeões, não há corona que vá manter o meu isolamento social


quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Choro no asilo

Tem duas coisas que eu sei que todo ano tem: natal e Galo na final do Mineiro e, como sempre, com o habitual choro dos rivais, principalmente quando é lá no asilo. Esses fregueses são os mais complicados de lidar.


Falando de futebol, ontem, com o pior desempenho da maratona contra o América, o melhor resultado. É o tal futebol. De fato, não era de se estranhar um jogo pior - de ambas as partes. Depois de tanto jogo, de tanto se conhecerem, era de se esperar que ambos os treinadores conseguissem se anular. Por conta disso, com o perdão da palavra, o primeiro tempo foi uma merda. Longe dos jogos anteriores, em que Galo e América protagonizaram excelentes embates.


O segundo tempo melhorou. Muito mais pelo desespero dos velhinhos que precisavam ir a todo custo para o ataque - especialmente depois do gol do Réver - do que por qualquer outra coisa. Ao se lançar para frente, ficou desenhado uma grande vitória do Galo.


Os velhinhos chorões. no entanto, foram bem úteis para nós. Um excelente treino, uma preparação para o Brasileiro. O Lisca é um bom treinador, arrumou bem o América, que será um forte candidato ao acesso. Os embates foram duros e serviram - certamente - para preparar o time para uma competição muito mais complexa. 


Sampa deve ter muito o que conversar com os atletas, sobretudo se atentar às falhas diante do gol: perder os gols que o Galo perdeu contra adversários mais tarimbados é suicidio. A outra, as saídas do zagueiros. Eles são bons, mas precisam de ficar mais atentos. Alguns erros de passes só não foram punidos com gols do adversário porque o Rafael esteve bem e porque, evidentemente, os atacantes do América não são do mesmo nível dos que jogam a série A, sobretudo os do Flamengo.


Domingo, uma estreia pesada. É preciso redobrar a atenção e chegar perto do erro zero. O ano, enfim, começou. 


quinta-feira, 4 de junho de 2020

E essa tal austeridade?


Quando Sérgio Sette Câmara assumiu a presidência do Atlético, seu léxico se resumia à uma palavra: AUSTERIDADE. Era austeridade para cá, austeridade para lá, mas que austeridade é essa que só faz aumentar as dívidas do clube?

É evidente ser impossível dissociar isso das gestões anteriores, mas parece, no mínimo, ingênuo isentar completamente a gestão “austera” do atual presidente de responsabilidade pelo rombo financeiro do Atlético. E tudo começa com a criação de uma falsa expectativa e, por conta disso, a assunção de uma responsabilidade cretina, burra e impossível de ser praticada.

Todos gostam de pegar o Flamengo como exemplo. Peguemos então os Mulambos. Mesmo com possibilidades de receitas e mídia infinitamente superiores às do Galo, ao falar em austeridade, o presidente Bandeira de Melo pediu paciência aos torcedores, disse que passariam algum tempo sem ganhar para se reerguerem fortes no futuro. A torcida compreendeu o recado e, por acidente, até levou a Copa do Brasil 2013, mas aquilo foi fruto do acaso.

Por aqui, Sette Câmara defendeu o impossível: títulos em tempos de contenção. Vítima do acaso, o Galo até conseguiu ficar um tempo no topo da tabela do Brasileiro de 2018, contando com o Roger Guedes em uma fase absurdamente iluminada, mas, como era de se esperar, voltou ao bloco intermediário.

Paralelamente, o presidente brincou de gastar dinheiro. Como em uma banca de Las Vegas, apostou, apostou, apostou e apostou. Mal. Começando pelo Alexandre Gallo, uma contratação absolutamente non-sense. Junto, uma série de jogadores que custaram muito e renderam pouco, além, claro, de terem custado muito. Alguns, diga-se, nem ouso falar se são bons ou ruins. O que dizer do Martin Rea? Se você falar que ele é ruim, gostaria de saber: baseado em que?
Outros, é verdade, boas contratações, mas fora de propósito tendo em vista a situação de austeridade e contenção financeira. O Chará, por exemplo, foi uma boa contratação. Mas, em tempos de apertar os cintos, não se contrata um cara de 7 milhões de dólares... Até os caras que vieram se "custo", foram caros. Veja quanto ganhava e quanto quer na justiça o "craque" Maicon Bolt...

Já falei uma vez do Kalil que peixe morre pela boca, à época era sobre uma promessa de cereja do bolo. O Sette Câmara, mesmo falando menos, consegue ser insuperável no quesito. Quando um presidente fala pouco a gente espera dele ponderação. O que se vê é que o Sérgio Sette Câmara fala pouco, e só fala asneira. Ele só aparece com medidas e ideias impopulares, que distanciam a torcida do time. Não dá uma dentro… Mas voltemos à austeridade…

Quando criou expectativas irreais com o projeto que tinha em mãos, além de abandonar a austeridade e inflamar um nível de cobrança desnecessário na torcida, o presidente se viu obrigado a abandonar suas convicções e projetos (se é que os teve). Treinadores incontáveis (dois - Larghi e Santana - pagaram pelo próprio sucesso, ou seja, começaram tão acima da expectativa que pagaram caro quando chegaram na normalidade). Um, Dudamel, não teve tempo para trabalhar. Se houve problema de relacionamento, também é problema da diretoria: o Otero está no elenco, conhece a personalidade do cara. Alguém perguntou a ele? Porque todos que acompanhavam o trabalho dele na Venezuela (imprensa local, especialistas em futebol sul-americano) diziam que o Dudamel era um cara difícil.

Mas esse não foi o maior dos pecados. Há pouco tempo, Sette Câmara cunhou o verbo cruzeirar. No entanto, a verdade é que a austeridade foi para o saco por causa do Cruzeiro do Itair Machado e suas cruzeiradas

Enquanto acontecia tudo o que citei no Galo, do outro lado da Lagoa o Cruzeiro gastava e esbanjava. Fora de Minas TODOS, absolutamente TODOS os canais de imprensa prenunciava a grande notícia do século XXI. Eu, logo que o Itair assumiu, falei com meu pai: esse cara vai acabar com o Cruzeiro. O sucessor dele tá na bosta. Só não imaginei que seria antes do mandato acabar…

Enfim, voltando à cronologia, enquanto fora de Minas a profecia da semi-extinção do Cruzeiro se ecoava, aqui diziam ser inveja, ser bairrismo porque o Cruzeiro conseguia desbancar o eixo, e ainda cobravam o mesmo desempenho do Galo. E isso se refletiu na torcida e em uma consequente pressão na diretoria. Sobretudo com o bicampeonato (a base do doping financeiro) que eles ganharam na Copa do Brasil. Pouco se relativizou a arbitragem em Cruzeiro e Santos, Cruzeiro e Chapecoense, o futebol pobre e as más campanhas do Brasileirão. Eles ganharam os dois títulos, enquanto isso, o Atlético era coadjuvante. Como? Isso nunca foi pauta em Minas antes da Gabriela Moreira e Rodrigo Capello. Enquanto muitos no Rio e São Paulo, talvez até movidos por inveja, urravam o óbvio.

O resultado administrativo no Galo desses títulos questionáveis do Cruzeiro foi o pior possível: endividamento para montar times capazes de ser campeão, mas sem competência para fazê-los. Em suma, gastaram muito e gastaram mal. Se entupiram de dívidas e não conquistaram NADA. E esse ano, vexativamente, os mata-mata já se foram. E, sempre que se aventava para a realidade financeira do Galo o assunto virava na hora: estádio. Sempre que se pergunta de um gasto: Rubens Menin e Ricardo Guimarães bancam… Almoço grátis não existe. Nesta semana, com salários atrasados, o time anunciou dois reforços. Vocês acham que isso tem como dar certo? Imagina como se sentem os jogadores...

Como alívio, diferentemente de muitos dos clubes Brasileiro, o Atlético tem um patrimônio capaz de saldar suas dívidas. De imediato, o Diamond. Ele seria capaz de quitar todas as pendências não tributárias do Atlético, ou seja, (bem) mais de 50% do que devemos.
O meu único questionamento é: há como garantir judicialmente que, em caso de uma venda do Diamond, a verba vá toda para quitar débitos anteriores? Porque para esses caras venderem o patrimônio e torrar o dinheiro (ainda que seja com jogadores) não custa. Aí, ficamos sem dinheiro e sem patrimônio, ou seja, fode tudo de vez.